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Síndrome de Kawasaki

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Síndrome de Kawasaki
Criança com "língua de morango" característica da doença de Kawasaki
Sinónimos Síndrome de Kawasaki, síndrome dos gânglios linfáticos mucocutâneos
Especialidade Pediatria
Sintomas Febre por mais de 5 dias, aumento de volume dos gânglios linfáticos, erupções cutâneas, garganta inflamada, diarreia
Complicações Aneurismas da artéria coronária
Início habitual < 5 anos de idade
Duração ~ 3 semanas
Causas Desconhecidas
Método de diagnóstico Baseado nos sintomas, ecocardiograma
Condições semelhantes Escarlatina, artrite idiopática juvenil, síndrome inflamatório multissistémico pediátrico
Medicação Aspirina, imunoglobulina
Prognóstico Com tratamento: letalidade 0,2%
Frequência 8–124 em cada 100 000 pessoas com menos de 5 anos
Classificação e recursos externos
CID-10 M30.3
CID-9 446.1
CID-11 540285662
OMIM 611775
DiseasesDB 7121
MedlinePlus 000989
eMedicine 965367
MeSH D009080
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

Doença de Kawasaki é uma doença de causa desconhecida que resulta em febre e afeta sobretudo crianças com idade inferior a cinco anos. É um tipo de vasculite, com inflamação dos vasos sanguíneos por todo o corpo. A febre tem geralmente duração superior a cinco dias e não diminui com a administração de antipiréticos. Entre outros sintomas comuns estão o aumento de volume dos gânglios linfáticos do pescoço, erupções cutâneas na região genital e vermelhidão nos olhos, lábios, palmas das mãos ou dos pés. Três semanas após o início dos sintomas, a pele das mãos e dos pés pode esfolar, sendo geralmente seguida por recuperação. Entre as possíveis complicações estão a formação de aneurismas da artéria coronária no coração.

Embora as causas sejam desconhecidas, é possível que a doença seja o resultado de uma infeção que desencadeie uma resposta autoimune em pessoas geneticamente predispostas. A doença não é contagiosa. O diagnóstico geralmente baseia-se nos sinais e sintomas e pode ser complementado com ecocardiografia e análises ao sangue. Entre outras doenças com sintomas semelhantes estão a escarlatina, artrite idiopática juvenil, síndrome inflamatório multissistémico pediátrico.

O tratamento inicial consiste geralmente na administração de doses elevadas de aspirina e imunoglobulina. Com tratamento, geralmente a febre desaparece em 24 horas e a recuperação é total. Nos casos com envolvimento das artérias coronárias pode ser necessário tratamento continuado ou cirurgia. Sem tratamento, podem ocorrer aneurismas da artéria coronária em até 25% dos casos e morte em 1% dos casos. Com tratamento, o risco de morte é de apenas 0,17%.

A doença de Kawasaki é rara. Afeta entre 8 e 67 em cada 100 000 crianças com menos de cinco anos, exceto no Japão, onde afeta 124 em cada 100 000. A doença é mais comum entre rapazes do que entre raparigas. A doença de Kawasaki foi descrita pela primeira vez em 1967 pelo pediatra japonês Tomisaku Kawasaki.

Sinais e sintomas

A doença começa com uma fase aguda que dura duas semanas:

Na terceira semana a febre, inchaço, gânglios e erupções cutâneas desaparecem, mas o resto pode continuar e outros aparecem:

  • Transtorno de coagulação (trombocitose);
  • Perda de apetite;
  • Descamação nas pontas dos dedos;

Nessa fase podem ocorrer diversas complicações a longo prazo, como arritmias, sopros cardíacos, pericardite, miocardite e problemas nas válvulas coronárias (valvulopatias) e aneurismas de artérias coronárias.

Outros sintomas inespecíficos relatados incluem tosse, catarro, vômitos, dor de cabeça, dificuldade para respirar e convulsão.

Causas

Vídeo com Legenda

A causa é desconhecida, sendo a teoria mais aceita que envolve a interação de fatores genéticos, infecção transmitida pelo ar e uma reação cruzada autoimune.

Um estudo realizado pelos pesquisadores Jeffrey S. Kahn e colaboradores da Yale University, revelou que a doença de Kawasaki pode estar associada com infecção pelo coronavírus New Haven. Eles analisaram secreções respiratórias de 11 crianças diagnosticadas com a doença de Kawasaki. Oito (73%) dos pacientes de Kawasaki foram positivos para o novo coronavírus New Haven.


Diagnóstico

Além da clínica, diversos exames podem encontrar sinais que necessitam tratamento, dentre eles:

Tratamento

Durante quase 5 dias os médicos administram altas doses de imunoglobulina via endovenosa em altas doses e aspirina pela via oral. Cessando a febre, são prescritas doses baixas de aspirina, durante vários meses para evitar aparecimento de coágulos e proteger o coração contra risco de lesão coronariana.

Os aneurismas do coração são tratados com anticoagulantes e aspirina. Já aneurismas de menor monta, utiliza-se somente aspirina. Para evitar a síndrome de Reye, em casos de gripe e varicela, pode ser usado, no lugar da aspirina o dipiridamol.

História

Os registros históricos apontam a primeira descrição realizada pelo pediatra japonês Tomisaku Kawasaki, em 1967. Ele descreveu cinquenta crianças com vermelhidão na boca e garganta, febre, manchas na pele, inchaço nos gânglios, mãos e pés, dando nome a este conjunto de síndrome muco-cutâneo-ganglionar. Depois, foram incluídos os problemas vasculares como os aneurismas de coronárias.


Ligações externas


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