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Glifosato

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Glifosato
Alerta sobre risco à saúde
Glyphosate.svg
Glyphosate-3D-balls.png
Nome IUPAC N-(fosfonometil)glicina
Outros nomes 2-[(fosfonometil)amino]ácido acetico
Identificadores
Número CAS 1071-83-6,
38641-94-0 (sal de isopropilamônio)
70393-85-0 (sal de sesquisódio)
81591-81-3 (sal de trimetilsulfônio)
PubChem 3496
ChemSpider 3376
Número RTECS MC1075000
SMILES
InChI
1/C3H8NO5P/c5-3(6)1-4-2-10(7,8)9/h4H,1-2H2,(H,5,6)(H2,7,8,9)
Propriedades
Fórmula química C3H8NO5P
Massa molar 169.05 g mol-1
Aparência Pó branco cristalino
Densidade 1.704 (20 °C)
Ponto de fusão

184.5 °C

Ponto de ebulição

decomp. a 187 °C

Solubilidade em água 1.01 g/100 ml (20 °C)
log P −2.8
Acidez (pKa) <2, 2.6, 5.6, 10.6
Riscos associados
MSDS InChem MSDS
Classificação UE Irritante (Xi)
Perigoso para o ambiente (N)
Índice UE 607-315-00-8
Frases R R41, R51/53
Frases S S2, S26, S39, S61
Ponto de fulgor não inflamável
Compostos relacionados
Compostos relacionados Ciliatina (ácido (2-aminoetil)-fosfônico)
Glicina (ácido 2-amino-acético)
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

O glifosato (N-(fosfonometil)glicina) é um herbicida sistêmico de amplo espectro e dessecante de culturas. É um composto organofosforado, especificamente um fosfonato. É usado para matar ervas daninhas, especialmente as folhosas perenes e gramíneas que competem com as culturas. Suas propriedades herbicidas foram descobertas por volta de 1970, pelo químico John E. Franz, da Monsanto.

O glifosato é absorvido através das folhas, e minimamente através de raízes, e transportado para pontos de crescimento. Ele inibe uma enzima vegetal envolvida na síntese de três aminoácidos aromáticos: fenilalanina, triptofano e tirosina. Portanto, é eficaz somente em plantas em crescimento ativo e não é eficaz como um herbicida de pré-emergência.

Um número crescente de culturas foram geneticamente modificadas para serem tolerantes ao glifosato (por exemplo, a soja Roundup Ready, a primeira cultura Roundup Ready, também criada pela Monsanto), que permite que os agricultores usem o glifosato como um herbicida pós-emergente contra ervas daninhas. O desenvolvimento de resistência ao glifosato em variadas espécies de ervas daninhas está tornando-se um problema caro.

Apesar de o glifosato e suas formulações, tais como Roundup, terem sido aprovados por várias entidades reguladoras em todo o mundo, persistem preocupações sobre seus efeitos no ser humano e no meio ambiente, apoiadas por vários estudos mais recentes.

História

O glifosato foi inventado pela primeira vez na Suíça, em 1950, pelo químico Henry Martin, mas não se conhecia a sua função herbicida, e a substância foi esquecida. Em 1969, John E. Franz, a serviço da Monsanto, fez experiências com compostos que tinham alguma atividade herbicida até chegar ao glifosato. A substância infiltra-se nas folhas das plantas e é conduzido pela seiva para toda a planta, bloqueando a ação de uma enzima importante na produção de moléculas orgânicas, acabando por matar os vegetais.

Em 1974, o herbicida Roundup, a marca da Monsanto para o glifosato, estava no mercado e era anunciado que respeitava o ambiente, era inteiramente biodegradável e não deixava resíduos no solo, o que era falso . Nos EUA, a empresa foi mais tarde (em 1996) forçada a retirar tais alegações, consideradas publicidade enganosa. Dois anos mais tarde, foi condenada por sugerir que o produto poderia ser espalhado nas águas ou perto delas sem perigo.

Os agricultores rapidamente adotaram o glifosato, especialmente depois de a Monsanto introduzir culturas resistentes ao glifosato — as culturas Roundup Ready, permitindo aos agricultores matar as ervas daninhas sem matar as suas culturas. O desenvolvimento desde a década de 1990 de culturas transgênicas, como a soja, o milho e o algodão, resistentes ao glifosato, fez disparar as vendas deste herbicida. Além da agricultura, o herbicida também é usado nos jardins das cidades.

Desde então, muitas variações do produto foram sendo produzidas. Em 2000, a patente da Monsanto expirou e outras empresas apostaram neste químico. Só na Europa, 300 herbicidas à base de glifosato de 40 empresas diferentes são comercializados. Nos EUA, mais de 750 produtos contêm a substância, que é o agrotóxico mais usado no mundo.

Em 2007, o glifosato foi o herbicida mais utilizado no setor agrícola dos Estados Unidos e o segundo mais usado em casa e jardim, pelo governo e indústria, e no comércio. A frequência e o volume de aplicações de herbicidas à base de glifosato (HBGs) aumentaram mais de 100 vezes entre o final dos anos 1970 e 2016, provavelmente devido ao surgimento de ervas daninhas resistentes ao glifosato, o que, por sua vez, deve causar mais crescimento em seu uso.

Química

O glifosato é um aminofosfonato análogo ao aminoácido natural glicina, que portanto ocupa o lugar desta na síntese proteica. Seu nome é uma contração de glicina + fosfato.

Bioquímica

O glifosato mata as plantas por inibir a enzima 5-enolpiruvoil-shikimato-3-fosfato sintetase (EPSPS), que sintetiza os aminoácidos aromáticos: fenilalanina, tirosina e triptofano. A EPSPS catalisa a reação do shikimato-3-fosfato (S3P) e do fosfoenolpurivato para formar EPSP e fosfato. Os aminoácidos aromáticos são usados também para produzir metabólitos secundários como folatos, ubiquinonas e naftoquinas. A via do shikimato não está presente em animais.

Toxicidade

Muitas avaliações acadêmicas e de entidades reguladoras atestaram a baixa toxicidade relativa do glifosato como um herbicida, porém em estudos mais recentes da sua toxidade reivindica-se que, devido à " toxicidade de tais formulações [que] está atualmente bem comprovada e requer uma revisão dos regulamentos", tais controvérsias podem estar apontando que estudos e decisões justificadoras sejam causados pelos famosos conflitos de interesse, praticando o que algumas publicações apontam como ciência-comércio.

Diversos estudos toxilógicos mais recentes têm revelado sua alta toxidade em humanos , principalmente usando testes em peixes-zebra que por possuirem metabolismo proteico e genético semelhante ao humanos em 80% , superando ao chimpanzé que possui apenas em torno de 20% de metabolismo proteico, têm sido preferidos para exames toxilógicos. Tais testes afirmam que devido a associações e modo de uso do glifosato , a toxicidade de tais formulações está atualmente bem comprovada e necessita de revisão dos regulamentos.

Formulações comerciais de glifosato contêm, além de sais de glifosato, certos aditivos, tais como surfactantes de diferentes tipos e em concentrações variáveis. Toxicologistas têm estudado os efeitos do glifosato isoladamente, dos aditivos isoladamente e das formulações.Algumas análises toxicológicas sugerem que outros ingredientes em combinação com o glifosato podem ter maior toxicidade do que o glifosato isoladamente.

Estudos mais recentes em camundongos (ratos) revelaram que:

"exposição ao glifosato causou lesões nas células hematopoiéticas de camundongos e perturbou a expressão de certos mRNAs ( ARN mensageiro ) Análises de bioinformática sugeriram que várias vias de sinalização podem desempenhar papéis-chave no processo de toxicidade hematopoiética do GBH (herbicida baseado em glifosato), incluindo a via de sinalização MAPK ( MAP quinase ), a linhagem de células hematopoiéticas e as interações entre receptores de citocinas e as citocinas. Nossos resultados também indicaram que a exposição ao GBH danificou a função hematopoiética dos camundongos"

Em peixes há estudos demonstrando que:

"a exposição ao glifosato também causou danos histopatológicos notáveis, incluindo principalmente vacuolização do parênquima renal e intumescência do túbulo renal em rins de peixes." e existiam anomalias "em grau severo" nas brânquias de carpas.

Outras avaliações acadêmicas e de entidades reguladoras atestaram a baixa toxicidade relativa do glifosato como um herbicida. Uma avaliação toxicológica, feita pelo Instituto Federal Alemão para Avaliação de Riscos (Bundesinstitut für Risikobewertung, BfR) em 2013, concluiu que "os dados disponíveis são contraditórios e longe de serem convincentes” no que diz respeito às correlações entre a exposição às formulações de glifosato e o risco de vários cânceres, incluindo linfoma não-Hodgkin (LNH).[ligação inativa]

Uma meta-análise publicada em 2014 identificou um risco aumentado de LNH em trabalhadores expostos a formulações de glifosato.

Numa publicação de 2017, apoiada num grupo de trabalho de vários peritos em Março de 2015, a Agência Internacional de Pesquisas em Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde, classificou o glifosato como "provavelmente cancerígeno em humanos" (Categoria 2A) com base em estudos epidemiológicos, estudos em animais e estudos in vitro.A agência concluiu também que foi observada uma associação positiva para o linfoma não-Hodgkin (LNH), e em cobaias animais foram obtidas provas suficientes da carcinogenicidade do glifosato. Um estudo efectuado em várias comunidades de indivíduos expostos a formulações à base de glifosato também encontrou danos cromossómicos nas células sanguíneas. Ainda segundo a monografia, há fortes evidências de que o glifosato, as formulações à base de glifosato e o ácido aminometilfosfónico podem induzir o stress oxidativo.

Mas, alguns meses depois, em novembro de 2015, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (AESA ou EFSA) reavaliou as conclusões da IARC e publicou um outro relatório acerca da carcinogenicidade potencial do glifosato ou de herbicidas contendo glifosato. A sua conclusão foi de que dificilmente o glifosato representaria risco de câncer para os seres humanos e que não havia evidências nesse sentido.

Segundo a AESA/EFSA, embora formulações contendo glifosato sejam provavelmente cancerígenas, estudos que consideram exclusivamente a substância ativa glifosato não mostram este efeito. O relatório da AESA acrescenta que há várias razões que explicam as divergências em relação ao relatório da IARC. Uma delas é que o IARC não avaliou somente o glifosato, isoladamente, mas também as formulações à base de glifosato, enquanto a revisão interpares da AESA/EFSA considerou apenas a substância ativa pura.

A AESA/EFSA reconheceu que a questão da toxicidade das formulações contendo glifosato deve ser considerada mais aprofundadamente, uma vez que alguns estudos de genotoxicidade publicados (não de acordo com o Genetic Literacy Project ou com as directrizes da OCDE [carece de fontes?] ) sobre tais formulações apresentaram resultados positivos in vitro e in vivo. Em especial, considerou-se que o potencial genotóxico dessas formulações deve ser abordado. Além disso, a AESA/EFSA salientou que outros parâmetros devem ser esclarecidos, como a toxicidade e a carcinogenicidade a longo prazo, a toxicidade na reprodução e no desenvolvimento e o potencial de desregulação endócrina das formulações contendo glifosato.

A decisão da AESA/EFSA assim como o relatório do BfR foram criticados numa carta aberta publicada por 96 cientistas de 25 países em Novembro de 2015, segundo a qual o relatório do BfR não respeitou os princípios científicos aceites de procedimentos abertos e transparentes. O relatório do IARC foi considerado mais credível. O relatório do BfR incluía dados não publicados, não tinha autoria, omitia referências e não divulgava informações sobre conflitos de interesses. Em 2017, dois jornais europeus, La Stampa e The Guardian, acusaram a AESA/EFSA de ter copiado e colado, no relatório sobre a perigosidade do glifosato de 2015, cerca de cem páginas dos pedidos de re-autorização da empresa Monsanto, que patenteou esse composto químico. Numa audição no Parlamento Europeu, em Outubro de 2017, José Tarazona, responsável pela avaliação dos pesticidas na AESA/EFSA, reconheceu que a agência se baseia geralmente em análises efectuadas pelos próprios fabricantes, obviamente parte interessada, para avaliar o potencial de risco de um produto.

Em maio de 2016, o Encontro sobre Resíduo de Pesticidas, promovido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e pela Organização Mundial da Saúde, concluiu ser pouco provável que o glifosato constitua um risco cancerígeno para os seres humanos em exposição através da dieta, mesmo em doses tão altas quanto 2.000 mg/kg de massa corporal por via oral.

Em novembro de 2017, após anos de polémicas, os países da União Europeia votaram pela renovação da licença do glifosato por mais cinco anos, apesar das campanhas contra a substância. Nove países, entre eles a França, votaram contra e Portugal absteve-se. A Greenpeace lamentou o acordo: " As pessoas que nos deveriam proteger de pesticidas perigosos não conseguiram fazer o trabalho deles e traíram a confiança dos europeus." Em Portugal, a associação Quercus também lastimou a decisão: “Infelizmente, o lobby da agricultura intensiva e industrial continua a ser mais forte. O que é notório nesta votação é que para a maioria dos países da UE são mais importantes os negócios do que o ambiente e as pessoas”. Passados os cinco anos estipulados, a União Europeia prorrogou a aprovação do glifosato até 15 de Dezembro de 2023.

Apesar da abstenção portuguesa, o Governo do país tinha aprovado em Janeiro de 2017 a proibição do uso do glifosato como herbicida em espaços públicos, tais como jardins infantis, parques e jardins urbanos, escolas e hospitais.

Em humanos

Neste estudo publicado em dezembro de 2021, vemos um resumo dos danos em humanos:

"Nos últimos anos, se os herbicidas de glifosato (GLY) ou baseados em glifosato representam uma ameaça ao meio ambiente ecológico e à saúde humana tornou-se um foco de pesquisa considerável. A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) relatou que o GLY tem carcinogenicidade nível 2A (ou seja, é possivelmente carcinogênico para humanos) ( Guyton e outros, 2015 ). A meta-análise revelou que a exposição ocupacional ao GLY está positivamente correlacionada com os subtipos de linfoma não-Hodgkin (Schinasi e Leon, 2014 ). A população em geral é exposta a GLY e ácido aminometilfosfónico (AMPA) principalmente por meio da ingestão alimentar de produtos à base de plantas, carne de animais expostos ao glifosato e água contaminada ( Gillezeau e outros., 2019 , Connolly e outros, 2020 , Soukup e outros, 2020 ). O GLY pode penetrar na barreira hematoencefálica e causar danos neuronais, que são um dos fatores de risco de doença de Parkinson ( Eriguchi e outros, 2019 , Martinez e Al-Ahmad, 2019 ). A ingestão de baixas doses de GLY a longo prazo afetará negativamente a saúde humana, mas sua toxicidade não é totalmente compreendida ( Swanson e outros, 2014 , Zhang e outros, 2017 ). Estudos demonstraram que apenas 0,3% do glifosato no corpo humano é metabolizado em AMPA ( Connolly e outros, 2019 , Zoller e outros, 2020 ). Além disso, a toxicidade do AMPA permanece pouco estudada. Portanto, ao avaliar os riscos ambientais do GLY, também é necessário avaliar a ocorrência e toxicidade do AMPA."

Apesar que até 2021 se diz que "atualmente, não há consenso na comunidade científica sobre a toxicidade do glifosato, em particular quanto ao possível potencial carcinogênico desse herbicida", as agências o têm permitido.[carece de fontes?]

Em uma avaliação de risco de 2017, a Agência Europeia das Substâncias Químicas (ECHA) escreveu: "As informações sobre irritação da pele em humanos são muito limitadas. Onde foi relatado irritação da pele, não está claro se está relacionada ao glifosato ou a outros componentes presentes na formulação do herbicida." A ECHA concluiu que os dados disponíveis sobre humanos eram insuficientes para dar suporte a uma classificação para corrosão ou irritação da pele. A inalação é uma via de exposição menor, mas a névoa da pulverização pode provocar desconforto oral ou nasal, um sabor desagradável na boca, ou formigamento e irritação na garganta. Contato nos olhos pode resultar em conjuntivite leve. Danos superficiais às córneas são possíveis se os olhos não forem lavados em tempo ou de forma adequada após exposição.

Alguns relatórios de agências de avaliação de risco de diversos países, bem como de autoridades transnacionais, consensualmente classificam o glifosato como seguro e não carcinogênico. Uma avaliação em 2000 concluiu que "sob as condições de uso atuais e esperadas no futuro, não há potencial para o herbicida Roundup representar risco à saúde humana". Em 2012, uma meta-análise (suportada pela própria empresa Monsanto) de estudos epidemiológicos de exposição a formulações de glifosato não encontrou correlação com nenhum tipo de câncer. A revisão sistemática de 2013, pelo Instituto Federal Alemão para Avaliação de Riscos, dos estudos epidemiológicos de trabalhadores que usam pesticidas não encontrou evidência de risco significativo com glifosato para vários tipos de câncer, incluindo o Linfoma não-Hodgkin (LNH), dizendo que "os dados disponíveis são contraditórios e estão longe de serem convincentes".[carece de fontes?]

Em 2014, outra meta-análise identificou um risco elevado de um tipo de NHL em trabalhadores expostos a formulações com glifosato. Uma revisão sistemática e meta-análise de 2016 — financiada pela Monsanto — não encontrou relação causal de exposição ao glifosato com nenhum tipo de câncer linfohematopoiético, incluindo LNH. De acordo com esse estudo, quando associações estatísticas fracas foram encontradas, estas observações podem ser atribuídas a viés e a fatores de confusão, devido a trabalhadores normalmente estarem expostos a outros produtos potencialmente carcinogênicos. A revisão relatou que estudos indicando um efeito entre o uso de glifosato e linfoma não-Hodgkin têm sido criticados por não considerar estes fatores, bem como a qualidade subjacente dos estudos sob revisão, ou se a relação é causal ou meramente correlacional.

Meio ambiente

Quando o glifosato foi lançado como um herbicida comercial na década de 1970 ele trouxe uma novidade: ao contrário do padrão de qualidade esperada de um herbicida de ter uma molécula seletiva, resistente a intempéries e persistente no solo, o glifosato era apresentado como um herbicida de amplo espectro com uma molécula que se degradava rapidamente quando exposta a chuva e sol. As qualidades marcando contraponto aos herbicidas estabelecidos no mercado (supostas baixa toxidade, rápida eliminação ambiental, eliminação do amplo espectro de vegetações) fizeram do produto da Monsanto, o Roundup, um grande sucesso comercial.

O glifosato liga-se fortemente ao solo, portanto a poluição dos aquíferos seria limitada. Glifosato é rapidamente degradado por micróbios no solo, produzindo ácido aminometilfosfônico (AMPA, que, assim como o glifosato liga-se fortemente ao solo). Apesar de ambos o glifosato e o AMPA serem detectáveis em corpos de água, parte do AMPA detectado pode ser resultado da degradação de detergentes. Contudo, no decorrer dos anos e com a melhoria técnica da precisão das análises e redução dos custos, sabemos que, embora degradável, o glifosato, tal como muitos herbicidas e inseticidas (inclusive vários banidos há anos, como o DDT), está presente no ar, chuva, águas superficiais e subterrâneas, no mar, nos alimentos e bebidas, na urina e no sangue e até mesmo em amostras de marijuana ou em medicamentos.

Na Argentina, o uso massivo do glifosato provocou a aparição de resistência, levando a um aumento progressivo das doses usadas, e assim a uma desvitalização e perda de fertilidade do solo.[carece de fontes?]

O glifosato é geralmente menos persistente na água do que no solo. Foi observada uma persistência 12 a 60 dias nas águas das lagoas canadenses; no entanto, no norte dos Estados Unidos, foi observada uma persistência superior a um ano em sedimentos lacustres analisados em Michigan e Oregon. Glifosato, em baixas concentrações, também tem sido encontrado em muitos córregos e rios dos Estados Unidos e da Europa .[ligação inativa]

Segundo um estudo de 2003, abrangendo várias formulações de glifosato, "as avaliações de risco baseadas em concentrações estimadas e observadas de glifosato, resultantes da sua utilização contra plantas indesejáveis, em pântanos ou áreas encharcadas, mostraram que o risco para os organismos aquáticos é insignificante ou pequeno, se as taxas de aplicação forem inferiores a 4 kg / ha, e ligeiramente maior, se as taxas de aplicação forem de 8 kg / ha".

Uma meta-análise de 2013 também analisou os dados disponíveis relacionados com potenciais impactos dos herbicidas à base de glifosato sobre os anfíbios. De acordo com os autores, a utilização de pesticidas à base de glifosato não pode ser considerada como a principal causa do declínio dos anfíbios, já que a maior parte desse declínio ocorreu antes do uso generalizado de glifosato ou até em áreas tropicais intactas, com exposição mínima ao glifosato. Os autores recomendam maiores estudos sobre as espécies e o estágio de desenvolvimento da toxicidade crônica, bem como dos níveis de glifosato ambientais, com monitoramento contínuo dos dados, para que se possa determinar se o glifosato tem algum papel no declínio dos anfíbios em todo o mundo - e qual seria esse papel. Sugerem também incluir os anfíbios em baterias de testes padronizados.

As formulações de glifosato contendo surfactantes são muito mais tóxicas para anfíbios e peixes do que o glifosato isoladamente, por isso, produtos com glifosato para uso aquático geralmente não usam surfactantes.

As formulações de glifosato podem conter certos componentes ditos "inertes" ou coadjuvantes, que muitas vezes não são informados, já que a legislação de diversos países não exige que esses ingredientes sejam revelados. Segundo um estudo publicado em 2010, o glifosato comercial causou falhas neurais e malformações craniofaciais em rãs-de-unhas-africanas (Xenopus laevis). Nos experimentos foram usados embriões de rã que foram incubados em uma solução comercial de glifosato com diluição de 1:5000. Os embriões sofreram redução do tamanho do corpo, alterações na morfologia do cérebro, redução dos olhos, alterações dos arcos branquiais e da placa neural, entre outras anomalias do sistema nervoso. Os autores sugerem que o próprio glifosato tenha sido responsável pelos resultados observados pois a injeção de glifosato puro produziu resultados similares em embriões de galinha.

A Monsanto e outras empresas oferecem produtos de glifosato com diferentes tipos de surfactantes especificamente formulados para uso aquático. A Monsanto produz o "Biactive" e o "AquaMaster".[ligação inativa][ligação inativa] Em 2001, os efeitos do Vision®, da Monsanto, foram estudados em áreas pantanosas do Canadá. Verificou-se mortalidade significativa quando as concentrações foram superiores aos limites estabelecidos pelas autoridades canadenses. Além disso foi constatado que fatores locais, tais como pH e a presença de sedimentos em suspensão, afetavam substancialmente a toxicidade nas larvas de anfíbios testadas . Mas, em geral, "os resultados sugerem que o uso silvicultural do herbicida Vision®, quando feito de acordo com o rótulo do produto e com as normas ambientais canadenses, tenha efeitos adversos desprezíveis sobre as fases de vida larval de anfíbios nativos."

Resistência ao glifosato

Nas culturas agrícolas desejadas

A história da resistência de culturas agrícolas ao glifosato é boa parte da história da Monsanto e de seus pesquisadores. Dentre eles, estava Ernie Jaworski na década de 1970 observando em laboratório a correlação entre a privação de certos aminoácidos em plantas sob o efeito do glifosato. Jaworski, nascido em 1926, em Minneapolis, filho de imigrantes poloneses e doutor pela Universidade de Oregon em 1952, trabalhava como pesquisador para a Monsanto quando a empresa surpreendia o mercado ao lançar um herbicida de amplo espectro de grande sucesso comercial, o Roundup.

Em 1980, Amrhein, um pesquisador da Alemanha descobriu a relação entre a inativação de uma enzima com o colapso da planta causado pela molécula do glifosato, abrindo caminho para que os cientistas Ernie Jaworski e o jovem Robb Fraley iniciassem as pesquisas de transgenia e seleção de plantas com alta tolerância ao efeito bioquímico da molécula do glifosato.

Em 1981 o cientista Luca Comai logrou isolar uma colônia de bacterias do gênero salmonella (posteriormente publicado e descrito todo o processo bioquímico na revista Nature, em 1985) que se revelaram tolerantes ao glifosato e tais resultados foram quase imediatamente perseguidos pelos cientistas da Monsanto que em 1985, com Rob Horsch dirigindo as pesquisas, lograram isolar uma colônia de bacterias, a agrobacterium tumefaciens, tolerante ao glifosato para futura transgenia dele para o material genético da planta agrícola que se buscava desenvolver.

Canhão de ADN.

A Monsanto seguiu com as pesquisas, buscando, associado a uma postura comercial agressiva de direito à patente intelectual, isolar um gene ideal de uma bacteria para a transgenia de plantas resistentes, feito que conseguem realizar coletando amostras de bacterias em lagoas ao oeste de New Orleans, próximas da sua fábrica de produção de Roundup, a Monsanto Luling plant. Em 1989 a Monsanto conseguiria o material genético assegurado em segredo industrial para dar início a sua linha de sementes resistentes ao glifosato.

O desenvolvimento das sementes de transgenia resistentes ao glifosato teria o seu início com a soja transgênica criada por John Sanford e Edward Wolf, em maio de 1987, com auxílio de sua gene gun (ou canhão de ADN) , um equipamento idealizado por eles e por Nelson Allen para bombardear as células com partículas, capazes de penetrar a parede celular e alterar o ADN.

Na corrida das patentes de transgenia para desenvolver produtos comerciais resistentes a herbicidas, a Agrocetrus associada à Asgrow convenceram a Monsanto e juntas criaram as primeiras sementes de soja transgênica. Em 1994 a soja transgênica resistente ao glifosato era inaugurada como produto comercial. A Monsanto afirmou aos reguladores que o seu novo sistema — o herbicida combinado com as culturas tolerantes ao herbicida — deveria poupar combustível, e poderia reduzir o uso de herbicidas, uma declaração que se revelaria incorreta. De facto, a utilização de herbicidas disparou durante os vinte anos que se seguiram à introdução do sistema, gerando lucros enormes para a Monsanto.

Nas ervas daninhas indesejadas

As ervas daninhas, que supostamente os produtos â base de glifosato deveriam aniquilar completamente, foram desenvolvendo com o tempo resistência ao glifosato, um fenómeno esperado e já bem conhecido dos agricultores.

Amaranthus palmeri. Considerada uma praga, é, por ironia, comestível e bastante nutritiva.

As assim chamadas "super ervas daninhas", plantas vigorosas que podem atingir vários metros de altura, sufocando as culturas, tornaram-se um problema importante, exigindo maiores custos em mão-de-obra e produtos químicos adicionais e em perda de produção. A lista destas plantas cresce contínuamente, e à data de um dos estudos sobre o assunto, em 2014, eram achadas já vinte e nove.

Amaranthus palmeri, uma dessas plantas, é bastante robusta, podendo crescer cinco centímetros por dia. O amaranto desenvolveu também resistência a muitos outros tipos de herbicidas, e pode atingir dois metros de altura, com um caule resistente que pode danificar as máquinas agrícolas. Outra erva daninha que se espalha rapidamente, o Amaranthus tuberculatus (waterhemp) pode crescer cerca de dois centímetro e meio por dia e atingir uma altura de mais de 3 metros. Cada planta gera aproximadamente 250 mil sementes, que podem adormecer no solo durante quatro anos antes de brotar.

Agravando o problema, várias ervas daninhas desenvolveram resistências múltiplas, não só ao glifosato, mas também a outros tipos de pesticidas. Para resolver essa dificuldade, a indústria agroquímica sugere o uso de cocktails de herbicidas com diferentes modos de ação. No entanto, talvez o uso indiscriminado ou o excesso de confiança nessa tecnologia possa resultar em problemas ainda mais complexos.

Descrição bioquímica

Alguns microrganismos possuem uma forma de 5-enolpiruvoil-shikimato-3-fosfato sintetase (EPSPS) resistente ao glifosato. A versão usada nas culturas geneticamente modificadas foi isolada da cepa C4 da Agrobacterium que era resistente ao glifosato. O gene CP4 EPSPS foi clonado e inserido na soja.[carece de fontes?]

O gene CP4 EPSPS foi manipulado para expressão em plantas pela fusão de sua parte terminal com um peptídeo de cloroplasto obtido de outra planta, no caso a petúnia. Este peptídeo demonstrara anteriormente a habilidade EPSPS bacterial para os cloroplastos de outras plantas. O plasmídeo utilizado para transportar o gene para dentro da soja foi o PV-GMGTO4. Ele possui três genes de bactérias: dois genes PC4 EPSPS, e um gene marcador, de Escherichia coli, que codifica a beta-glucuronidase (GUS).[carece de fontes?]

Foi usado o método de aceleração de partículas para injetar o gene no cultivar A54O3 da soja. A expressão do gene GUS foi testada por um método de coloração, e as plantas que apresentaram o gene GUS foram pulverizadas com glifosato para testar sua tolerância.[carece de fontes?]

Culturas geneticamente modificadas

Em 1991 começou a ser vendida a soja geneticamente modificada. Em 2004 o glifosato era usado em 80% das plantações de soja dos EUA para eliminar ervas.[carece de fontes?]

Nomes comerciais

Inicialmente produzido pela Monsanto com o nome de Roundup, o produto não está mais sob patente e agora é vendido sob vários nomes, como TOP UP48 na Tailândia ou Mata-Mato, no Brasil.

Outros usos na Colombia

Entre 1994 e 2015, o glifosato foi um dos herbicidas pulverizados nos campos de coca da Colômbia em territórios dominados por traficantes e pelas FARC, como parte do Plano Colômbia, que visava erradicar o cultivo das plantas usadas na fabricação da cocaína. Outros países, como Equador e Peru, também fizeram uso de pulverização aérea com este mesmo fim. Em 2016, menos de um ano após a interrupção da pulverização aérea, a área utilizada para plantação de coca havia aumentado em mais de 50%, e ao final de 2017 o país voltava a bater recordes de produção de cocaína.

Estima-se que, de 2000 a 2006, cerca de 750 mil hectares foram pulverizados, afetando as populações e envenenando milhares de pessoas entre as várias comunidades indígenas.

Em Janeiro de 2002, uma ONG dos Estados Unidos, a Earthjustice (uma ONG dos EUA), apresentou uma queixa à Comissão dos Direitos Humanos da ONU. A organização fez uma lista de todos os danos que tinha podido observar no terreno, resultantes da pulverização: "perturbações gastro-intestinais (por exemplo, hemorragias graves, náuseas e vómitos), inflamação testicular, febres altas, tonturas, doenças respiratórias, erupções cutâneas e irritação ocular grave. A pulverização também pode ter causado defeitos congénitos e abortos". Além disso, "a pulverização destruiu mais de mil e quinhentos hectares de culturas legais (como mandioca, milho, tomate, cana-de-açúcar) e árvores de fruto, provocou a morte de vários animais e contaminou as águas.

O herbicida utilizado foi o Roundup Ultra, numa concentração superior em mais de cinco vezes à permitida legalmente em território norte.americano.

Condenações judiciais

Em Junho de 2018, no processo judicial Johnson v. Monsanto Co., Dewayne Johnson, um antigo jardineiro de uma escola da Califórnia, de 46 anos, que está a morrer de linfoma não-Hodgkin, levou a Monsanto (que tinha sido adquirida pela Bayer no início desse mês) a julgamento no tribunal superior do condado de São Francisco, alegando que esta passou décadas a esconder os perigos cancerígenos dos seus herbicidas Roundup. O juiz ordenou que os jurados fossem autorizados a considerar tanto as provas científicas relacionadas com a causa do cancro de Johnson como as alegações de que a Monsanto suprimiu provas dos riscos, com possíveis indemnizações punitivas. Em Agosto de 2018, o júri atribuiu a Johnson 289 milhões de dólares de indemnização. A Monsanto disse que iria apelar, dizendo que estavam confiantes de que o glifosato não causa câncer quando usado de forma adequada. Em recurso, o prêmio foi reduzido para $ 78.5 milhões em Novembro de 2018, e posteriormente reduzido ainda para $ 21.5 milhões em julho de 2020.

Em Março de 2019, Edwin Hardeman, de 70 anos de idade, recebeu 80 milhões de dólares numa ação judicial alegando que o Roundup foi um fator substancial no seu cancro, resultando em lojas Costco interrompendo as vendas do produto. Em julho de 2019, o juiz distrital dos EUA Vince Chhabria reduziu o valor da indemnização para $ 26 milhões. Chhabria afirmou que a sentença era apropriado porque as evidências "apoiavam facilmente a conclusão de que a Monsanto estava mais preocupada em reprimir as investigações de segurança e manipular a opinião pública do que em garantir que seu produto fosse seguro". Chhabria afirmou que existem provas dos dois lados sobre o glifosato causar cancro e que o comportamento da Monsanto mostrou "uma falta de preocupação com o risco de o seu produto poder ser cancerígeno".

Em 13 de Maio de 2019, um júri da Califórnia ordenou à Bayer que pagasse um bilião de dólares de indemnização, a Alva e Alberta Pilliod, de Livermore, depois de concluir que a empresa não tinha informado adequadamente os consumidores sobre a possível carcinogenicidade do Roundup. Em 26 de Julho , um juiz do condado de Alameda reduziu a sentença para 86,7 milhões de dólares, afirmando que a sentença do júri excedia os precedentes legais. Mas afirmou que: "Neste caso, há provas claras e convincentes de que a Monsanto fez esforços para impedir, desencorajar ou distorcer a investigação científica e a ciência resultante".

Legalização

Em 2017, Laura Vandenberg (e outros) citaram um aumento de 100 vezes no uso de herbicidas à base de glifosato de 1974 a 2014, sendo de esperar um aumento adicional devido ao aparecimento generalizado das infestantes resistentes ao glifosato, e utilizações pré-colheita como dessecantes. As actuais avaliações de segurança baseiam-se em estudos realizados há mais de 30 anos. Os autores apontam a possibilidade de que as misturas de herbicidas provavelmente tenham efeitos que não são previstos apenas pelo estudo do glifosato. Eles recomendaram que os padrões de segurança atuais fossem atualizados, escrevendo que os padrões correntes "podem não proteger a saúde pública e o meio ambiente".

América Latina

Brasil

De maio a junho de 2019, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu uma consulta pública sobre o glifosato Participaram da pesquisa 4.602 pessoas, sendo 11 de fora do país. Entre as participações do Brasil, os estados de São Paulo (1221), Paraná (836) e Rio Grande do Sul (522) foram os que mais responderam à consulta, a maioria dos brasileiros pediram a proibição. no entanto, a ANVISA reclassificou o glifosato como não sendo de alto potencial carcinogênico em humanos. Em estudo inédito nesse mesmo período, os herbicidas paraquate e glifosato levaram cinco pessoas por semana ao atendimento médico de emergência entre 2010 e 2019, causando a morte de 214 brasileiros na última década, o levantamento da Agência Pública e da Repórter Brasil revelou que os dois herbicidas lideram a lista de agrotóxicos permitidos no Brasil que mais intoxicaram e mataram na última década e que 92% das mortes causadas por esses produtos foram classificadas como suicídio.

Em agosto de 2022, o Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) e a Câmara de Comércio Exterior (Camex) reduziram os impostos de importação do glifosato e seu sal de monoisopropilamina.

Europa

Portugal

O glifosato é o herbicida mais vendido em Portugal, em 2012 aplicaram-se no país, para fins agrícolas, mais de 1400 toneladas de glifosato, e esse consumo tem vindo a aumentar: entre 2002 e 2012 o uso de glifosato na agricultura mais do que duplicou.

O glifosato, comercializado em Portugal em diferentes formulações pela Monsanto, Dow, Bayer e Syngenta, entre outras, também é vendido livremente para uso doméstico em supermercados, hortos e outras lojas e é usado com abundância por quase todas as autarquias para limpeza de arruamentos (uma das vias importantes de exposição das populações, segundo a Agência Internacional de Pesquisas em Cancer (IARC)).

Ver também

Bibliografia

  • Charles, Daniel (2002) - Lords of the Harvest: biotech, big money, and the future of food - Basic Books
  • Gillam, Carey (2017) - Whitewash The story of a weed killer, cancer, and the corruption of science - Island Press
  • IARC ( International Agency for Research on Cancer)- (2017) - Some Organophosphate Insecticides and Herbicides - IARC Monographs on the Evaluation of Carcinogenic Risks to Humans - Volume 112 - IARC
  • Inserm -Institut national de la santé et de la recherche médicale (2021) - Pesticides et effets sur la santé : Nouvelles données - Éditions EDP Sciences
  • Robin, Marie-Monique (2010) - The world according to Monsanto: pollution, corruption, and the control of the world’s food supply - The New Press

Ligações externas


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