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Epistaxe
Epistaxe | |
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Ilustração de 1884 da revista dinamarquesa "Punch" mostra criança com epistaxe após briga. | |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | R04.0 |
CID-9 | 784.7 |
CID-11 | 608337668 |
DiseasesDB | 18327 |
MedlinePlus | 001641 |
eMedicine | emerg/806 ent/701, ped/1618 |
MeSH | D004844 |
Leia o aviso médico |
Epistaxe (em grego: ἐπιστάζω (epistazo) sangrar pelo nariz: ἐπί (epi) - "acima", "sobre" + στάζω (stazo) - "gotejar [pelas narinas]") ou sangramento nasal é uma ocorrência comum, não grave, decorrente da ruptura de pequenos capilares da membrana mucosa nasal. As rupturas acontecem comumente no septo nasal anterior, chamado de área de Kiesselbach. O sangramento nasal é o que se origina da mucosa das fossas nasais enquanto que a hemorragia nasal se exterioriza pelas fossas nasais, independente da origem (rinofaringe, tuba auditiva etc).
Patofisiologia
Os sangramentos nasais são devido à ruptura de um vaso sanguíneo dentro da mucosa nasal. A ruptura pode ser espontânea ou iniciadas por trauma. As hemorragias nasais são encontradas em até 60% da população com incidências de pico em crianças menores de dez anos de idade e pessoas com mais de 50 anos de idade; e parecem ocorrer mais em homens mais do que em mulheres. Um aumento na pressão sanguínea (por exemplo, devido à hipertensão geral) tende a aumentar a duração de epistaxe espontâneas.
A grande maioria das hemorragias nasais são anteriores, isto é, na parte da frente do nariz, a partir do septo nasal. Esta área é rica em vasos sanguíneos (Área de Kiesselbach). Esta região é também conhecida como Área de Little. O sangramento posterior geralmente é relacionada à artéria esfenopalatina, principal fonte de suprimento nasal. Porém, atualmente, tem se observado uma fonte constante de sangramento grave situado no septo nasal superior, chamada de S-Point. Os sangramentos posteriores são muitas vezes prolongados e difíceis de controlar. Eles podem estar associados a hemorragias de ambas as narinas, e ter um maior fluxo de sangue para dentro da boca.
Etiologia
A causa dos sangramentos no nariz podem ser geralmente divididas em duas categorias, fatores locais e sistêmicos.
- Fatores locais
- Deformidades anatômicas
- Inalação de produtos químicos
- Reação inflamatória (por exemplo, em infecções agudas do trato respiratório, sinusite crônica, rinite alérgica e irritantes ambientais)
- Corpos estranhos
- Tumores intranasais (Carcinoma nasofaríngeo em adultos, e angiofibroma juvenil em homens adolescentes)
- Forcado nasal O2 (terapia de pressão positiva contínua)
- Utilização spray nasal
- Cirurgia
- Trauma
- Fatores sistêmicos
- Drogas - aspirina, varfarina, clopidogrel, desmopressina, entre outras
- Intoxicação alcoólica (devido à vasodilatação)
- Alergias
- Discrasia sanguínea
- Falência cardíaca (devido a um aumento da pressão venosa)
- Neoplasias hematológicas
- Hipertensão
- Doenças infecciosas
- Desnutrição (especialmente anemia)
- Narcóticos
- Distúrbios vasculares
- Rigidez muscular, como a causada por escoliose (os músculos enrijecidos provocam a compressão dos vasos sanguíneos, resultando em sangramentos nasais no lado enrijecido).
Tratamento
O fluxo de sangue normalmente pára quando o sangue coagular, o que pode ser incentivado por pressão direta, pressionando a parte carnuda e macia do nariz. Isto aplica pressão sobre a Área de Little (Área de Kiesselbach), a fonte da maioria das hemorragias nasais e assim promove a coagulação. A pressão deve ser firme ser aplicada durante pelo menos de 5 até 20 minutos, inclinar a cabeça levemente para a frente vai ajudar a diminuir a chance de náuseas e obstrução das vias aéreas.
A aplicação local de um agente vasoconstritor tem mostrado reduzir o tempo de sangramento em casos benignos de epistaxe. As drogas oximetazolina ou fenilefrina estão amplamente disponíveis em sprays nasais para o tratamento de rinite alérgica e podem ser utilizados para esta finalidade.
Se essas medidas simples não funcionam, então a intervenção médica pode ser necessária para parar o sangramento. As medidas mais comuns são:
- Cauterização química, utilizando uma aplicação local de nitrato de prata ou ácido tricloroacético (ATA) para cauterizar vasos superficiais.
- Cauterização elétrica, utilizando um eletrocautério na região do sangramento após anestesia local.
- Cauterização endoscópica, utilizando um endoscópio flexível ou rígido localiza-se a região da artéria realizando a cauterização.
- Tampão nasal anterior, indicado na presença de sangramento difuso ou não localizado e quando os métodos acimas não forem efetivos. Faz-se anestesia local com algodão embebido em anestésico.
- Tampão nasal posterior, realizado quando o anterior não resolve o sangramento, comumente usado em casos de traumas.
- Bloqueio do Forame palatino maior
- Drogas, o uso de drogas para controle de sangramentos nasais tem uso limitado.
Outros
A utilidade de resfriamento local da cabeça e pescoço é controversa. Alguns afirmam que a aplicação de gelo no nariz ou na testa não é útil. Outros acham que ele pode promover a vasoconstrição dos vasos sanguíneos nasais e, portanto, é útil.
Prevenção
A aplicação tópica de pomada contendo antibiótico para a mucosa nasal tem se mostrado um tratamento eficaz para epistaxe recorrente. Um estudo descobriu que isto é tão eficaz quanto a cauterização nasal na prevenção de epistaxe recorrente em pacientes sem sangramento ativo no momento do tratamento - ambos tiveram uma taxa de aproximadamente 50 por cento de sucesso.
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