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Fluorose dentária
Fluorose dentária | |
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Fluorose moderada (nível 4 no Índice Dean) | |
Especialidade | estomatologia |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | K00.3 |
CID-9 | 520.3 |
CID-11 | 2127981947 |
MeSH | D009050 |
Leia o aviso médico |
Fluorose dentária são manchas, em geral esbranquiçadas, que aparecem nos dentes por excesso de flúor, geralmente de forma simétrica. Geralmente acomete crianças de 0 a 12 anos em regiões onde a água é fluoretada ou possui nível de fluoreto natural maior que 4mg/L e em trabalhadores da industria de flúor.
Fontes de flúor
Além de água fluoretada, comum nas Américas e Ásia, diversos alimentos contem flúor, especialmente chá preto, sopas, ensopados feitos com peixe, carne bovina, galinha, frutos do mar e fígado bovino. Também pode ser encontrado em uva-passa, alguns sucos, café, refrigerantes e cachorro-quente.
Fluoretação da água
Devido à fluorose muitos cientistas e prêmios Nobéis acabaram tornando-se contrários à fluoretação da água, pois creem ser o primeiro sinal de que até 70 % das crianças de algumas regiões estão sendo intoxicadas.
Seja como for, a eficácia da fluoretação varia de conformidade com o nível de higiene oral da população, pode chegar a 60 % onde as pessoas têm maus hábitos alimentares e de higiene e a irrisórios 5 % em algumas regiões europeias onde se tem adequados cuidados com a saúde oral. Num sentido mais amplo, o flúor dos cremes dentais mais o flúor dos alimentos pode reduzir em até 90% a incidência de cáries.
Para se minimizar o problema da fluorose, pode-se revisar os níveis de flúor colocados na água, fiscalizar a indústria para que respeite o a quantidade máxima permitida em alimentos processados com água fluoretada, fluoretar o sal doméstico como opção mais segura, evitando assim a reinserção da substância, ou diluir parte da água fluoretada em água com baixo nível de fluoreto. Ainda é preferível que crianças menores de 7 anos não usem dentifrício fluoretado, ou usem apenas em quantidade semelhante a um grão de arroz.
O excesso de flúor pode ser tóxico apesar de em quantidade recomendada ser benéfico. Sua toxicidade pode ser aguda, quando grande quantidade de flúor é ingerida de uma só vez ou crônica quando pequenas quantidades são ingeridas continuamente. Em sua forma aguda a toxicidade pode varias desde uma simples perturbação gastrointestinal até a parada respiratória e consequentemente morte.
Em sua forma crônica a toxicidade pode afetar tecidos mineralizados (ossos e esmalte dental) causando também fluorose óssea.
O uso do flúor nas águas de abastecimento está sendo questionado por dissidências científicas devido a dificuldade de se individualizar a dosagem da substância para cada pessoa, enquanto a maioria dos cientistas aceita o fato de que os efeitos colaterais são contornáveis. Questionável, também, é seu controle durante a adição do composto na água de uso público que deve ser restrito e seguir as normas da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Prevalência
No Brasil o número varia muito dependendo do município. Em dois municípios de São Paulo só foram encontrados casos leves da doença. Em crianças de 5 a 15 anos de Aracaju foi identificado em 8,6% dos participantes. Em Goiânia foi identificado em 5,6% das crianças. Em Ponta Grossa (PR) o índice foi de 20,35% de casos leves ou muito leves. Em crianças de Brasília (DF) 14,64% de casos leves e moderados foram identificados. Em Maputo, Moçambique, foi encontrada baixa concentração de flúor na água e baixa prevalência de fluorose. Não houve diferença significativa entre gêneros, mas foi maior em crianças de 6 anos com dentes de lentes e nos dentes incisivos.
Dentre as crianças com fluorose, apenas 8,7% perceberam algum problema em seus dentes. As mães de crianças com fluorose igualmente tinham percepção positiva dos dentes dos filhos.
Metabolismo do Flúor
O flúor pode ser absorvido por vias pulmonares ou pelo trato gastrointestinal.
Após a ingestão, o flúor solúvel é absorvido no estômago e intestino delgado sendo parcialmente excretado após sua distribuição.
A absorção do Flúor vai depender diretamente do PH do estômago, sendo inversamente proporcional à quantidade de flúor absorvido. Quanto menor o PH maior sua absorção. Estando o PH 'Alcalino' a absorção é de 'menor' quantidade. Sabendo disso sempre é indicado, que antes de realizar a aplicação tópica de flúor, a criança esteja alimentada OU SEJA com o PH estomacal mais Alcalino para evitar sua intoxicação.
Após a absorção, o flúor é transportado pelo plasma, distribuído e parcialmente (50%) excretado pela urina durante as primeiras 24 horas.
A maioria do remanescente se tornará 'associado' aos tecidos calcificados sendo liberado durante o processo normal de remodelamento ósseo. Sendo esse fator o mais importante em manter constantemente íons de flúor na saliva quando administrado pelo método sistêmico.
Diagnóstico
A fluorose pode ser dividida em níveis segundo evolução da doença. Segundo o Índice Dean a fluorose dentária pode ser classificada em:
0. Normal : A superfície do esmalte está lisa, lustrosa e, geralmente, de cor branca cremosa pálida;
- Questionável : O esmalte revela pequenas alterações de translucidez.Desde algumas partículas brancas até eventuais manchas brancas. Esta classificação é utilizada quando a estrutura do esmalte não pode ser considerada normal e ao mesmo tempo existem pequenas alterações questionando a presença da fluorose;
- Muito Leve : Pequenas manchas brancas e opacas espalhadas irregularmente no dente, envolvem não mais que 25% de sua superfície total. Frequentemente estão incluídos as manchas brancas de aproximadamente 1-2mm no vértice das pontas de cúspide dos pré-molares ou segundo molares;
- Leve : Manchas brancas mais extensas, porém não ultrapassam 50% da superfície total do dente;
- Moderada : Manchas brancas em quase 100% da superfície dentária, o desgaste é observado junto à pequenas manchas acastanhadas;
- Severa: Toda superfície do esmalte comprometida por mancha, grande desgaste e manchas acastanhadas envolvem boa parte do elemento dental;
O Índice de Dean por ser preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é muito utilizado por pesquisadores da área de saúde, epidemiologistas e profissionais que trabalham com programas em saúde coletiva.
Fluoreto é a forma iônica do Flúor, um halógeno o mais eletronegativo dos elementos da tabela periódica. Seu uso entre 0,4 e 1,8 ppm é usado para evitar o desenvolvimento de cáries em países como EUA, Inglaterra, Canadá, Austrália e Brasil.
Mesmo não sendo capaz de interferir na formação de placa bacteriana e transformação do açúcar em ácidos, ele é capaz de controlar o processo de desmineralização e remineralização do esmalte dentário na forma de fluorapatita.