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Raça (categorização humana)

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Raça pode ser entendida como um constructo social, usado para distinguir pessoas em termos de uma ou mais marcas físicas. Em outras palavras, raça é uma categoria usada para se referir a um grupo de pessoas cujas marcas físicas são consideradas socialmente significativas. Desse modo, raça é um importante instrumento analítico para a sociologia, pois entende-se que as percepções e concepções de raça podem afetar e organizar a vida social das pessoas, sendo responsável principalmente pela criação e manutenção de um sistema de desigualdade social.

Usado em primeiro lugar para se referir a falantes de uma idioma comum e, posteriormente, para denotar filiações nacionais. No século XVII, iniciou-se o uso do termo para relacionar os traços físicos observáveis das pessoas. Tal uso promoveu hierarquias favoráveis ​​a diferentes grupos étnicos. A partir do século XIX, o termo passou a ser usado frequentemente, em um sentido taxonômico, para designar as populações humanas geneticamente diferentes, definidas pelo fenótipo. As concepções sociais e agrupamentos de raças variaram ao longo do tempo, envolvendo taxonomias populares que definem tipos essenciais de indivíduos com base em traços observáveis. Os cientistas consideram o essencialismo biológico obsoleto, e, geralmente, desencorajam explicações raciais para diferenciações coletivas em relação a traços físicos e/ou comportamentais.

Mesmo que haja um amplo consenso científico de que conceituações essencialistas e tipológicas de raça em humanos sejam insustentáveis​, cientistas de todo o mundo continuam a conceituar o termo "raça" de maneiras muito diferentes, algumas das quais com implicações essencialistas. Embora, por vezes, alguns pesquisadores usem o conceito de "raça" para fazer distinções entre conjuntos difusos de traços físicos, outros na comunidade científica sugerem que a ideia de raça muitas vezes é usada de uma maneira ingênua ou simplista e argumentam que, entre os seres humanos, o termo não tem importância taxonômica, apontando que todos os humanos vivos pertencem à mesma espécie (Homo sapiens) e subespécie (Homo sapiens sapiens).

Desde a segunda metade do século XX, as associações do conceito de raça com ideologias e teorias que se desenvolveram a partir do trabalho de antropólogos e fisiologistas do século XIX, tornou o uso da palavra "raça" em si problemático. Apesar de ainda ser usado em contextos gerais, a palavra raça tem sido muitas vezes substituída por outras palavras que são menos ambíguas e emocionalmente carregadas, como populações, povos, grupos étnicos ou comunidades, dependendo do contexto

Conceito de raça

Alguns estudiosos argumentam que embora "raça" seja um conceito taxonômico válido em outras espécies, não pode ser aplicada a humanos. Muitos cientistas têm argumentado que definições de raça são imprecisas, arbitrárias, oriundas do costume, possuem muitas exceções, têm muitas gradações e que o número de raças descritas varia de acordo com a cultura que está fazendo as diferenciações raciais; assim, rejeitaram a noção de que qualquer definição de raça pertinente a humanos possa ter rigor taxonômico e validade. Hoje em dia, a maioria dos cientistas estudam as variações genotípicas e fenotípicas humanas usando conceitos tais como "população" e "gradação clinal". Muitos antropólogos debatem se enquanto os aspectos nos quais as caracterizações raciais são feitas podem ser baseados em fatores genéticos, a ideia de raça em si, e a divisão real de pessoas em grupos de características hereditárias selecionadas, seriam construções sociais.

A subdivisão racial da Europa em nórdicos, alpinos e mediterrâneos, segundo a desacreditada teoria eugenista de Madison Grant, no livro The Passing of the Great Race (1916).
Um antropólogo que propusesse usar a raça como uma maneira séria de descrever a variabilidade humana seria ridicularizado pela profissão - não por razões de correção política, mas porque a ideia mostra uma evidente ignorância da biologia. Há mais de 60 anos, M. F. Ashley Montagu demoliu o conceito de "raça" em seu livro O Mito Mais Perigoso do Homem: A Falácia da Raça (1945). No entanto, como muitas más ideias, persiste a noção de que existe algum propósito útil em classificar a humanidade em cinco, seis ou uma dúzia de raças. Mas persiste à margem da antropologia, entre os livros de ciências populares e na imaginação não científica. Os seres humanos compartilham um ancestral comum muito recente para que haja muitas diferenças biológicas profundas entre nós. Do ponto de vista evolutivo, somos todos africanos.

Raças e etnias são uma construção social, que são inventadas e manipuladas, dependendo dos interesses de determinada sociedade. Exemplo disso é que a quantidade de raças humanas existentes varia no decorrer do tempo. Até meados do século XX, os europeus eram divididos em diferentes sub-raças: nórdicos predominando no Norte, alpinos no Centro e mediterrâneos mais ao Sul. Em 1916, no livro The Passing of the Great Race (A extinção da grande raça), o eugenista Madison Grant escrevia que os casamentos entre os nórdicos "superiores" e os alpinos e mediterrâneos "inferiores" debilitavam a raça superior através da mestiçagem. Essa divisão racial dos europeus influenciou o Congresso dos Estados Unidos que, em 1924, aprovou uma lei restritiva de imigração (lei de quotas), a qual favorecia a entrada de nórdicos e limitava a entrada de imigrantes oriundos do Sul e do Leste da Europa, como italianos, gregos, eslavos e judeus, conforme Madison Grant desejava. Posteriormente, essa subdivisão racial dos europeus caiu em desuso.

Classificações raciais são frequentemente feitas com base em características físicas escolhidas arbitrariamente, como cor da pele e textura do cabelo. Porém, nos Estados Unidos, pelo menos até meados do século XX, uma pessoa de pele branca, olhos azuis e cabelos loiros, poderia ser considerada "negra", caso tivesse alguma ascendência africana publicamente conhecida. Isso deve-se à imposição da regra de uma gota pelo governo americano, quando passou a ser necessário definir quem era negro, com o advento da segregação racial com as Leis de Jim Crow. Já no Brasil e no resto da América Latina, classificações raciais sempre foram mais fluidas e fortemente baseadas na cor da pele, havendo, entre o branco e o negro, uma enorme gradação de cores de pele. Por sua vez, na Europa, historicamente a população é dividida muito mais em termos de religião, idioma ou nacionalidade do que em termos de aparência física. No Continente Africano, as divisões são fortemente feitas com base em grupos tribais e na Índia em castas.

Raça é influenciada inclusive pela condição socioeconômia do indivíduo. Em muitas partes da América Latina, ser branco é mais uma questão de status socioeconômico do que características fenotípicas específicas, e costuma-se dizer que na América Latina "o dinheiro embranquece". Porém, esse fenômeno não é exclusivo da América Latina. Nos Estados Unidos da segregação racial, mestiços de pele morena, mas bem vestidos e que falassem bem, conseguiam passar-se por descendentes de italianos ou portugueses, enquanto eles seriam classificados como negros se aparentassem ser pobres e falassem com um dialeto rural. Essa tática era denominada passing.

Raças podem ser inventadas e extintas, conforme interesses políticos. Na Bolívia, o presidente Evo Morales mandou eliminar a categoria "mestiço" do censo de 2012, para, segundo os críticos, forçar um maior número de bolivianos a identificarem-se como "indígenas" e, assim, aumentar a legitimidade do seu governo pautado por um discurso indigenista. No Brasil, grupos racialistas tentaram inúmeras vezes eliminar a categoria intermediária "parda" dos censos, mas não conseguiram, devido às reações contrárias. Nos Estados Unidos, a categoria "mulato" foi eliminada a partir de 1910, para forçar todas as pessoas de sabida ascendência africana a identificarem-se como negras. Curiosamente, estabeleceu-se uma exceção para a ascendência indígena, para abarcar as família ricas da Virgínia que afirmavam descender da índia Pocahontas: definiu-se que eram "brancos" aqueles que tivessem 1/16 de sangue indígena ou menos, mas qualquer gota de sangue negro impedia o status de ser branco. Também nos Estados Unidos, foi inventada a categoria étnica "hispânico ou latino", que abarca sob uma mesma categoria pessoas de países com demografias tão diferentes entre si quanto Argentina, República Dominicana ou Guatemala, e até mesmo europeus da Espanha às vezes são tratados como "pessoas de cor".

Na França, devido ao trauma das políticas raciais nazistas durante a II Guerra Mundial, quando muitos judeus franceses foram mortos em campos de concentração, o governo não conta a população por raça ou etnia desde 1978, quando foi aprovada uma lei que impede que os franceses sejam enumerados por essas categorias sem o seu consentimento ou a isenção do comitê estadual. Em parte, essa tendência pode ser explicada pelas tradições revolucionárias e republicanas francesas de tratar todos os cidadãos de forma igual perante a lei.

Já outros países têm pesquisas que perguntam a sua população a que raça ou etnia ela pertence. O número de raças e etnias varia enormemente de país para país. Em Cuba, por exemplo, o censo tem apenas três opções (branco, negro e mulato ou mestiço). No Brasil, há cinco opções (branco, preto, pardo, amarelo e indígena), ao passo que no Peru há catorze e, na Bolívia, há 40 opções de etnias e raças.

A tabela abaixo mostra as categorias raciais e étnicas escolhidas nos censos de alguns países:


"Raças" e etnias nos censos de diferentes países
Brasil Estados Unidos Cuba Reino Unido África do Sul Peru
Branco Branco Branco Branco Branco Branco
Preto Negro

ou afro-americano

Negro Negro Africano Afrodescendente
Pardo Índio americano

ou nativo do Alaska

Mulato ou mestiço Mestiço Coloured Mestiço
Amarelo Asiático Asiático Indiano / Asiático Quéchua
Indígena Nativo do Havaí

ou de outras ilhas do Pacífico

Outro Aimará
Hispânico ou latino Nativo ou indígena

da Amazônia

Parte de outro povo

indígena ou originário

Asháninka
Shipibo Konibo
Nikkei
Awajún
Tusan
Outro
Não sabe

Histórico

Antiguidade

Um líbio, um núbio, um sírio e um egípcio, representados por um artista desconhecido em um mural na tumba de Seti I.

A primeira diferenciação conhecida de grupos humanos fundamentada em suas características físicas aparentes é, sem dúvida, a dos antigos egípcios: Os Rot ou Egípcios, com cabelo crespo e pintados em vermelho (em hebraico אדום podendo significar, ou aparecer em literatura antiga ruivo, como David); os Namou, amarelos com nariz aquilino; os Nashu, negros com cabelos crespos; os Tamahou, loiros de olhos azuis. Mas esta classificação só se aplicava às populações vizinhas ao Egito.

O Antigo Testamento dividia os homens em filhos de Cam, filhos de Sem e filhos de Jafé. Aqui também só se trata dos povos que eram conhecidos pelos judeus. É entretanto nessas três categorias que durante a Idade Média tentou-se encaixar todos os homens que os viajantes identificavam existir na face da Terra.

Entre os gregos da antiguidade as divisões entre povos existiam, mas não eram fundamentadas em critérios biológicos absolutos. Assim, o que faz a diferença entre um grego e um bárbaro não é sua origem, mas sim seu conhecimento da cultura e língua gregas. Existem por exemplos filósofos gregos de origem semítica (como Zenão de Cítio, descrito como um homem de pele morena), sem que isso tenha levado à discriminação (por mais que os gregos zombassem dos erros no uso de sua língua).

Era clássica

No final do século XV o fim da reconquista na Península Ibérica vê o surgimento da ideia de uma "pureza de sangue" (limpieza de sangre) que deveria ser protegida da "sujeira" dos descendentes de judeus sefaraditas, e mouros árabes. Outro debate surge ainda na época da descoberta das Américas, particularmente na controvérsia de Valladolid: onde encaixar, nas teorias existentes, os indígenas do novo mundo? As primeiras "justificativas" da ideia de diferenças, físicas e de civilização, levadas a uma inferiorização do estrangeiro, consistiriam em sustentar que eles não teriam alma, e por conseguinte, não seriam seres humanos. O mesmo seria dito a seguir para justificar o tráfico negreiro.

Na era clássica a noção de "raça" faz sua aparição no discurso da "guerra de raças" estudado por Michel Foucault em sua obra Em defesa da sociedade (1975-1976). Henri de Boulainvilliers (Essai sur la noblesse de France -- Ensaio sobre a nobreza da França -- 1732) é um de seus representantes. Este discurso se distingue amplamente do racismo biológico do século XIX pois concebe a "raça" como um dado histórico e não essencial. Além disso ele opõe no seio da nação francesa duas raças, os Galo-Romanos (franceses do Sul e Sudoeste) e os Francos (franceses do Norte e Nordeste). Membros da aristocracia, estes últimos reinariam na França em virtude do direito de conquista, e a história da França seria a história do enfrentamento dessas duas raças, uma autóctone (os Galo-Romanos, considerados uma raça inferior), a outra alóctone (os Francos, considerados superiores).

O termo "raça" era usado então de forma metafórica para designar uma ou outra população específica. Assim como em Corneille ao escrever de futuras gerações nas suas Stances à Marquise:

Chez cette race nouvelle
Où j'aurai quelque crédit
Vous ne passerez pour belle
Qu'autant que je l'aurai dit.

Era moderna

As diferenças visíveis entre diferentes tipos físicos dentre os grupos humanos, descendentes do Homo sapiens produziram, na era da ciência moderna—correspondente à descoberta do "novo mundo" onde foram descobertas novas populações—tentativas que visavam classificar a espécie humana em função de "raças", descritas geralmente segundo a cor da pele. Outros critérios apareceriam progressivamente, com a emergência da antropologia física, da antropometria, etc.

As ciências naturais se iniciam pelo estabelecimento das classificações, a fim de catalogar e depois comparar os seres vivos. No século XVIII, Buffon e Lineu eram os principais naturalistas. Os seres vivos eram classificados por espécies e sub espécies, famílias, gêneros, mas trata-se apenas do estudo das plantas e animais, e se mais tarde usariam a palavra "raça", ela fica reservada apenas aos animais domésticos.

Com Lineu aparece pela primeira vez uma classificação com orientação "científica". Na décima edição de seu Systema naturae (1758), a que embasa todas as questões de nomenclatura, o estudioso sueco divide o homo sapiens em quatro grupos fundamentais.

Ainda que no passado os homens, sensíveis às diferenças visíveis entre os seres humanos os tenham classificado em grupos usando essencialmente a divisão por cor da pele, a noção de "raça", entendida em termos biológicos, é bastante tardia. Pertence a um período inicial da ciência moderna e deriva da prática de classificação em espécies e subespécies, que inicialmente só era aplicada a vegetais e animais (Lineu, século XVII).

Século XIX

É somente no século XIX que se começa a falar de raças dentro da espécie humana. Foi o Conde de Gobineau que popularizou, em meados do século XIX, um novo significado, em seu ensaio racista Essai sur l'inégalité des races humaines ("Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas", 1853-1855), no qual toma partido a favor da tese poligenista segundo a qual a humanidade poderia ser dividida em várias raças distintas, as quais seriam, outrossim, passíveis de serem tratadas numa base hierárquica.

O racialismo ou racismo científico, tornou-se a partir daí a ideologia predominante nos meios eruditos, na antropologia física etc, em conjunto com o evolucionismo, com o darwinismo social e com as teorias eugênicas desenvolvidas por Francis Galton. A tentativa de prover um discurso científico para os preconceitos racistas (aquilo que Canguilhem denominaria "ideologia científica"), seria fortemente desacreditado após o genocídio dos judeus da Europa praticado pela Alemanha Nazista.

A segmentação artificial em "raças humanas" disseminou-se amplamente na época do nacionalismo inflamado, que deu lugar à proclamação de ideologias racistas em nome da ciência. Certos trabalhos, tais como o Dictionnaire de la bêtise et des erreurs de jugement, de Bechtel e Carrière, mostram que estes preconceitos eram exercidos simultaneamente entre vários países europeus. Médicos franceses, por exemplo, "explicavam" que os Alemães urinavam pelos pés!

Na segunda metade do século XX, esta ideia foi pouco a pouco sendo abandonada sob três influências: ambiguidade do termo e ausência de base científica (demonstradas graças ao avanço da biologia e da genética); papel desempenhado por estas ideias nos quinze anos do regime nazista; obras de Claude Lévi-Strauss e Franz Boas, os quais transformaram a antropologia e lançaram luz sobre os fenômenos do etnocentrismo inerentes a todas as culturas.

Em meados dos anos 1950, a UNESCO recomendou que o conceito de "raça humana", não científico e que levava à confusão, fosse substituído por grupos étnicos, o qual insiste fortemente nas dimensões culturais dentro da população humana (língua, religião, costumes, hábitos etc). Todavia, as tentativas racistas persistem, como bem o demonstram os recentes debates sobre a publicação de "The Bell Curve" (1994), de Richard Herrnstein e Charles Murray, que afirmam ter estabelecido uma correlação científica entre "raça" (no caso, negros e brancos) e inteligência.

Estes preconceitos racistas também são encontrados entre certos partidários da sociobiologia, que visam demonstrar a origem genética dos comportamentos sociais e dentro da nova direita francesa.

Hoje em dia, o termo continua a alimentar debates "à volta" da biologia, embora a maioria dos cientistas prefiram o conceito de população para qualificar um grupo humano, seja ele qual for. Também tende a desaparecer de outras ciências, como antropologia e etnologia, a favor da noção predominantemente cultural de grupo étnico. Se falará, assim, de populações geográficas em biologia e diferenças entre culturas em antropologia e etnologia. O conceito de raça não possui hoje, 2007, nenhuma utilidade no que toca à humanidade. No entanto, continua a ser empregado no mundo anglo-saxão e não desapareceu completamente do texto legislativo francês. Isto põe em questão o fenômeno da "raça" enquanto construção social, problema que está no âmago dos race studies feitos nos Estados Unidos (estudos relacionados às críticas ao pós-colonialismo) e aos gender studies (que estudam o gênero como uma construção social).

Considerações linguísticas

A expressão em inglês "the human race" é por vezes traduzida como "a raça humana" nas obras em português. A tradução correta desse falso cognato seria "A espécie humana" ou então "O gênero humano": não existe nenhuma espécie conhecida que se desdobre em raças, uma delas sendo a humana. Em Le racisme expliqué à ma fille Tahar Ben Jelloun escreveu:

Isso estaria de acordo com a proposta feita pela UNESCO logo após a Segunda Guerra Mundial de utilizar o termo por "grupo étnico", mais adequado cientificamente e que inclui os componentes culturais, em substituição ao termo vago e confuso "raça", que não tem definição precisa.

Desde as origens, a noção de "raça" servia para definir o estrangeiro, o outro, diferente e inferior, que pode ser por isso maltratado sem mais consequências. O questionamento da noção de "raça humana", pretensamente científica porque se apoiaria em classificações anteriormente instauradas para as espécies vivas, veio tardiamente. Recorrer a este termo para os humanos sempre esteve ligado a questões políticas, com utilização dominadora.

Se esta noção traz problemas é porque ela já foi utilizada, sob supostos fundamentos científicos, por alguns autores que, ao confundir os registros do biologia e da cultura, desenvolveram no final do século XIX uma ideologia nova, o racismo. É a suposta "teoria" de uma hierarquia de raças. Ela foi iniciada pelo Conde de Gobineau, em seu Essai sur l’inégalité des races humaines (Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas, 1853-55) que prega a superioridade da raça branca sobre os demais povos. Ali ele inventa o mito do Ariano e foi um dos primeiros a fundamentar a classificação racial não nas taxas de melanina no corpo (a pigmentação da epiderme) mas sim nas condições geográficas e climáticas. Para tanto ele dividiu a humanidade em três raças distintas, a "raça branca" (Ariana), a "raça amarela" e a "raça negra" (e incluindo ainda a "raça degenerada"), e afirmava que toda mestiçagem era nefasta. Gobineau visitou Wagner em Bayreuth e influenciou seu círculo de Bayreuth, enquanto sua obra fora traduzida para o alemão desde 1898, antes de se tornar uma referência para o nazismo. Nos Estados Unidos ela foi traduzida em 1856 por Josiah Clark Nott, um discípulo de Samuel George Morton e um dos chefes do movimento polygéniste nos Estados Unidos, que afirmava a diferenciação, desde as suas origens, da humanidade em "raças" distintas. Em sua obra The Descent of Man and Selection in Relation to Sex de 1871 Darwin responde aos argumentos poligenistas e criacionistas lançados por Nott, sustentando a monogenia e criticando o darwinismo social.

A distinção entre uma teoria científica, no caso a biologia em seus diversos aspectos, e a utilização que dela pode ser feita (ideológica e política) esta, em princípio, claramente estabelecida hoje em dia por trabalhos dos epistemólogos tais como François Jacob e Georges Canguilhem (que chamam este tema de "ideologia científica") e dos filósofos e antropólogos tais como Claude Lévi-Strauss.

Racialismo

Ver artigos principais: Racialismo, Racismo e Eugenia

O estudo pretensamente científico das raças, ou racialismo, só explode realmente na segunda metade do século XIX, depois de ser iniciado no século das luzes pelos inventores da antropologia, da antropometria e da craniometria. Entre os primeiros teóricos a tentar estabelecer cientificamente a existência de diversas "raças" biológicas em meio à espécie humana podemos citar: Johann Friedrich Blumenbach (De Generis Humani Varietate Nativa 1775), Immanuel Kant (Das diferentes raças humanas 1775), o zoólogo holandês Petrus Camper, o americano Samuel George Morton, Arthur de Gobineau, Paul Broca, Francis Galton, Josiah C. Nott, George Gliddon (esses dois alunos de Morton), William Z. Rippley, seu adversário Joseph Deniker, o eugenista Madison Grant, Georges Vacher de Lapouge, Lothrop Stoddard, Charles Davenport, etc. Essas ideologias científicas se popularizaram principalmente com a ajuda dos zoológicos humanos (Madison Grant, por exemplo, exibe o pigmeu Ota Benga no zoológico do Bronx junto com macacos e um escrito indicando "o elo perdido").

Vale lembrar entretanto que numerosas gerações de estudantes foram educados por esta teoria. A cartilha francesa de 1887, na qual os franceses da época aprendiam história começava assim:

« Distinguem-se três raças humanas:
  • a raça negra (descendentes de Cam) povoou o sul que hoje é a África;
  • a raça amarela (descendentes de Sem) se desenvolveu na Ásia oriental;
  • a raça branca(descendentes de Jafé)seguiram ao leste, hoje Europa;

O demógrafo Hervé Le Bras se interessou pelas modalidades do racialismo e pela raciologia durante seu trabalho sobre a ideologia demográfica. Entre os cientistas e homens poderosos que aprovavam esta ideologia ele destacou Vacher de Lapouge (darwinista social e socialista), Ronald Fisher, (democrata e eugenista), Paul Rivet (que acreditava na hierarquia das raças e era vice-presidente de Liga dos direitos do homem), Alexis Carrel (médico eugenista, fundador de um instituto eugenista durante regime de Vichy).

Escravos judeus

A Europa, e o ocidente em geral, conheceu duas utilizações políticas do conceito de "raça" que hoje em dia são particularmente rechaçadas:

  • a categorização seguida da hierarquização dos grupos humanos serviu de justificativa aos colonizadores europeus para a anexação de novas terras (noção de "raças inferiores"). A experiência de seu encontro com as culturas autóctones era relatada à metropole de forma particularmente parcial: as terras colonizadas eram vistas como repletas de selvagens incultos, inferiores de todos os pontos de vista em relação ao colonizador que, bom e generoso que era, se dedicava em lhes trazer as luzes e benesses da civilização. Essas histórias alimentaram as teorias racistas e justificaram as discriminações de que eram vítimas os povos colonizados. Trata-se do racismo colonial.
  • a noção de "degeneração da raça" foi particularmente usada no discurso eugenista, inicialmente desenvolvido por Francis Galton e levado também para a França por Georges Vacher de Lapouge.
  • o mesmo uso na Alemanha nazista e em seguida na Europa sob seu domínio, visando desta vez os judeus, ciganos e eslavos que deveriam ser exterminados para ceder lugar à "raça ariana".

Depois do Nazismo, a UNESCO publicou um estudo intitulado The Race Question reunindo grande número de estudiosos e pensadores, que refuta a noção de raça humana por que ela perdeu qualquer interesse científico ou validade antropológica. Claude Lévi-Strauss participaria deste estudo.

Ernest Renan se encarrega de dar uma definição cultural à nação, opondo-se à definição alemã, advinda de Fichte, da nação como comunidade biológica a que se pertence:

Raça e biometria

"estudo" de antropologia

Os partidários da classificação da espécie humana em raças buscaram por um instrumento de medida capaz de prover critérios para a diferenciação. Assim, recensearam as características fenotípicas visíveis, sendo esse o primeiro meio de categorizar a espécie humana em diferentes raças. O método consistia nesta época em estudar essas características físicas de maneira sistemática: foi o nascimento da biometria como meio de quantificar as diferenças em meio a espécie humana.

Graças a essa ferramenta foram definidas as raças humanas em função de suas características físicas: pigmentação, formato do rosto, etc. Essa definição implica, de certa maneira, na existência de uma "pureza racial", ilustrada por indivíduos "típicos". A disciplina encantou os interessados na classificação das raças e quem era persuadido de sua existência.

Os critérios usados então para identificar as raças humanas compreendem principalmente a pigmentação da pele, a morfologia (especialmente a estatura e a forma do crânio). Alguns autores distinguem dezenas, se não centenas, de "raças", mas todos dão lugar especial em suas descrições aos grandes grupos, de número limitado, baseados em sua maioria na pigmentação da pele.

Os perfis criminosos de Alphone Bertillon

A cientifização da biometria, pratica puramente descritiva das características aparentes, só foi reconhecida por aqueles que já eram previamente seus defensores. Em contrapartida, essa disciplina alimentou amplamente os discursos (e políticas) racistas. O período do nazismo viu assim a multiplicação das obras detalhando as características físicas para "ensinar" a reconhecer as diversas raças humanas.

Segundo Henri Vallois, em 1968, "uma raça é uma população natural definida por características físicas, hereditárias, comuns". [carece de fontes?]

Vallois: uma taxonomia descritiva tardia

Em 1944, Henri Vallois estabeleceu uma taxonomia racial em sua obra Les Races humaines (em português, As Raças Humanas) que dividia os humanos em quatro grupos (de valor igual) por ele chamados de "raças":

  • "raça negra africana" ;
  • "raça amarela asiática" ;
  • "raça negra australiana" ;
  • "raça branca europeia".

Críticas e abandono do termo

Alemanha nazista: "Não compre dos Judeus!"

A grande variabilidade dos traços físicos traz um problema: é impossível definir raças fechadas onde os traços seriam estritamente próprios de um determinado grupo. De fato, a grande maioria das características físicas são quantitativas. Assim, definir uma raça se fundamentando na pigmentação da pele é um processo delicado já que todas as nuances existentes na espécie humana, e mesmo dentro de determinados grupos (daí a discussão, na América Latina e nos Estados Unidos sobre as diferentes tonalidades de "negro", ou a complicada classificação, desde a colonização das Américas, a fim de hierarquizar os indivíduos mestiços de grupos étnicos distintos em função da cor de sua pele).

O uso criminoso da noção de "raça" durante a Segunda Guerra Mundial pelo regime nazista, e a ausência de categorizações fiáveis ligadas a esta noção, levam os antropólogos a não mais utilizar tal tipo de classificação. Entretanto, a antropologia alemã oficial utiliza ainda a concepção de 36 raças humanas de von Eickstedt.

Tanto a biologia, as abordagens das "ciências humanas" antropológicas, estudos comparativos de civilizações, etnológicos, quanto as análises políticas e sociológicas, tiveram de abandonar essa noção.

De um lado o avanço dos trabalhos na genética forçou o abandono da noção, quando estabeleceu que as diferenças entre humanos são individuais e não de raça (ou de grupo). Efetivamente, os indivíduos são todos diferentes e as características que produzem essas diferenças são encontradas em todas as populações humanas.

Como disse o geneticista André Langaney (1992):

Por outro lado, o período da política de extermínio racista do nazismo forçou, após a guerra, a reflexão de maneira crítica dessa noção de raça humana, e ou abandoná-la, ou conservá-la num sentido metafórico, ou seja, de agrupamento cultural e não mais de classe biológica.

O senador estadunidense Alben W. Barkley, membro do comitê que investigava os crimes de guerra nazistas, ao lado de corpos de prisioneiros do campo de concentração de Buchenwald, na Alemanha

Os crimes do nazismo, que justificavam suas ações em nome da salvaguarda de uma pseudo "raça ariana", levaram a uma retificação no sentido da anti-raciologia. Em sua edição de julho-agosto de 1950, com título de "Os estudiosos do mundo inteiro denunciam um mito absurdo... o racismo", o correio da UNESCO publica a "declaração sobre a raça". Trata-se de um documento redigido em dezembro de 1949 por um grupo internacional de pesquisadores que repudia à noção de raça e afirma a unidade fundamental da humanidade.

Claude Lévi-Strauss analisa os mecanismos de constituição da ideologia racista, em termos de diferenciação de raças:

Levi-Strauss afirma que se os grupos humanos se distinguem, e para tanto que precisem ser distinguidos, é unicamente em termos culturais. De fato, é unicamente pela cultura que os grupos humanos ou sociedades se dividem e se diferenciam; e não segundo a natureza que seria a biologia. Quer dizer que se é necessário a manutenção das distinções, o fenômeno não é de forma alguma natural. Ele não deriva de estudo da biologia, mas da antropologia no sentido amplo. O racismo consiste precisamente no contrário, em fazer de um fenômeno cultural um fenômeno pretensamente físico, natural e biológico. Ele explica ainda em Raça e História (que foi também publicado pela UNESCO) que a imensa diversidade cultural, correspondendo a modos de vida extraordinariamente diversificados, não é em nada imputável à biologia: ela se desenvolve paralelamente à diversidade biológica. Essas análises foram retomadas mais tarde uma obra mais detalhada, O olhar distante.

Em um relatório ao Presidente da República' datado de 1979, sobre as questões de ciências da vida e sociedade (título da obra, do francês: sciences de la vie et société), François Gros, François Jacob e Pierre Royer abordam precisamente as relações entre o conhecimento em matéria de ciências da vida e sociedade. Um trabalho envolvendo toda a comunidade científica francesa -- os membros da academia de ciências, do CNRS, dos professores universitários, do Collége de France, dos "Estudiosos" do "comité national de la Recherche" (comitê nacional da pesquisa) e interessados em biologia que contribuíram e o seguiram -- diz o seguinte:

Isso quer dizer que a exploração indevida da biologia para uso das ideologias e políticas racistas é com certeza (mesmo ainda hoje) algo que não pode ser ignorado, já que foi estabelecida e analisada pelos estudiosos de diversas disciplinas, biólogos, historiadores da ciência, epistemólogos, filósofos, etc.

Exploração indevida e transferência de noções que não tinham nenhuma razão de ser senão traduzir os interesses ou fantasias em propostas com pretensa base científica, mas que não passam de teorias racistas e discursos em termos de raças que visam apenas fazer crer numa diferença e hierarquia racial.

Entretanto o que a biologia ensina pode ser resumido ainda pelo que dizem nossos três autores do relatório citado acima:

A cultura como principal critério de diferenciação

De William Blake, Europe Supported By Africa and America, 1796

Os etnólogos estimam que, postas de lado as supostas diferenças genéticas e fenotípicas, as populações humanas são principalmente diferenciadas pelos seus usos e costumes, que são transmitidos de geração em geração. A espécie humana se caracteriza então por uma forte dimensão cultural. É por isso que o conceito de etnia é hoje em dia preferido ao conceito de raça em etnologia. As diferenças culturais permitem definir um grande número de etnias. As noções de nação assim como de comunidade religiosa se abstraem da noção de raça e de etnia: o que conta para defini-las é muito menos o que seus membros são, e muito mais o que eles desejam em comum.

Para R. Barbaud, a "diversidade cultural pode então ser tomada como um componente natural da biodiversidade, como o resultado final de nossa própria evolução. Ela tem, por este ponto de vista, a mesma função da biodiversidade para as outras espécies". A diversidade humana é portanto genética, com suas conseqüências fenotípicas, mas também culturais. E faz-se importante distinguir bem os dois domínios para não recriar, mesmo involuntariamente, os discursos racistas e não científicos.

Nessa ótica, as diferenças culturais aparecem como mais importantes, já que elas podem até mesmo modificar os traços físicos (os pés pequenos das chinesas ou as mulheres girafa da África são exemplos de modificações culturais dos traços físicos) e participam na dinâmica do grupo. Um dos elementos da questão é saber se um isolamento geográfico ou cultural pode levar à seleção de genes específicos, e assim saber se um povo ou etnia pode constituir uma raça.

Ao longo de sua história, sem o saber, o homem praticou uma espécie de seleção natural para aperfeiçoar as raças de animais (criação) e as espécies de plantas (agricultura). Assim, ele não parou de realizar operações de seleção genética e de fixação de raças para as espécies animais e vegetais, algo que não tem nada a ver com a ideia de transpor tais práticas para o gênero humano. Ainda assim, isto foi tentado (para sua própria espécie) em certos momentos, sob o Terceiro Reich.

Cumpre assinalar, como assinala o biólogo Stephen Jay Gould, que fatores culturais que favorecem ou, ao contrário, dissuadem certas uniões conjugais, são, por sua própria natureza, circunstâncias que levam ao desenvolvimento, a longo prazo, de um processo de "raciação". Por outro lado, segundo Jacques Ruffié, do Collège de France, os grupos humanos vêm convergindo nos últimos seis milhões de anos. O homem moderno (homo sapiens) conheceu curtos períodos de isolamento de grupos étnicos, mas também um sem número de mesclas. Somente grupos isolados e numericamente muito pequenos (bascos e nepaleses, por exemplo) conseguiram diferenciar-se suficientemente em relação a outros grupos e manifestar populações estáveis desde um ponto de vista taxonômico, ou seja, apresentar diferenças genéticas significativas e hereditárias. O processo de globalização e mestiçagem das culturas e dos indivíduos reduziu fortemente a possibilidade de tais modos de vida isolados e autônomos.

Na prática, a duração de uma sociedade (e consequentemente de uma cultura) humana parece, com efeito, bastante curta em relação ao tempo que seria necessário à separação de características físicas. No ser humano, o impacto da cultura não parece assim ser suficientemente grande para explicar uma diferenciação entre raças.

Ver também

Bibliografia

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  • (em francês) John Maynard Smith, La théorie de l'évolution. PB Payot. 1962
  • (em francês) Georges Canguilhem, La connaissance de la vie. Vrin. 1967
  • (em francês) François Jacob (Prix Nobel de biologie), La logique du vivant. Une histoire de l'hérédité. Gallimard. 1970
  • (em francês) Georges Canguilhem, Qu'est-ce qu'une idéologie scientifique ? in Idéologie et rationalité dans l'histoire des sciences de la vie. Vrin. 1977
  • (em francês) François Gros, François Jacob, Pierre Royer : Société et sciences de la vie. Rapport au Président de la République. La Documentation française. 1979.
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  • (em francês) André Langaney, La philosophie ... biologique, Belin, Paris, 1999
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Leitura adicional

  • BARROS, José D'Assunção. A Construção Social da Cor. Petrópolis: Editora Vozes, 2009.
  • PARADELA, Eduardo Ribeiro. PEREIRA, Marcela Saldanha. ANDERS, Quézia Silva. AGOSTINHO, Luciana de Andrade. FIGUEIREDO, André Luís dos Santos.
  • PAIVA, Carmen Lúcia Antão. Poderiam os fundamentos da evolução humana e da genética desfazer discussões entre "raça" e "inteligência"?. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, 57, 30 de setembro de 2008 [Internet]. Disponível em http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=3119. Acesso em 27 de maio de 2011.

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