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Ouro

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Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Ouro (desambiguação).
Pix.gif Ouro Stylised atom with three Bohr model orbits and stylised nucleus.svg
PlatinaOuroMercúrio
Ag
  Cubic-face-centered.svg
 
79
Au
 
               
               
                                   
                                   
                                                               
                                                               
Au
Rg
Tabela completaTabela estendida
Aparência
amarelo metálico


Cristais de ouro feitos por reação química de transporte em gás cloro, de pureza >99,99%.
Informações gerais
Nome, símbolo, número Ouro, Au, 79
Série química metal de transição
Grupo, período, bloco 11(IB), 6, d
Densidade, dureza 19300 kg/m3, 2,5
Número CAS 7440-57-5
Número EINECS
Propriedade atómicas
Massa atómica 196,966569(4) u
Raio atómico (calculado) 174 pm
Raio covalente 144 pm
Raio de Van der Waals 166 pm
Configuração electrónica [Xe] 4f14 5d10 6s1
Elétrons (por nível de energia) 2, 8, 18, 32, 18, 1 (ver imagem)
Estado(s) de oxidação 3, 1 (anfótero)
Óxido
Estrutura cristalina cúbico de faces centradas
Propriedades físicas
Estado da matéria sólido
Ponto de fusão 1337,33 K
Ponto de ebulição 3129 K
Entalpia de fusão 12,55 kJ/mol
Entalpia de vaporização 334,4 kJ/mol
Temperatura crítica  K
Pressão crítica  Pa
Volume molar m3/mol
Pressão de vapor 0,000237 Pa a 1337 K
Velocidade do som 1740 m/s a 20 °C
Classe magnética diamagnético
Susceptibilidade magnética -3,4 x 10-5
Permeabilidade magnética
Temperatura de Curie  K
Diversos
Eletronegatividade (Pauling) 2,54
Calor específico 128 J/(kg·K)
Condutividade elétrica 45,2×106S/m
Condutividade térmica 317 W/(m·K)
Potencial de ionização 890,1 kJ/mol
2º Potencial de ionização 1980 kJ/mol
3º Potencial de ionização kJ/mol
4º Potencial de ionização {{{potencial_ionização4}}} kJ/mol
5º Potencial de ionização {{{potencial_ionização5}}} kJ/mol
6º Potencial de ionização {{{potencial_ionização6}}} kJ/mol
7º Potencial de ionização {{{potencial_ionização7}}} kJ/mol
8º Potencial de ionização {{{potencial_ionização8}}} kJ/mol
9º Potencial de ionização {{{potencial_ionização9}}} kJ/mol
10º Potencial de ionização {{{potencial_ionização10}}} kJ/mol
Isótopos mais estáveis
iso AN Meia-vida MD Ed PD
MeV
197Au 100% estável com 118 neutrões
Unidades do SI & CNTP, salvo indicação contrária.

O ouro (do latim aurum, "brilhante") é um elemento químico (símbolo Au) de número atómico 79 (79 prótons e 79 eléctrons) que está situado no grupo 11 (anteriormente chamado IB) da tabela periódica, e de massa atómica 197 u. Na natureza, o ouro é produzido a partir da colisão de duas estrelas de nêutrons. O ouro é utilizado de forma generalizada em joalharia, indústria e eletrônica, bem como reserva de valor.

Características principais

É um metal de transição brilhante, amarelo, denso, maleável, dúctil (trivalente e univalente) que não reage com a maioria dos produtos químicos, mas é sensível ao cloro e ao bromo. À temperatura ambiente, apresenta-se no estado sólido. Este metal encontra-se normalmente em estado puro, em forma de pepitas e depósitos aluviais, sendo um dos metais tradicionalmente usados para cunhar moeda. É tão facilmente manuseável e maleável que, com apenas um grama de ouro, é possível obter um fio de 3 quilômetros de extensão e 0,005 milímetros de diâmetro, ou uma lâmina quadrada de 70 centímetros de largura e espessura de 0,1 micrômetro.

O ouro puro é demasiadamente mole para ser utilizado. Por essa razão, geralmente é endurecido formando liga metálica com prata e cobre. O ouro e as suas diversas ligas metálicas são muito empregados em joalherias, fabricação de moedas e como padrão monetário em muitos países. Devido à sua boa condutividade elétrica, resistência à corrosão e uma boa combinação de propriedades físicas e químicas, apresenta diversas aplicações industriais.

Cor

Enquanto a maioria dos metais é cinza ou branco prateado, o ouro é ligeiramente amarelo-avermelhado.  Esta cor é determinada pela frequência das oscilações do plasma entre os elétrons de valência do metal, na faixa ultravioleta para a maioria dos metais, mas na faixa visível para o ouro devido aos efeitos relativísticos que afetam os orbitais em torno dos átomos de ouro.  Efeitos semelhantes conferem uma tonalidade dourada ao césio metálico .

Estrutura

O ouro está entre os menos reativos, e sua estrutura cristalina está prevista para ser estável a pressões incrivelmente altas. Mas a estrutura do ouro começa a mudar a uma pressão de 220 GPa e começa a derreter quando comprimida para além de 250 GPa. Comprimido rapidamente em nanossegundos, o aumento da pressão e da temperatura altera a estrutura cristalina para uma nova fase do ouro. Esta estrutura cúbica centrada no corpo se transforma em uma estrutura cristalina mais aberta do que a estrutura cúbica centrada na face. Ouro se torna estrutura líquida em 330 GPa.

Antiga moeda de ouro.

História

Os arqueólogos sugerem que o primeiro uso do ouro começou com as primeiras civilizações no Oriente Médio. É possível que tenha sido o primeiro metal utilizado pela humanidade. O mais antigo artefato em ouro foi encontrado na tumba da Rainha Egípcia Zer. Conhecido na Suméria, no Egito existem hieróglifos egípcios de 2600 a.C. que descrevem o metal, que é referido em várias passagens no Antigo Testamento. É considerado como um dos metais mais preciosos, tendo o seu valor sido empregue como padrão para muitas moedas ao longo da história.

Utilizações

  • O ouro exerce funções críticas em computadores, comunicações, naves espaciais, motores de reação na aviação, e em diversos outros produtos.
  • A sua elevada condutividade elétrica e resistência à oxidação têm permitido um amplo uso em eletrodeposição, ou seja, cobrir com uma camada de ouro por meio eletrolítico as superfícies de conexões elétricas, para assegurar uma conexão de baixa resistência elétrica e livre do ataque químico do meio. O mesmo processo pode ser utilizado para o douramento das peças, aumentando a sua beleza e valor.
  • Como a prata, o ouro pode formar amálgamas com o mercúrio que, algumas vezes, é empregado em restaurações dentárias.
  • O ouro coloidal (nanopartículas de ouro) é uma solução intensamente colorida que está sendo pesquisada para fins médicos e biológicos. Esta forma coloidal também é empregada para criar pinturas douradas em cerâmicas.
  • O ácido cloroáurico é empregado em fotografias.
  • O isótopo de ouro 198Au, com meia-vida de 2,7 dias, é usado em alguns tratamentos de câncer e em outras enfermidades.
  • É empregado para o recobrimento de materiais biológicos, permitindo a visualização através do microscópio eletrônico de varredura (SEM).
  • Utilizado como cobertura protetora em muitos satélites porque é um bom refletor de luz infravermelha.

Cientistas indianos modificaram a química do material e o transformaram em "ouro negro", que, segundo eles, pode ser potencialmente usado para aplicações que vão desde a extração de energia solar até a dessalinização da água do mar.

  • Pode potencialmente ser a base de enzimas artificiais que podem ser aplicadas em testes diagnósticos médicos rápidos e em pontos de atendimento e sistemas de purificação de água

Simbologia do ouro

O ouro é usado como símbolo de pureza, valor, realeza e ostentação. O principal objetivo dos alquimistas era produzir ouro a partir de outras substâncias, como o chumbo. O ouro também é usado como símbolo do Sol. A Prata é usada como símbolo da Lua.

Muitas competições premiam o vencedor com medalha de ouro, o segundo colocado com medalha de prata, e o terceiro colocado com medalha de bronze = cobre (os três pertencentes ao mesmo grupo (11) da tabela periódica dos elementos).

Papel biológico

Embora esteja presente em quantidades ínfimas no corpo humano, o ouro não é considerado um elemento químico essencial para nenhum ser vivo. Alguns tiolatos (ou semelhantes) de ouro (I) são empregados como anti-inflamatórios no tratamento de artrites reumatoides e outras enfermidades reumáticas. O funcionamento destes sais de ouro não é bem conhecido. O uso do ouro em medicina é conhecido como crisoterapia.

A maioria destes compostos são pouco solúveis, portanto devem ser injetados. Alguns são mais solúveis e podem ser administrados via oral, sendo melhor tolerados. Este tratamento pode apresentar efeitos secundários, geralmente leves, porém é a primeira causa do abandono do tratamento pelos pacientes.

Compostos

Apesar de ser um metal nobre (devido à baixa reatividade e por ser valioso) forma diversos compostos, sendo o tricloreto de ouro (AuCl3) e o ácido cloroáurico (HAuCl4) os dois dos compostos mais comuns do ouro. Geralmente, nestes compostos, apresenta estados de oxidação +1 e +3.

Forma também óxido de ouro (III), Au2O3, halogenetos e complexos com estados de oxidação +1 e +3. Existem, ainda, alguns complexos raros de ouro com estados de oxidação +2 e +5. Estes apresentam baixos índices de coordenação e apresentam tendência a linearidade: L-Au-L.

Quando ocorrem ligações químicas entre os próprios átomos de ouro formam os chamados cúmulos de ouro (compostos cluster). Alguns deles são denominados ouro líquido.

Abundância e obtenção

Pepita de ouro.

Por ser relativamente inerte, pode-se encontrá-lo como metal, às vezes como pepitas grandes, mas geralmente se encontra em pequenas inclusões em alguns minerais, como quartzo, rochas metamórficas e depósitos aluviares originados dessas fontes. O ouro está amplamente distribuído, e amiúde encontra-se associado ao quartzo e pirita. É comum como impureza em muitos minérios, de onde é extraído como subproduto. Como mineral é encontrado na forma de calaverita, um telureto de ouro. A África do Sul é o principal produtor de ouro, extraindo aproximadamente dois terços de toda a procura mundial deste metal.

O ouro é extraído por um processo denominado lixiviação com cianeto. O uso do cianeto facilita a oxidação do ouro formando-se (CN)22- em dissolução. Para separar o ouro da solução procede-se a redução empregando, por exemplo, o zinco. Tem-se tentado substituir o cianeto por outro ligante devido aos problemas ambientais que gera, porém não são rentáveis ou também são tóxicos.

Espalhado em toda a crosta terrestre numa baixíssima concentração média (5 gramas em 1000 toneladas), e mais baixa ainda nas águas dos oceanos (de 0,1 µg/kg a 2 µg/kg), onde se estima haver bilhões de toneladas de ouro mas de exploração economicamente inviável pelos métodos atuais (um trilhão de litros de água do mar contém 120 kg, ou 1 quilo em mais de 8,3 bilhões de litros, a água consumida por uma cidade como São Paulo em mais de 10 anos). As minas onde o ouro se encontra em teores econômicos têm geralmente acima de 3 gramas por tonelada; se o mesmo teor fosse encontrado no mar, 1 trilhão de litros poderia fornecer 3 mil toneladas de ouro.

Isótopos

Existe somente um isótopo estável do ouro (Au-197), porém existem 18 radioisótopos, sendo o Au-195 o mais estável com uma meia-vida de 186 dias.

A energia requerida para remover/adicionar um elétron de um átomo do ouro requer a consideração das interações de até cinco dos elétrons do ouro de cada vez. Além disso, é essencial incluir no cálculo os efeitos da relatividade especial e da teoria da eletrodinâmica quântica.

Precauções

O corpo humano não absorve bem este metal, e seus compostos não são muito tóxicos. Até 50% dos pacientes com artrose, tratados com medicamentos que contém ouro, têm sofrido danos hepáticos e renais.

Antídoto e tratamento de emergência

BAL (British antiLewisite, é o 2,3-dimercaptopropanol) é um agente quelante usado no tratamento do envenenamento pelo ouro. Doses adequadas de BAL devem ser dadas para assegurar um excesso de BAL livre. Uma concentração insuficiente de BAL pode permitir a dissociação do complexo BAL-Au. Este quelato dissocia-se mais rapidamente numa urina ácida; deve existir uma função renal adequada para permitir a eliminação completa do complexo.

O ouro como mercadoria

Evolução do preço do ouro (1344-1999).

O mercado de ouro, assim como o mercado de ações, integra o grupo dos chamados mercados de risco já que suas cotações variam segundo a lei da oferta e da procura. No mercado internacional, os principais centros que negociam ouro são Londres e Zurique onde o ouro é negociado no mercado de balcão e não via bolsas. Outro grande centro de negócios é a Bolsa de Mercadorias de Nova York (COMEX) onde só se opera em Mercados futuros. Há também nesta praça um forte mercado de balcão para o ouro físico.

As operações com ouro no Brasil

No Brasil, o maior volume de comercialização de ouro se faz através da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), que é a única no mundo que comercializa ouro no mercado físico. As cotações do ouro, no exterior, são feitas em relação à onça troy, que equivale a 31,104g. No Brasil, a cotação é feita em reais por grama de ouro puro. O preço do ouro, no Brasil, vincula-se, historicamente, às cotações de Londres e Nova York, refletindo, portanto, as expectativas do mercado internacional. Sofre, entretanto, influência direta das perspectivas do mercado interno e, principalmente, das cotações do dólar flutuante.

Assim o preço interno é calculado diretamente segundo as variações do preço do dólar no mercado flutuante e dos preços do metal na bolsa de Nova York. O preço do grama do ouro em reais, calculado a partir do preço da onça em dólares (pela cotação do dólar flutuante) fornece um referencial de preços. Tradicionalmente, a cotação da BM&F mantém a paridade com este valor referencial variando 2%, em média, para baixo ou para cima. Existem dois tipos de investidores no mercado de ouro no Brasil: o investidor tradicional - que utiliza o ouro como reserva de valor -, e o especulador - que está à procura de ganhos imediatos e de olho na relação ouro/dólar/ações procurando a melhor alternativa do momento. Atualmente há dois mercados no Brasil para o ouro:

  1. mercado de balcão - operações são fechadas via telefone; após o pagamento, o comprador tem duas opções deixar o ouro depositado em custódia em uma instituição financeira, levando consigo um certificado de custódia; retirar fisicamente a quantidade de ouro adquirida.
  2. mercado spot nas bolsas - a entrega do ouro se dá em 24 horas, os volumes negociados são transferidos automaticamente entre as contas dos clientes em diferentes bancos, sem que o metal passe pelas mãos de quem negocia.

No mercado de bolsas, trocam se certificados de propriedade. Em qualquer caso, a responsabilidade pela qualidade do metal é da fundidora e não do banco, que é apenas o depositário.

Produção mundial

Produção mundial em 2019, em toneladas por ano
1.  China 380
2.  Austrália 325
3.  Rússia 305
4.  Estados Unidos 200
5.  Canadá 175
6. Gana 142
7. Indonésia 139
8.  Peru 128
9.  México 111
10. Cazaquistão 107
11. África do Sul 105
12.  Brasil 90

Fonte: USGS.

Provas de Ouro

São mundialmente reconhecidas as seguintes provas de ouro: 375, 500, 583, 585, 750, 958, 996, 999,9 (usada na indústria aeroespacial). Encontra-se com maior frequência a mistura (liga) de ouro com o nº 583. As ligas desta prova podem ter diferentes cores, dependendo da quantidade e composição dos metais. Por exemplo, se na liga de ouro da prova nº 583 (58,3% de ouro) contém cerca de 36% de prata e cobre 5,7%. Esta liga tem um tom de cor ligeiramente verde, se for 18,3% de prata e 23,4% de cobre - fica com cor de rosa, se for 8,3% de prata e 33,4% de cobre - uma cor avermelhada. Ouro com a prova nº 958 é de três componentes, para além de ouro contém prata e cobre e é usado, geralmente, para fazer alianças.

Esta liga tem uma cor amarela-forte e é próxima de cor de ouro puro. Na liga nº 750 também existe cobre e prata, mas às vezes podem ser usados paládio, níquel ou zinco. Tem uma cor amarela-esverdeada, também tons avermelhados até a cor branca. Esta liga é facilmente difundida, mas se contém mais de 16% de cobre a cor perde gradualmente o seu brilho. A liga de prova nº 375 normalmente contém: ouro 37,5%, prata 10,0%, cobre 48,7%, paládio 3,8% e é usada para fazer alianças. Também existe uma vasta utilização de "ouro branco", que contém:

Dia do Ouro

O Dia Internacional do Ouro é comemorado no dia 7 de Setembro (7.9) sendo 79 o número atômico do ouro na tabela periódica.

Ligações externas

Ver também


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