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Imogolite
Imogolite | |
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Solo imogollítico (castanha) com fragmentos de filme transparente de imogolite | |
Categoria | Filossilicatos (mineral de argila) |
Classificação Strunz | 9.ED.20 |
Cor | Branco, azul, verde, castanho, cinzento |
Fórmula química | Al 2SiO 3(OH) 4 |
Propriedades cristalográficas | |
Sistema cristalino |
Tetragonal Grupo espacial desconhecido |
Hábito cristalino | Massas concoidais a terrosas de partículas microscópicas semelhantes a fios e feixes de tubos finos, cada um com cerca de 20 Å de diâmetro. |
Propriedades ópticas | |
Índice refrativo | n= 1,47–1,51 |
Birrefringência | A imogolite é um cristal com forte concentração na água |
Propriedades físicas | |
Densidade | 2,0-2,7 |
Dureza | 1,5 - 2 (dureza de Mohs) |
Clivagem | ausente |
Brilho | Vitroso, resinoso, ceroso |
Risca | Branca |
Referências |
Imogolite (ou imogolita) é um mineral de argila do grupo das alofanas, constituído por silicatos de alumínio hidratados, com a fórmula química ideal Al
2SiO
3(OH)
4, que ocorre em solos formados pela meteorização e alteração de cinzas vulcânicas.
Descrição
Foi descrito em 1962 pelos pedólogos japoneses Naganori Yoshinaga e Shigenori Aomine a partir de uma amostra recolhida em Uemura, prefeitura de Kumamoto, Kyūshū (Japão). O nome tem origem na palavra japonesa イモゴ, imogo, que designa os solos amarelo-acastanhados derivados da alteração de cinzas vulcânicas. Ocorre em andossolos e noutros solos de origem vulcânica junto com alofanas, quartzo, cristobalite, gibbsite, vermiculite e limonite.
A imogolite consiste numa rede de nanotubos com um diâmetro externo de ca. 2 nm e um diâmetro interno de ca. 1 nm. As paredes do tubo são formadas por folhas contínuas de Al(OH)
3 (gibbsite) e grupos de aniões de ortossilicato (O
3SiOH). Devido à sua estrutura tubular, disponibilidade natural e baixa toxicidade, a imogolite tem aplicações potenciais em materiais compósitos poliméricos, armazenamento de gás combustível, absorventes e como suporte de catalisadores em produtos químicos de catálise.
Estrutura
A estrutura atómica da imogolite foi publicada em 1972, demonstrando que a imogolite apresenta uma forma tubular bem definida com um diâmetro monodisperso de aproximadamente 2 nm. Assim, a imogolite pode ser considerada como uma nanopartícula natural ou mesmo um nanomineral.
A imogolite apresenta uma estrutura nanotubular que consiste numa camada octaédrica de iões de alumínio na parte externa do tubo e uma camada tetraédrica de iões de silício na parte interna. Ao contrário da maioria dos minerais de argila, a camada tetraédrica não é composta de um conjunto de iões de silício compartilhando ligações Si-O-Si. Os átomos de silício estão ligados à camada octaédrica por três ligações Si-O-Al e estão isolados uns dos outros. Esta estrutura local muito particular é facilmente reconhecível por espectroscopia de RMN do silício.
Síntese
Uma imogolite sintética, análoga química e estrutural à imogolite natural, foi produzida em laboratório em 1977, muito antes de terem sido sintetizados pela primeira vez nanotubos de carbono em 1990. Desde então, muitas mudanças na estrutura e composição das imogolites sintéticas foram obtidas em laboratório, permitindo à ciência dos materiais explorar a grande diversidade de características físico-químicas e propriedades de integração com outros materiais e processos.
Em 1982 foi realizada uma síntese em que os átomos de silício foram substituídos por átomos de germânio, que conduziu à obtenção de novos nanotubos análogos às imogolites, as Ge-imogolites. Desde então, muitas técnicas laboratoriais e industriais foram desenvolvidas para sintetizar Ge-imogolites em grandes quantidades, de fazer variar a forma (parede simples ou dupla), o comprimento dos tubos (micrométricos ou nanométricos) e a sua cristalinidade (estrutuar lacunar).
Estas Ge-imogolites de características variáveis e síntese controlada têm permitido grandes avanços no entendimento dos mecanismos de formação das imogolitas e de outras argilas do grupo da alofanas, na busca de novas propriedades e no estudo da toxicologia e ecotoxicologia dos nanomateriais.
Em 2011 foi obtida por síntese na Universidade Politécnica de Turim, uma imogolite híbrida apresentando uma cavidade recoberta por grupos Si-CH3.
Foram também sintetizados nanotubos de imogolite dopados com ferro para tubos à base de silício, de germânio e híbridos.
Grupo das alofanas
A imogolite está incluída no seguinte grupo de minerais e mineraloides:
- Alofana Al2O3•(SiO2)−•(H2O)−
- Hisingerite Fe2Si2O5(OH)4•2(H2O)
- Imogolite Al2SiO3(OH)4
- Neotocite (ou neotokite) (Mn,Fe)SiO3•(H2O)
- Zinalsite Zn2AlSi2O5(OH)4•2(H2O)
Bibliografia
- Wada K, Yoshinaga N (1969). «The structure of "Imogolite"» (PDF). Am. Mineral. 54: 50–71
- Gabriel JC, Davidson P (2003). «Mineral Liquid Crystals from Self-Assembly of Anisotropic Nanosystems» (PDF). Topics in Current Chemistry. 226: 126–127. doi:10.1007/b10827. Cópia arquivada (PDF) em 26 de julho de 2011 (Contains structure illustration)
- Gustafsson, Jon Petter; Karltun, Erik; Bhattacharya, Prosun (1998). Allophane and imogolite in Swedish soils or why small, previously unknown, fibres influence the water quality in forests. Col: Trita-AMI., 3046 (em inglês). Stockholm: Royal Institute of Technology (KTH)
- Yuan, Peng; Thill, Antoine; Bergaya, Faïza (2016). Nanosized Tubular Clay Minerals: Halloysite and Imogolite. Col: Developments in Clay Science, 7 (em inglês). [S.l.]: Elsevier. ISBN 978-0-08-100293-3
Ver também
Ligações externas
- Imogolita, mindat.org.
- Imogolita, webmineral.com.
- Manual de imogolita, Mineral Data Publishing.