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Lançamento de dardo

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Lançamento de dardo
Olímpico desde 1908 H / 1932 S
Desporto Atletismo
Praticado por Ambos os sexos
Campeões Olímpicos
Tóquio 2020
Homens Neeraj Chopra
 Índia
Mulheres Liu Shiying
 China
Campeões Mundiais
Eugene 2022
Homens Anderson Peters
Granada
Mulheres Kelsey-Lee Barber
 Austrália
Dardos masculino e feminino.

Lançamento de dardo (português brasileiro) ou lançamento do dardo (português europeu) é uma modalidade olímpica do atletismo. Uma das mais nobres modalidades por sua antiguidade, integra o heptatlo e o decatlo, além de ter a sua própria prova individual. Assim como o lançamento de martelo e lançamento de disco, este esporte é chamado oficialmente de lançamento. Somente o arremesso de peso é chamado de arremesso, devido ao fato do peso ser empurrado e os demais serem projetados com características diferentes.

História

O dardo fazia parte do pentatlo nos Jogos Olímpicos da Antiguidade, aparecendo pela primeira vez em 708 a.C., e era disputado em duas modalidades: distância e alvo. Ele era lançado com auxílio de uma tira de couro chamada ankule enrolada em torno do meio do eixo do dardo. Os atletas podiam segurá-lo pela tira e quando o dardo era lançado essa tira se desenrolava dando à lança um voo em espiral. O dardo, uma simples lança reta, tinha a altura de um homem e a largura de um dedo.

O lançamento de varas em alvos foi revivido na Alemanha e na Suécia no século XIX, no início da década de 1870. Na Suécia, estas varas foram desenvolvidas no moderno dardo e atirá-los à distância se tornou um dos esportes mais comuns lá e na Finlândia durante a década seguinte e as regras do esporte começaram a ser aprimoradas. Inicialmente eles eram lançados sem nenhuma corrida anterior e segurá-lo pela alça colocada no centro de gravidade não era obrigatório; corridas curtas foram introduzidas no fim da década de 1890 e a partir daí a distância da corrida passou a ser liberada.

Como modalidade olímpica, o dardo foi introduzido em Londres 1908, depois de uma aparição nos não-oficiais Jogos Olímpicos Intercalados de 1906, em Atenas, e o primeiro campeão olímpico foi o sueco Eric Lemming. Em Estocolmo 1912, com a introdução do decatlo nos Jogos, passou a ser uma das dez provas desta modalidade; foi também neste ano em que foi reconhecido o primeiro recorde mundial da modalidade, a marca de 62,34 m de Lemming. Em Los Angeles 1932 passou a ser uma modalidade olímpica também feminina e a norte-americana Babe Didrikson foi a primeira campeã.

A Europa Oriental e a Escandinávia, em particular a Finlândia, tem uma grande tradição neste esporte. O finlandês Matti Järvinen, nove vezes recordista mundial, os tchecos Jan Zelezny e Barbora Špotáková e a norueguesa Trine Hattestad são os grandes nomes da modalidade, todos recordistas mundiais e com múltiplos títulos olímpicos e mundiais; Zelezny e Spotakova são os atuais recordistas mundiais com as marcas de 98,48 m no masculino e 72,28 m no feminino.

Descrição e regras

O dardo é um objeto em forma de lança, feito de metal, fibra de vidro ou fibra de carbono. Seu tamanho, tipo, peso mínimo e centro de gravidade foram definidos pela IAAFFederação Internacional de Atletismo e variam do homem para a mulher. O homem usa um dardo de 2,7 metros de comprimento, pesando 800 gramas. A mulher usa um dardo um pouco mais leve, 600 gramas, e tem 2,3 metros de comprimento. Os dois modelos tem uma empunhadura feita de corda localizada no centro de gravidade.

O atleta corre para tomar impulso e usa uma pista de corrida e lançamento com 34,9 metros de comprimento e 4 metros de largura, fazendo um giro rápido com o corpo para lançar. O dardo costuma sair das mãos do atleta com uma velocidade de 100 km/h. Após o voo, ele aterra numa zona relvada que costuma ocupar a zona central dos estádios de atletismo. A marca obtida pelo atleta é medida pelos oficiais, desde o limite da zona de lançamento até ao primeiro ponto onde o dardo tocou no chão, obrigatoriamente dentro de uma setor pré-marcado no campo com um ângulo de 29°.

Ao contrário das outras modalidades de lançamento (martelo, peso e disco), a técnica do dardo tem regras próprias ditadas pela IAAF e lançamentos "não-ortodoxos" não são permitidos; o dardo precisa ser seguro pela empunhadura e lançado por cima do braço levantado ou dos ombros; além disso, é proibido ao atleta se virar completamente de maneira a que seu rosto fique em direção contrária ao lançamento, técnica que é muito usada, por exemplo, no lançamento de disco.

O lançador é desclassificado se sair da zona de lançamento antes, durante ou depois do lançamento, ou se o dardo tocar no solo sem ser pela ponta dianteira dele. As competições de lançamento de dardo iniciam-se com três rondas de lançamentos para cada atleta. Após esta fase, os oito melhores resultados são apurados para realizar mais três lançamentos. Ao fim da prova, o atleta que obtiver a maior distância num lançamento legítimo é declarado vencedor. No caso de um empate, vence aquele com a segunda melhor marca.

Reconfiguração

Em abril de 1986, o dardo masculino foi redesenhado pelo Comitê Técnico da IAAF. Isto se deveu ao fato de que, além de várias aterrissagens começarem a ser feitas ao comprido, sem a ponta furar o solo, diversos lançamentos estavam sendo feitos no limite da área destinada a isto no campo de atletismo, colocando em perigo potencial as pessoas envolvidas e espectadores. O recorde mundial com o dardo antigo do alemão Uwe Hon, de 104,80 m em 1984, foi o sinal de que algo precisa ser rapidamente mudado ou a modalidade seria inviabilizada para um estádio olímpico. Ele então foi redesenhado, com o centro de gravidade sendo colocado 4 cm à frente enquanto as áreas de superfície posteriores e anteriores ao centro de gravidade foram reduzidas e aumentadas, respectivamente. Isto teve como efeito a redução da elevação do dardo e o aumento da curvatura para baixo no arco da queda. Esta mudança fez o "nariz" do arco cair mais rapidamente, reduzindo a distância de voo em aproximadamente 10% e fazendo com que o dardo atinja o chão de maneira mais vertical e consistente. Em 1999, o dardo feminino também sofreu a mesma modificação.

Mesmo assim reconfigurado, o dardo voltou a ser lançado a distâncias proibitivas e em 2007 um atleta do salto em distância foi atingido na barriga por um dardo lançado do outro lado do campo, durante uma etapa da Golden League em Roma; com o atual recorde mundial masculino já novamente próximo dos 100 metros, nova mudança deve ser feita no implemento nos próximos anos.

Recordes

As marcas referem-se aos dardos com a nova configuração e são de acordo com a World Athletics.

Homens
Recorde Marca Atleta País Data Local
Recorde mundial
98,48 m Jan Železný República Checa 25 maio 1996 Jena
Recorde olímpico
90,57 m Andreas Thorkildsen Noruega 23 agosto 2008 Pequim 2008
Mulheres
Recorde Marca Atleta País Data Local
Recorde mundial 72,28 m Barbora Špotáková República Checa 13 setembro 2008 Stuttgart
Recorde olímpico 71,53 m Osleidys Menéndez Cuba 27 agosto 2004 Atenas 2004

Melhores marcas mundiais

As marcas referem-se aos dardos com a nova configuração e são de acordo com a World Athletics.

Homens

Posição Marca Atleta País Data Local
1 98,48 m Jan Železný República Checa 25 maio 1996 Jena
2 97,76 m Johannes Vetter Alemanha 6 setembro 2020 Chorzów
3 96,29 m Johannes Vetter Alemanha 29 maio 2021 Chorzów
4 95,66 m Jan Železný República Checa 29 agosto 1993 Sheffield
5 95,54 m Jan Železný República Checa 6 abril 1993 Pietersburg
6 94,64 m Jan Železný República Checa 31 maio 1996 Ostrava
7 94,44 m Johannes Vetter Alemanha 11 julho 2017 Lucerna
8 94,20 m Johannes Vetter Alemanha 19 maio 2021 Ostrava
9 94,02 m Jan Železný República Checa 26 março 1997 Stellenbosch
10 93,90 m Thomas Röhler Alemanha 5 maio 2017 Doha

Mulheres

Posição Marca Atleta País Data Local
1 72,28 m Barbora Špotáková República Checa 13 setembro 2008 Stuttgart
2 71,70 m Osleidys Menéndez Cuba 14 agosto 2005 Helsinque
3 71,58 m Barbora Špotáková República Checa 2 setembro 2011 Daegu
4 71,54 m Osleidys Menéndez Cuba 1 julho 2001 Retimno
5 71,53 m Osleidys Menéndez Cuba 27 agosto 2004 Atenas
6 71,42 m Barbora Špotáková República Checa 21 agosto 2008 Pequim
7 71,40 m Maria Andrejczyk Polónia 9 maio 2021 Split
8 70,53 m Maria Abakumova Rússia 1 setembro 2013 Berlim
9 70,20 m Christina Obergföll Alemanha 23 junho 2007 Munique
10 70,03 m Christina Obergföll Alemanha 14 agosto 2005 Helsinque

Melhores marcas olímpicas

As marcas referem-se aos dardos com a nova configuração e são de acordo com o Comitê Olímpico Internacional – COI.

Homens

Posição Marca Atleta País Medalha Local
1 90,57 m Andreas Thorkildsen Noruega ouro Pequim 2008
2 90,30 m Thomas Röhler Alemanha ouro Rio 2016
3 90,17 m Jan Železný República Checa ouro Sydney 2000
4 89,85 m Steve Backley Reino Unido prata Sydney 2000
5 89,66 m Jan Železný República Checa ouro Barcelona 1992
6 89,39 m Jan Železný República Checa Sydney 2000
7 88,68 m Keshorn Walcott Trindade e Tobago Rio 2016
8 88,67 m Sergei Makarov Rússia bronze Sydney 2000
9 88,41 m Konstadinos Gatsioudis Grécia Sydney 2000
10 88,34 m Vítězslav Veselý República Checa Londres 2012

* As marcas de Jan Železný (89,39 m) e Konstadinos Gatsioudis (88,41 m) foram feitas durante as classificatórias em Sydney 2000; a marca de Vítězslav Veselý (88,34 m) foi feita durante as classificatórias em Londres 2012. A marca de Keshorn Walcott (88,68 m) foi conseguida durante as classificatórias da Rio 2016.

Mulheres

Posição Marca Atleta País Medalha Local
1 71,53 m Osleidys Menéndez Cuba ouro Atenas 2004
2 71,42 m Barbora Špotáková República Checa ouro Pequim 2008
3 70,78 m Maria Abakumova Rússia prata Pequim 2008
4 69,55 m Barbora Špotáková República Checa ouro Londres 2012
5 68,91 m Trine Hattestad Noruega ouro Sydney 2000
6 67,69 m Barbora Špotáková República Checa Pequim 2008
7 67,52 m Christina Obergföll Alemanha Pequim 2008
8 67,51 m Mirela Manjani Grécia prata Sydney 2000
9 67,34 m Osleidys Menéndez Cuba Sydney 2000
10 67,11 m Maria Andrejczyk Polónia Rio 2016

* As marcas de Barbora Špotáková (67,69 m) e Christina Obergföll (67,52 m) foram feitas nas classificatórias de Pequim 2008; a marca de Osleidys Menéndez (67,34 m) foi feita nas classificatórias de Sydney 2000; a marca de Maria Andrejczyk (67,11 m) foi feita nas classificatórias da Rio 2016 e foi superior à marca da croata Sara Kolak na final (66,18 m) que conquistou a medalha de ouro.

Marcas da lusofonia

País Masculino Atleta Ano Local Feminino Atleta Ano Local
Portugal 84,78 m Leandro Ramos 2022 Doha 59,76 m Sílvia Cruz 2008 Leiria
Brasil 83,67 m Julio Cesar Miranda 2015 São Bernardo do Campo 62,89 m Jucilene Sales 2014 São Paulo
Cabo Verde 65,54 m Egner Tavares 2014 Lisboa 39,90 m Ionilde Mendes 2007 Seixal
Angola 64,73 m Esmeraldino Trigo 2018 Lisboa 43,77 m Indira Manuel 2003 Elvas
Moçambique 60,16 m Felipe Chaimite 2016 Maputo 46,54 m Salomé Mugabe 2012 Maputo
São Tomé e Príncipe 55,79 m Adeonaldo Freitas 2017 Leiria 43,12 Jucelina Mendes 2013 Folha Fede
Guiné-Bissau 52,71 m Otoniel Badjana 2016 Lisboa 42,61 m Josefina da Silva 2018 Barcelona
Timor-Leste 33,44 m Felismino Alípio 2015 Dili 19,10 m Delfina Soares 2014 Dili

Ligações externas


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