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Doença inflamatória pélvica

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Doença inflamatória pélvica
Locais de infeção mais comuns na doença inflamatória pélvica
Especialidade Ginecologia
Sintomas Dor no baixo ventre, corrimento vaginal, febre, ardor ao urinar, dor na relação sexual, menstruação irregular
Complicações Infertilidade, gravidez ectópica, dor pélvica crónica, cancro
Causas Bactérias que se propagam a partir da vagina e colo do útero
Fatores de risco Gonorreia, clamídia
Método de diagnóstico Com base nos sintomas, ecografia, laparoscopia
Prevenção Abstinência sexual, número reduzido de parceiros sexuais, preservativo
Tratamento Antibióticos
Frequência 1,5% das mulheres jovens por ano
Classificação e recursos externos
CID-10 N70-N77, N73.9
CID-9 614.9, 614-616.99, 614.8
CID-11 1230041477
DiseasesDB 9748
MedlinePlus 000888
eMedicine 256448
MeSH D000292
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

Doença inflamatória pélvica (DIP) é uma infeção da parte superior do aparelho reprodutor feminino, nomeadamente do útero, trompas de falópio, ovários, e do interior da bacia. Em muitos casos a doença é assintomática. Quando estão presentes, os sinais e sintomas mais comuns são dor no baixo ventre, corrimento vaginal, febre, ardor ao urinar, dor na relação sexual e menstruação irregular. Quando não é tratada, a longo prazo a doença pode causar complicações como infertilidade, gravidez ectópica, dor pélvica crónica e cancro.

A doença é causada por bactérias que se propagam a partir da vagina e do colo do útero. Entre 75 e 90% dos casos são causados por infeções por Neisseria gonorrhoeae ou Chlamydia trachomatis. É frequente estarem envolvidas várias bactérias diferentes. Cerca de 10% das pessoas com clamídia não tratada e 40% das pessoas com gonorreia não tratada desenvolvem DIP. Os fatores de risco são semelhantes aos da generalidade das infeções sexualmente transmissíveis, como elevado número de parceiros sexuais e consumo de drogas. A lavagem vaginal pode também aumentar o risco. O diagnóstico geralmente tem por base os sinais e sintomas. Está recomendado que se suspeite da doença em todas as mulheres em idade fértil que apresentem dor no baixo ventre. O diagnóstico pode ser definitivamente confirmado quando, durante uma laparoscopia, se observa pus a envolver as trompas de falópio. O diagnóstico pode ainda ser auxiliado por ecografia.

Entre as medidas de prevenção estão a abstinência sexual ou redução do número de parceiros sexuais e a utilização de preservativo durante as relações sexuais. O rastreio e posterior tratamento de mulheres com risco de clamídia também diminui o risco de DIP. Quando se suspeita do diagnóstico, geralmente recomenda-se tratamento. Está também recomendado o tratamento dos parceiros sexuais da mulher. Em pessoas com sintomas ligeiros a moderados, está recomendada uma injeção do antibiótico ceftriaxona, seguida por duas semanas com doxiciclina e possivelmente metronidazol por via oral. Em pessoas que não melhoram após três dias ou que apresentam sintomas graves podem ser administrados antibióticos por via intravenosa.

Em 2008 ocorreram em todo o mundo cerca de 106 milhões de casos de clamídia e em igual número de gonorreia. No entanto, o número de casos de DIP não é claro. Estima-se que em cada ano a doença afete cerca de 1,5% de todas as mulheres jovens. Nos Estados Unidos, a DIP afeta um milhão de pessoas por ano. Na década de 1970, um tipo de dispositivo intrauterino denominado "escudo de Dalkon" levou a um aumento dos casos de DIP. No entanto, os dispositivos intrauterinos atuais não estão associados a este problemas após o primeiro mês.

Sinais e sintomas

Os sintomas de DIP incluem:

  • Febre,
  • Dor pélvica,
  • Dor ao tocar o cérvix,
  • Corrimento vaginal novo ou diferente,
  • Intercurso sexual doloroso (dispareunia),
  • Sensibilidade uterina e anexial,
  • Menstruação irregular (como metrorragia)

Complicações

A infecção pode se espalhar causando apendicite, peritonite, hepatite ou abscessos. Após um longo período de inflamação as cicatrizes no aparelho reprodutor feminino podem resultar em infertilidade, gravidez ectópica e Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis (peritonite com fibrose hepática).

Causas

A grande maioria dos casos é causada pelas bactérias Chlamydia trachomatis ou Neisseria gonorrhoeae, e frequentemente é causado por múltiplas bactérias, mas também pode ser causado pela Prevotella, alguma espécie de Streptococcus ou por outras bactérias menos frequentes.

A principal via de transmissão é por relação sexual sem camisinha. A infecção ascende da vagina para os outros órgãos pélvicos.

Diagnóstico

A suspeita surge sintomas de infecção associados a dor no exame pélvico, além de sensibilidade ao toque cervical, desconforto uterino ou anexial. O DIP pode ser confirmado com um hemograma completo, taxa de sedimentação de eritrócitos (ESR), Proteína c-reativa, cultivo da flora cervical e exame de imagens. Também é comum investigar se há Clamídia ou Gonorreia com um NAAT (Nucleic acid amplification tests).


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