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Cura pela fé

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Cura pela fé, também chamada de cura espiritual, é o alegado uso de meios unicamente religiosos no tratamento de doenças, algumas vezes acompanhada da recusa de técnicas modernas de tratamento médico. A cura pela fé não é uma forma de medicina alternativa pois nestes casos a cura dá-se pela crença numa determinada religião ou entidade divina, ou ainda por auto-sugestão. A expressão é ocasionalmente usado em conexão com milagre

A cura pela fé está presente em movimentos religiosos cristãos, mas ocorre também em várias outras crenças religiosas.

Cura pela fé cristã

No Cristianismo, a Bíblia registra várias curas entre os milagres de Jesus.Jesus também disse que os crentes têm o poder de curar os enfermos imposição de mãos.

Catolicismo

No catolicismo, a cura pela fé é frequentemente atribuída à taumaturgia, na intercessão de santos por milagres.

Os fiéis cristãos de tendência carismáticos (incluindo a Renovação Carismática Católica) que acreditam em curas sobrenaturais geralmente não condenam a prática de retenção de tratamentos médicos nos casos em que psicólogos determinam que reter esse tipo de tratamento seria prejudicial à saúde do paciente.

Cristianismo evangélico

Imposição de mãos para a cura na Igreja Living Streams International Church, Accra, Gana, 2018

Para a maioria dos cristãos evangélicos, a inerrância bíblica assegura que os milagres descritos na Bíblia ainda são relevantes e podem estar presentes na vida do crente. Curas, sucessos acadêmicos ou profissionais, o nascimento de uma criança após várias tentativas, o fim de um vício, etc., seriam exemplos tangíveis da intervenção de Deus - com a e oração - pelo Espírito Santo. Na década de 1980, o movimento neocarismático enfatizou novamente os milagres e a cura pela fé. Em certas igrejas, um lugar especial é reservado para curas com imposição de mãos durante o culto ou para campanhas evangelização. A cura pela fé ou cura divina é considerada uma herança de Jesus adquirida por sua morte e ressurreição.

Evidências

Não há evidências científicas da eficácia da cura pela fé. Os seus praticantes apenas podem citar evidências anedóticas de casos onde ela foi bem sucedida, sem qualquer documentação adequada. Relatos de curas espirituais poderiam ainda significar melhora de sintomas ou doenças psicossomáticas, remissão espontânea de doenças ou ainda diagnóstico incorreto da doença prévia ou da cura posterior. Céticos ainda apontam que proponentes de "cura pela fé" ignoram o grande número de casos em que o paciente morre na tentativa de se curar somente pela fé ou os que se consideram erroneamente curados e abandonam os tratamentos adequados.

Não há nenhum estudo cientificamente adequado demonstrando que a cura pela fé religiosa, independente de qual for (cristã, xamânica, espírita, simpatias, etc.) tenha eficácia diferente da cura pela fé no tratamento inócuo (efeito placebo). Esses dados também são apoiados por estudos mostrando que orações intercessórias, quando de desconhecimento do doente, não mudam em nada o curso da doença.

Muitas pessoas recorrem à "cura pela fé" em caso de doenças incuráveis.

Questões éticas em casos de recusa do tratamento convencional

"Cura pela fé" pode acarretar em sérios problemas éticos para profissionais de medicina quando os pais não aceitam ou recusam cuidados médicos tradicionais para os filhos. Em alguns países, pais discutem que as garantias constitucionais de liberdade religiosa incluem o direito de manter curas alternativas para exclusão de cuidados médicos.

Advogados de medicina convencional discutem estudos que mostram que "cura pela fé" é tão efetiva quanto placebo, fazendo com que essa prática seja antiética de se manter quando há risco de morte ou quando há tratamentos com eficácia superior ao placebo.

Em geral, os médicos são responsáveis pelo tratamento oferecido a um paciente sob os seus cuidados. Em consequência, se julgam que o tratamento médico é necessário para salvar a vida ou a saúde de um indivíduo, balanceando esse julgamento com questões legais e privadas, podem agir contrariamente aos desejos do paciente (se este não tiver em condições de uma decisão consciente) ou de seus pais.

No caso de crianças, considera-se legalmente que são de responsabilidade do Estado e estão sob a tutela dos pais até atingirem a maioridade, quando são consideradas legalmente aptas a fazer uma decisão consciente sobre as suas convicções religiosas. Enquanto isso, os pais não podem impor sua crença aos filhos se as mesmas levarem a risco de morte. Nessas situações, se houver denúncia para as autoridades competentes, a tutela da criança é transferida para o Estado até que o risco seja eliminado e depois é reavaliada.

Em 2000, na Inglaterra, uma ordem do governo permitiu que uma criança, contra muito protesto de seus pais, fosse tratada pelos médicos. O mesmo ocorre no Brasil, mas não tão raramente.[carece de fontes?]

Ver também

Bibliografia

  • Herbert Benson, MD; Jeffery A. Dusek, PhD et al. Study of the Therapeutic Effects of Intercessory Prayer (STEP) in Cardiac Bypass Patients: A Multicenter Randomized Trial of Uncertainty and Certainty of Receiving Intercessory Prayer. Am Heart J. 2006;151(4):934-942
  • J M Aviles, S E Whelan, D A Hernke, et. al. Intercessory prayer and cardiovascular disease progression in a coronary care unit population: a randomized controlled trial. Mayo Clin Proc - Dec 2001
  • Kevin S Masters, Glen I Spielmans. Are there demonstrable effects of distant intercessory prayer? A meta-analytic review. Ann Behav Med -agosto de 2006
  • Michael Shermer. Flying carpets and scientific prayers. Scientific experiments claiming that distant intercessory prayer produces salubrious effects are deeply flawed. Sci Am - Novembro de 2004
  • James Randi. The Faith Healers. Prometheus Books, 1989
  • Robert L. Park. Voodoo Science: The Road from Foolishness to Fraud. Oxford University Press, 2001
  • irmão José. A Cura pela Fé. Editora AMCGuedes, 2012

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