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Vício
Vício (do termo latino "vitium", que significa "falha" ou "defeito" ) é um hábito repetitivo que degenera ou causa algum prejuízo ao viciado e aos que com ele convivem.
A acepção contemporânea do termo está relacionada a uma sucessão de denominações que se alteraram historicamente e que culmina com uma relação entre o Estado, a individualidade, a ética e a moral, nas formas convencionadas atualmente. Além disso, está fortemente relacionada a interpretações religiosas, sempre denotando algo negativo, inadequado, socialmente reprimível, abusivo e vergonhoso. Porém, em termos genéricos, é interessante a abordagem de Margaret Mead:
Faltando porém, um detalhe: os períodos onde a dor e o prazer se inserem variam, sendo que o segundo é sempre mais longo e permanente que o primeiro, em ambos os casos. Daí a relação que se cria também com o trabalho, como processo doloroso que gera prazer posterior permanente, e que portanto, eleva(m) o homem, através do orgulho e da vitória. Fatalmente, o vício relaciona-se também com a perda, a derrota, e portanto, a queda, fechando um ciclo conceitual que interliga o social, o biológico, o religioso e a ética-moral laica.
Etimologia
Provém do latim vitium, usado originariamente em relação a uma anomalia física, com o passar do tempo, o termo foi empregado no contexto litúrgico, mais especificamente quando nos sacrifícios dos animais suas entranhas apresentavam alguma anomalia (quando isso ocorria o sacrifício animal era invalidado e devia ser repetido).
Religião
Cristianismo
A Igreja Católica Romana distingue entre o vício, que é um hábito do pecado, e o próprio pecado, que é um ato moralmente errado individual. Note que no catolicismo romano, a palavra "pecado" também se refere ao estado que recai sobre alguém ao cometer um ato moralmente errado. Nesta seção, a palavra sempre significa o ato pecaminoso. É o pecado, e não o vício, que priva alguém da graça santificadora de Deus e torna alguém merecedor da punição de Deus. Tomás de Aquino ensinou que "absolutamente falando, o pecado supera o vício na maldade". Por outro lado, mesmo depois que os pecados de uma pessoa foram perdoados, o hábito subjacente (o vício) pode permanecer. Assim como o vício foi criado em primeiro lugar por ceder repetidamente à tentação do pecado, assim o vício só pode ser removido resistindo repetidamente à tentação e realizando atos virtuosos; quanto mais arraigado o vício, mais tempo e esforço necessários para removê-lo. São Tomás de Aquino diz que, após a reabilitação e a aquisição de virtudes, o vício não persiste como um hábito, mas como uma mera disposição, e que está em processo de eliminação. Manuscritos iluminados medievais circulavam com esquemas coloridos para desenvolver atitudes adequadas, com alusões bíblicas modeladas na natureza: a árvore das virtudes como flores desabrochando ou vícios dando frutos estéreis.
Budismo
Na tradição Sarvastivada do Budismo, existem 108 impurezas, ou vícios, que são proibidos. Estes são subdivididos em 10 vínculos e 98 propensões. The 10 bonds are the following:
- Ausência de vergonha
- Ausência de constrangimento
- Ciúmes
- Parcimônia (no sentido de mesquinhez)
- Remorso
- Sonolência
- Distração
- Torpor
- Raiva
- Ocultação de irregularidades
Bibliografia
- Aristotle, trans. H. Rackman. Virtues and Vices, Loeb Classical Library, Harvard University Press, Cambridge, MA, 1992. vol. 285.
- Goodman, Lenn E. (2005). Islamic Humanism. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-518914-8
- Hess, Kären M.; Orthmann, Christine Hess (2008). Introduction to Law Enforcement and Criminal Justice. Belmont, CA: Wadsworth. ISBN 978-0-495-39090-9
- Hirakawa, Akira; Groner, Paul (1998). A history of Indian Buddhism: from Śākyamuni to early Mahāyāna. [S.l.]: Motilal Banarsidass. ISBN 978-81-208-0955-0
- Newhauser, Richard, ed. In the Garden of Evil: The Vices and Culture in the Middle Ages. Pontifical Institute of Mediaeval Studies, Toronto 2005. ISBN 0-88844-818-X