Продолжая использовать сайт, вы даете свое согласие на работу с этими файлами.
EMDR
Dessensibilização e reprocessamento por movimentos oculares, também conhecido pelo acrônimo de origem anglófona EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing), é um contestado método de psicoterapia desenvolvido por Francine Shapiro na década de 1990, na qual o paciente é solicitado a recordar imagens angustiantes; o terapeuta então direciona o paciente para um tipo de estímulo sensorial bilateral, como movimentos oculares de um lado para o outro ou toques manuais. Está incluído em várias diretrizes baseadas em evidências para o tratamento do transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Tem sido controverso; críticos argumentaram que os movimentos oculares não aumentam sua eficácia e carecem de uma teoria falsificável. Embora várias metanálises tenham considerado tão eficaz quanto a terapia cognitivo-comportamental focada no trauma para o tratamento do TEPT, essas mesmas são preliminares, dados os baixos números nos estudos, as altas taxas de risco de viés do pesquisador e as altas taxas de abandono.
Usos médicos
A pessoa que está sendo tratada é solicitada a relembrar imagens angustiantes enquanto gera um dos vários tipos de estímulos sensoriais bilaterais, como movimentos oculares de um lado para o outro ou toques manuais. Segundo a diretriz de prática da Organização Mundial da Saúde de 2013: "Assim como a terapia comportamental cognitiva (TCC) com foco no trauma, o EMDR visa reduzir o sofrimento subjetivo e fortalecer as crenças adaptativas relacionadas ao evento traumático. Contudo, o método não envolve descrições detalhadas do evento, contestação direta de crenças, exposição prolongada ou terapias caseiras."
Evidência
O número de evidências trazem resultados conflitantes, assim como recomendação de cautela na interpretação dos resultados devido ao baixo número de estudos incluídos, risco de viés do pesquisador, altas taxas de abandono e qualidade geral "muito baixa" de evidência em comparações com outras psicoterapias.
Uma metanálise de 1998 descobriu que o método era tão eficaz quanto a terapia de exposição e os ISRS. Quatro anos depois, os resultados concluíram que o EMDR não é tão eficaz nem duradouro como a terapia de exposição tradicional. Já outras duas metanálises datadas de 2005 e 2006 sugeriram que o método possuí efeitos equivalentes com a terapia de exposição tradicional após o tratamento e no acompanhamento.
Em 2006, duas metanálises descobriram que o EMDR é pelo menos equivalente em tamanho de efeito a terapias de exposição específicas. Três anos depois, um estudo do tratamento de estupro concluiu que o método teve alguma eficácia. Outro estudo de 2009 concluiu que o EMDR é de eficácia semelhante a outras terapias de exposição e mais eficaz que os ISRSs, a terapia centrada no problema ou o "tratamento usual". No ano seguinte, uma metanálise concluiu que todos os tratamentos "de boa-fé" eram igualmente eficazes, mas houve algum debate sobre a seleção do estudo de quais tratamentos eram "de boa-fé".
Uma revisão sistemática da Cochrane comparou o EMDR com outras psicoterapias no tratamento do TEPT crônico e constatou que o método é tão eficaz quanto a Terapia Comportamental Cognitiva Focada em Trauma (TFCBT) e mais eficaz que as outras psicoterapias não-TFCBT. Outra revisão sistemática examinou quinze ensaios clínicos de EMDR com e sem os movimentos dos olhos, descobrindo que o efeito era maior quando os movimentos dos olhos eram usados. Novamente, a interpretação foi experimental e os autores alegaram que a qualidade dos estudos não era boa e, consequentemente, pode ter distorcido os resultados. "Além de garantir verificações adequadas da qualidade do tratamento, havia outros problemas metodológicos sérios com estudos no contexto da terapia", afirmaram.
Posicionamento de instituições
As diretrizes de 2009 da Sociedade Internacional para Estudos de Estresse Traumático classificaram o EMDR como um tratamento de nível A baseado em evidências para TEPT em adultos. Outras diretrizes que recomendam a terapia com EMDR - assim como a TCC e a terapia de exposição - para o tratamento de traumas incluem o Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados (2005), Centro Australiano de Saúde Mental Pós-Traumática (2007), as diretrizes do Comitê Diretivo Nacional neerlandês de Saúde Mental e Cuidados (2003), a Associação Americana de Psiquiatria (2004), os Departamentos de Assuntos de Veteranos e de Defesa (2010), a Administração de Serviços de Saúde Mental e Abuso de Substâncias (2011), e Organização Mundial de Saúde (2013), apenas para TEPT, não para tratamento de estresse agudo.
Bibliografia
- Fontes online
- Devilly GJ (2002). «Eye movement desensitization and reprocessing: a chronology of its development and scientific standing» (PDF). The Scientific Review of Mental Health Practice. 1 (2). 132 páginas
- Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados (2016). «Post-traumatic stress disorder - NICE Pathways» (em inglês). Cópia arquivada em 16 de julho de 2019
- Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados (2005). «Post traumatic stress disorder (PTSD): The management of adults and children in primary and secondary care». Londres: NICE Guidelines (em inglês). Cópia arquivada em 19 de dezembro de 2007
- «Guidelines for the management of conditions that are specifically related to stress». Geneva: World Health Organization. 2013. PMID 24049868
- Fontes impressas
- Administração de Serviços de Saúde Mental e Abuso de Substâncias (2011). «National Registry of Evidence-based Programs and Practices»
- Associação Americana de Psiquiatria (2004). «Practice Guideline for the Treatment of Patients with Acute Stress Disorder and Posttraumatic Stress Disorder.». Arlington
- Bisson J, Roberts NP, Andrew M, Cooper R, Lewis C (2013). «Psychological therapies for chronic post-traumatic stress disorder (PTSD) in adults». Cochrane Database of Systematic Reviews. 12 (12): CD003388. PMID 24338345. doi:10.1002/14651858.CD003388.pub4
- Bradley, R.; Greene, J.; Russ, E.; Dutra, L.; Westen, D. (2005). «A multidimensional meta-analysis of psychotherapy for PTSD». The American Journal of Psychiatry. 162 (2): 214–227. PMID 15677582. doi:10.1176/appi.ajp.162.2.214
- Centro Australiano de Saúde Mental Pós-Traumática (2007). Australian guidelines for the treatment of adults with acute stress disorder and post traumatic stress disorder. Melbourne: [s.n.] ISBN 978-0-9752246-6-3
- Cloitre M (janeiro de 2009). «Effective psychotherapies for posttraumatic stress disorder: a review and critique». CNS Spectrums. 14 (1 Suppl 1): 32–43. PMID 19169192
- Comitê Diretivo Nacional neerlandês de Saúde Mental e Cuidados (2003). «Guidelines for the diagnosis treatment and management of adult clients with an anxiety disorder». Utrecht: The Dutch Institute for Healthcare Improvement (CBO)
- Department of Veterans Affairs & Department of Defense (2010). «VA/DoD Clinical Practice Guideline for the Management of Post-Traumatic Stress». Washington: Veterans Health Administration, Department of Veterans Affairs and Health Affairs, Department of Defense
- Ehlers, A.; Bisson, J.; Clark, D.; Creamer, M.; Pilling, S.; Richards, D.; Schnurr, P.; Turner, S.; Yule, W. (2010). «Do all psychological treatments really work the same in posttraumatic stress disorder?». Clinical Psychology Review. 30 (2): 269–276. PMC 2852651. PMID 20051310. doi:10.1016/j.cpr.2009.12.001
- Feske, Ulrike (1998). «Eye movement desensitization and reprocessing treatment for posttraumatic stress disorder». Clinical Psychology: Science and Practice. 5 (2): 171–181. doi:10.1111/j.1468-2850.1998.tb00142.x
- Lee CW, Cuijpers P (2013). «A meta-analysis of the contribution of eye movements in processing emotional memories». Journal of Behavior Therapy and Experimental Psychiatry. 44 (2): 231–239. PMID 23266601. doi:10.1016/j.jbtep.2012.11.001
- Foa EB; Keane TM; Friedman MJ (2009). «Effective treatments for PTSD: Practice guidelines from the International Society for Traumatic Stress Studies». Nova Iorque: Guilford Press
- Schnyder, Ulrich; Cloitre, Marylène (14 de fevereiro de 2015). Evidence Based Treatments for Trauma-Related Psychological Disorders: A Practical Guide for Clinicians. [S.l.]: Springer. ISBN 9783319071091. Consultado em 20 de abril de 2015
- Seidler, GH; Wagner, FE (novembro de 2006). «Comparing the efficacy of EMDR and trauma-focused cognitive-behavioral therapy in the treatment of PTSD: a meta-analytic study.». Psychological Medicine. 36 (11): 1515–22. PMID 16740177. doi:10.1017/s0033291706007963
- Van Etten M. L.; Taylor, S (1998). «Comparative efficacy of treatments for post-traumatic stress disorder: a meta-analysis» (PDF). Clinical Psychology & Psychotherapy. 5 (3): 126–144. doi:10.1002/(SICI)1099-0879(199809)5:3<126::AID-CPP153>3.0.CO;2-H. hdl:2027.42/35192
- Vickerman, K. A.; Margolin, G. (2009). «Rape treatment outcome research: Empirical findings and state of the literature». Clinical Psychology Review. 29 (5): 431–448. PMC 2773678. PMID 19442425. doi:10.1016/j.cpr.2009.04.004
- Watts BV, Schnurr PP, Mayo L, Young-Xu Y, Weeks WB, Friedman MJ (2013). «Meta-analysis of the efficacy of treatments for posttraumatic stress disorder». Journal of Clinical Psychiatry. 74 (6): e541–550. PMID 23842024. doi:10.4088/JCP.12r08225