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Jorge Negro

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Jorge Petrović
Karađorđe por Uroš Knežević, 1852
Grande Vožd da Sérvia
Reinado 15 de fevereiro de 1804
a 21 de setembro de 1813
Coroação 1804
Predecessor Título Estabelecido
Sucessor Miloš Obrenović
 
Nascimento 13 de julho de 1817
  Viševac, Império Otomano
Morte 13 de julho de 1817 (48 anos)
  Radovanjski Lug, Império Otomano
Sepultado em Igreja de São Jorge, Topola, Principado da Sérvia
Nome de nascimento Đorđe Petrović Jovanović
Esposa Jelena Jovanović
Descendência Sima Karađorđević
Sava Karađorđević
Sara Karađorđević
Poléxia Karađorđević
Stamenka Karađorđević
Aléxia Karađorđević
Alexandre Karađorđević
Casa Karađorđević
Pai Petar Jovanović
Mãe Marica Živković

Jorge Petrović, dito o Jorge Negro (em sérvio, Карађорђе Петровић e Karađorđe Petrović, pronunciado "Karadjordje Petrovitch"), nascido em 3 de novembro de 1768 (ou 15 de novembro de 1752, segundo outras fontes) e falecido em 13 de julho de 1817, foi o líder máximo do Primeiro Levante Sérvio contra o Império Otomano, em 1804. Ele também fundou a Casa Real de Karadjordjevitch, primeira dinastia dos Reis da Sérvia.

Vida

Seu nome ao nascer foi Jorge (Đorđe), com o patronímico Petrović. Desde cedo, porém, seu temperamento irritadiço e aspecto sombrio conferiram a ele o apelido de "Jorge Negro", a partir do turco kara, que significa negro. Em outros idiomas, ele é conhecido pelo nome misto turco-sérvio Karadjordje ou ainda Karajorge, enquanto outros adotam a tradução literal, como Jerzy Czarny em polonês ou Kara Yorgi no próprio turco.

Jorge Negro nasceu filho de Petar e Marica Živković na aldeia de Viševci, na Sérvia, então Império Otomano. Na juventude, trabalhou como vaqueiro. Em 1786, casou-se com Jelena Jovanović, de Maslošev. No ano seguinte, depois de matar um turco, ele fugiu para o Império Austríaco, onde se alistou nos Freikorps (Corpos de Voluntários) na Guerra Austro-Turca de 1787-1791.

Após o Tratado de Sistova, ele voltou à Sérvia e se estabeleceu em Topola, criando gado e comercializando. Jorge Negro prosperou e acabou entrando para o grupo de haiduques.

A repressão otomana na Sérvia aumentou significativamente no início do século XIX e culminou em janeiro de 1804, quando os líderes dos janízaros, os dahis, tomaram controle da Sérvia e prepararam execuções de homens influentes, sacerdotes, rebeldes e comerciantes ricos. Eles decidiram matar Jorge Negro também, mas ele foi informado previamente. Quando encontrou os janízaros enviados para matá-lo, ele reagiu, conseguiu matar dois dos algozes, e sobreviveu.

Em resposta, os sérvios atacaram Orašac em 14 de fevereiro de 1804 (2 de fevereiro no calendário juliano), e o Jorge Negro foi escolhido para liderar o levante. Os rebeldes conseguiram incitar a revolta rapidamente, primeiro sob o pretexto da libertação dos dahias, e depois da batalha de Ivankovac, em 1805, começaram a combater abertamente o domínio do sultão.

Os rebeldes obtiveram várias vitórias, incluindo a batalha de Mišar em 1805, e as batalhas de Deligrado e em Belgrado em 1806. Depois disso, ambos os lados concordaram em assinar um tratado de paz. Na capital sérvia, Jorge se fez proclamar generalíssimo dos sérvios e forçou a Porte a reconhecê-lo como Príncipe da Sérvia, vassalo do sultão otomano. Apesar da paz, em 1807 o Jorge Negro se aliou ao Império Russo numa guerra contra o Império Otomano. O tsar Alexandre I da Rússia fez dele um general e príncipe russo.

No entanto, em 1812, ameaçado pelos exércitos de Napoleão Bonaparte, a Rússia teve que assinar um tratado de paz às pressas com os otomanos. Em 1813, o Império Otomano lançou uma campanha maciça contra a Sérvia. O Jorge Negro, junto com outros líderes rebeldes, fugiu novamente para o Império Austríaco em 21 de setembro de 1813. Depois de algum tempo, mudou-se para a Bessarábia (atual Moldávia), onde encontrou membros da Filiki Eteria, uma sociedade secreta grega que planejava libertar todo o Leste Europeu cristão do jugo otomano. Auxiliado pela Eteria, Karadjordje retornou à Sérvia com um passaporte falso em 28 de junho de 1817.

Em 24 de julho do mesmo ano, o Jorge Negro foi identificado e capturado por homens de Miloš Obrenović sob encomenda do otomanos, em Radovanjski Lug. O paxá (governador turco) de Belgrado condenou-o à morte e Jorge foi decapitado.

Jorge Negro teve reputação de líder íntegro e cruel. Consta que teria condenado à morte o próprio pai e um irmão que teriam colaborado com a espionagem inimiga. Seu filho Alexandre Đorđević, nascido em 1806 e criado na Rússia, tornou-se gospodar (Senhor ou Príncipe) da Sérvia em 1842, inaugurando a dinastia Karadjordjevitch. Seus outros filhos foram Sava, Sara, Poléxia, Stamenka, Sima (morta na infância) e Aléxia. Por outro lado, Obrenović e seus descendentes seriam fundadores da Casa de Obrenović, que pelas décadas seguintes seria a dinastia rival dos Karadjordjevitch na Sérvia (e, depois, na Iugoslávia).


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