Продолжая использовать сайт, вы даете свое согласие на работу с этими файлами.
Herbalismo
Herbalismo ou fitoterapia é o estudo e utilização de plantas para fins medicinais ou como suplemento alimentar. A palavra Fitoterapia tem origem grega e resulta da combinação dos termos Phito = plantas e Therapia = tratamento. Ao longo de maior parte da História, as plantas têm sido a base de grande parte da medicina tradicional, cuja prática persiste em várias regiões do mundo. A medicina moderna considera o herbalismo uma forma de medicina alternativa e, em alguns casos, pseudociência, dado que a sua prática não é estritamente baseada em evidências segundo o método científico.
Embora na produção de medicamentos modernos sejam usados muitos componentes derivados de plantas, a sua seleção e eficácia é assegurada por evidências científicas. Embora a fitoterapia possa utilizar alguns métodos científicos para testar a eficácia de plantas e medicamentos derivados de fontes naturais, existem poucos ensaios clínicos de qualidade ou padrões de pureza e dosagem. Por vezes a definição de herbalismo inclui produtos derivados de fungos e abelhas, sais minerais, carapaças e algumas partes animais.
Descrição
As plantas sintetizam diversos compostos químicos que são utilizadas para desempenhar importantes funções biológicas para o seu metabolismo, além de defesa contra predadores. Muitos destes compostos fitoquímicos geram efeitos benéficos para a saúde do ser humano, e pode ser utilizado para o tratamento de diversas doenças. Cerca de 12 000 destes compostos foram isolados até hoje, e estima-se que estes sejam menos do que 10% do total mundial. Estes elementos são processados pelo organismo humano de forma idêntica ao modo como são processados os elementos das drogas utilizadas na medicina tradicional, o que concede ao tratamento fitoterápico a mesma eficácia de um tratamento tradicional, mas também concede o mesmo potencial a produzir efeitos colaterais.
O uso de plantas medicinais remonta desde a história ágrafa: a etnobotânica (estudo do uso tradicional das plantas em diversas etnias) é considerada um método eficaz para a descoberta de novos medicamentos. Diversos medicamentos atuais tiveram origem etnobotânica, como a aspirina, o ópio, a quinina, entre outros.
O uso de ervas para o tratamento de doenças é quase universal nas sociedades não industrializadas, e costuma ser bem mais financeiramente viável. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima-se que cerca de 80% da população nos continentes Asiático e Africano utilizam esta forma de medicina em um aspecto de cuidado da saúde primário. Estudos dos EUA e Europa afirmam que como receita médica clínica o uso de ervas como medicamento ainda não é tão comum, mas vem aumentando devido às evidências científicas acerca a sua eficácia.
História
Como mencionado anteriormente, o uso de plantas medicinais remonta desde a história ágrafa. Ervas utilizadas para tempero da comida também continham propriedades medicinais. O uso destes temperos desenvolveu-se em parte devido à presença de certos patógenos no alimento. Estudos mostram que em locais de clima tropical, onde a presença de tais patógenos é maior, a culinária tradicional tende a ser mais temperada (e estes temperos costumam ter maior ação antimicrobiótica). Vegetais, que presumivelmente são menos suscetíveis a estragar, costumam ser menos temperados. Outros vegetais comumente utilizados na alimentação também apresentam suas próprias propriedades não apenas nutritivas, mas também curadoras.
Antiguidade
Os primeiros registros escritos do estudo medicinal das plantas remonta há 5000 anos com os sumérios, que anotaram seus conhecimentos em placas de argila sobre centenas de espécimes (entre eles a mirra e o ópio). Em 1500 a.C. os antigos egípcios escreveram o Papiro Ebers, o qual contêm informações sobre 850 plantas medicinais, incluindo o alho, o junípero, a cannabis, a mamona, a babosa e a mandrágora.
Na Índia, a medicina Ayurvédica faz uso de plantas como o turmérico provavelmente desde 1900 a.C. Escrituras em sânscrito de cerca de 1500 a.C., como o Rigveda, são alguns dos mais antigos documentos existentes detalhando o conhecimento médico que formou a base do sistema Ayurvédico. Várias outras ervas e minerais usados na Ayurveda foram posteriormente descritos por herbalistas antigos como Charaka e Sushruta durante o primeiro milênio A.C. O Sushruta Samhita atribuído a Sushruta no século VI a.C. descreve 700 plantas medicinais, 64 preparados de origem mineral e 57 preparados de origem animal.
Diz-se que o mitológico imperador chinês Shennong foi o escritor da primeira farmacopeia chinesa, o Sehnnong Ben Cao Jing. O Shennong Ben Cao Jing lista 365 plantas medicinais e seus usos - incluindo a efedra (o arbusto que introduziu a droga efedrina na medicina moderna), o cânhamo e a Hydnocarpus wightiana (um dos primeiros tratamentos eficazes para a lepra). Sucessivas gerações se basearam no Shennong Ben Cao Jing, assim como no Yaoxing Lun (Tratado da Natureza das Ervas Medicinais), um tratado do século VII, da dinastia Tang sobre medicina herbal.
O primeiro sistema de classificação científica foi desenvolvido pelo filósofo Aristóteles e seu discípulo Teofrasto, onde dividiram as plantas de acordo com o seu porte, em ervas, arbustos e árvores.
Idade Média
Os mosteiros beneditinos foram as primeiras fontes de conhecimento medicinal na Europa e na Inglaterra durante a Idade Média. Contudo, a maioria dos esforços destas escolas monásticas eram focados na tradução de antigos trabalhos arábicos e greco-romanos, ao invés do desenvolvimento de novos métodos e informações. Várias obras gregas e romanas sobre medicina, entre como outros assuntos, foram preservados através de cópias feitas à mão. Além disso, os monastérios tornaram-se centros de conhecimento médico, e suas hortas de ervas providenciaram os materiais para o tratamento de doenças comuns. Ao mesmo tempo, a medicina popular praticada em casa continuava sendo comumente utilizada. Entre estes praticantes encontravam-se os homens e mulheres sábios, que prescreviam remédios naturais junto com instruções para simpatias, benzas e feitiços. E então, com a chegada da Inquisição, estes sábios tornaram-se alvos da histeria das bruxas na inquisição. Uma das mulheres mais famosas na tradição de medicina herbal foi Hildegarda de Bingen, uma freira beneditina do século XII e autora do Causae et Curae.
Escolas de medicina conhecidas como Bimaristan apareceram no século IX no mundo medieval islâmico entre os persas e os árabes, que em geral eram mais desenvolvidos que a Europa na época. Os árabes veneravam a cultura e aprendizado greco-romano, e traduziram 10 mil textos no seu idioma para estudos mais aprofundados. Uma vez que viviam em um ponto estratégico comercial entre os impérios da época, os viajantes árabes tiveram acesso a material vegetal provindos de lugares distantes como a China e a Índia. Diversos artigos médicos e traduções destes foram trocados no oriente. Botânicos e físicos muçulmanos contribuíram significantemente para a expansão de tal conhecimento até então. Por exemplo, Abu Hanifa de Dinavar descreveu mais de 637 drogas provindas de plantas no século IX, e Ibn al-Baitar descreveu mais de 1400 plantas, alimentos e drogas, das quais 300 foram de sua própria descoberta, no século XIII. Neste mesmo século o método científico experimental foi introduzido no campo na medicina pelo botânico Alandalus Abu al-Abbas al-Nabati, professor de Ibn al-Baitar. Al-Nabati introduziu técnicas empíricas nos testes, e separou os registros não testados dos que possuíam uma base de teste e observações. Isto permitiu que a medicina desenvolvesse a ciência da farmacologia. Bagdá era um importante centro de herbalismo árabe, assim como Al-Andalus entre os anos 800 e 1400. Abulcasis de Cordoba(936-1013) escreveu obras que serviram como uma fonte importante para a medicina européia, enquanto Ibn al-Baitar (1197-1248) de Malaga descreveu o artigo mais completo de conhecimento herbal, descrevendo o uso de 200 novas ervas, incluindo o tamarindo, acônito e a nux vomica. Avicena lista em suas obras o uso de 800 drogas, plantas e minerais testados tais como a noz moscada, senna, sândalo, ruibarbo, mirra, canela e água de rosas. Suas obras permaneceram em uso nas escolas de medicina árabe e européia até o século IXX. Outras farmacopeias incluem as escritas por Abu-Rayhan Biruni no século XI e Ibn Zuhr no século XII (publicado em 1491).
Idade Moderna
Os séculos XV, XVI e XVII eram o auge do uso dos remédios herbais, vários deles eram disponíveis em inglês e outros idiomas além de latim e grego. As duas obras mais conhecidas em inglês foram o The Herball or General History of Plantas (1597) de John Gerard e o The English Physician Enlarged (1653) de Nicholas Culpeper. O texto de Gerard era basicamente uma tradução pirata de um livro escrito pelo herbalista bélgico Dodoens e suas imagens vinham de um trabalho botânico alemão. A edição original continha muitos erros devido à fracassada combinação de duas partes. Culpeper misturou medicina tradicional com magia, astrologia e folclore e devido a isso foi ridicularizado pelos físicos da época embora este livro (assim como outras de suas obras) tiveram uma popularidade fenomenal. As Grandes Navegações e o intercâmbio colombiano introduziu novas plantas medicinais na europa. O Manuscrito Badiano era um artigo herbal mexicano escrito em náuatle e latim no século XVI. No segundo milênio, contudo, presenciou o começo de uma lenta erosão da posição renomada dos efeitos terapêuticos das plantas. Isto começou com a Peste Negra, a qual a maioria dos métodos médicos mostrou-se impotente. Um século depois, Paracelso introduziu o efeitos de drogas químicas (como arsênico, sulfato de cobre, ferro, mercúrio e enxofre). Estes eram métodos aceitos mesmo com os seus efeitos tóxicos devido à urgência do tratamento da sífilis.