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Vírus de Marburg
Vírus de Marburg | |||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||
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O vírus de Marburg ou vírus de Marburgo (MARV) é o agente causador da febre hemorrágica de Marburg, que teve epidemias conhecidas em 1967 (a primeira) e depois em 1975, 1980, 1987, 1998, 2004–2005 (cujo epicentro foi Angola), 2007–2014 (cujo epicentro foi Uganda) e 2023 na Guiné Equatorial.
Tanto a doença quanto o vírus estão relacionados com o ébola e têm origem na mesma área geográfica (Uganda e Quénia ocidental). A sua fonte é uma zoonose de origem desconhecida.
Este vírus foi documentado pela primeira vez em 1967, quando 31 pessoas adoeceram nas cidades alemãs de Marburg e Frankfurt am Main e na cidade sérvia de Belgrado.
O vírus
A estrutura viral é típica dos filovírus, com longas partículas fibrosas que têm um diâmetro consistente mas que variam muito em comprimento, entre uma média de 800 nm até 14.000 nm, com o auge da actividade infeciosa por volta dos 790 nm. O seu vírion contém 7 proteínas estruturais conhecidas. Sendo praticamente idêntico ao vírus do Ébola em estrutura, o vírus de Marburg é antigenicamente distinto do vírus do Ébola - por outras palavras, ele produz anticorpos diferentes, nos organismos infectados.
Este vírus foi documentado pela primeira vez em 1967, quando 31 pessoas adoeceram nas cidades alemãs de Marburg e Frankfurt am Main e na cidade sérvia de Belgrado, aparentemente por causa de macacos Cercopithecus aethiops infectados, que haviam sido importados do Uganda para o uso no desenvolvimento de vacinas pólio. Foi o primeiro filovírus a ser identificado.
É transmitido às pessoas por morcegos frugívoros e se espalha entre humanos através do contato direto com os fluidos corporais de pessoas, superfícies e materiais infectados, reporta a OMS.
Sintomas da doença
A doença é caracterizada por um súbito ataque de febre, dores de cabeça e mialgia após um período de incubação de 5 a 10 dias. Passada uma semana, aparece uma inflamação maculopapular, seguida de vómitos, dores do peito e abdominais e diarreia. A doença pode então agravar-se ainda mais, com icterícia, delírios, falência do fígado e hemorragias extensas. A recuperação é prolongada e pode ser marcada por inflamação dos testículos, hepatite recorrente, mielite recorrente ou uveíte, inflamação da medula espinal, dos olhos ou da glândula parótida.
Dependendo dos serviços de saúde e do apoio hospitalar disponível, a doença pode ter taxas de letalidade extremamente altas. Durante um surto de Marburg ocorrido em Angola entre 2004 e 2005, das 252 pessoas que contraíram um sorotipo particularmente virulento, 227 (90%) morreram.
Surtos
Entre julho e setembro de 2007, mineiros que trabalhavam na gruta de Kitaka, em Uganda, foram diagnosticados com a febre hemorrágica de Marburg. Aparentemente o vetor da doença foram morcegos-da-fruta (Rousettus aegyptiacus). A gruta e a mina abrigavam 40.000 a 100.000 desses morcegos.
Ano | Localização geográfica | N° de mortes/N° de casos (taxa de letalidade) |
1967 | Marburg e Frankfurt (Alemanha Ocidental) e Belgrado (Iugoslávia) | 7/31 (23%) |
1975 | Rodésia e Johannesburg, África do Sul | 1/3 (33%) |
1980 | Quênia | 1/2 (50%) |
1987 | Quênia | 1/1 (100%) |
1988 | Koltsovo, Novosibirsk , URSS | 1/1 (100%) [acidente de laboratório] |
1990 | Koltsovo, Novosibirsk , URSS | 0/1 (0%) [acidente de laboratório] |
1998–2000 | Durba (Haut-Uele) e Watsa (Orientale, República Democrática do Congo | 128/154 (83%) Durante esse surto, foram registrados 154 casos com 128 óbitos decorrentes de infecção provocada por duas diferentes espécies do gênero Marburgvirus (MARV e RAVV) . Porém não há informação sobre quantos casos e quantas mortes foram causadas por MARV ou por RAVV |
2004–2005 | Angola | 227/252 (90%) |
2007 | Uganda | 1/3 (33%) |
2008 | Uganda, Países Baixos e EUA | 1/2 (50%) |
2012 | Uganda | 9/18 (50%) |
2014 | Uganda | 1/1 (100%) |
2021 | Guiné | 1/1 (100%) |
2022 | Gana | 2/2 (100%) |
2023 | Guiné Equatorial | 9/27 (33%) |
Ligações externas
- Marburg hemorrhagic fever (Marburg HF) (informações e mapa de distribuição da doença). Centers for Disease Control and Prevention (13 de outubro de 2014)