Продолжая использовать сайт, вы даете свое согласие на работу с этими файлами.
Transtorno de personalidade antissocial
Transtorno de personalidade dissocial | |
---|---|
Em 1904, Emil Kraepelin examinou pela primeira vez com metodologia científica os tipos de personalidades similares ao transtorno de personalidade antissocial, e serviu de base para a criação deste diagnóstico. | |
Especialidade | psiquiatria, psicologia |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | F60.2 |
CID-9 | 301.7
Sinônimos: Personalidade sociopática |
CID-11 | 1913158855 |
DiseasesDB | 000921 |
MedlinePlus | 000921 |
MeSH | D000987 |
Leia o aviso médico |
O transtorno de personalidade antissocial (TPA) (português brasileiro) ou perturbação da personalidade antissocial (PPAS) (português europeu), comumente referido como sociopatia, é um transtorno de personalidade descrito no DSM-V, caracterizado pelo comportamento impulsivo do indivíduo afetado, desprezo por normas sociais e indiferença ou desrespeito pelos direitos e pelos sentimentos dos outros. Frequentemente o indivíduo demonstra também baixa consciência ou sentido de moral associado a um histórico de problemas legais e comportamentos agressivos ou impulsivos. Na classificação internacional de doenças (CID), é chamado de transtorno de personalidade dissocial (Código: F60.2).
Costuma-se distinguir o conceito de distúrbio da personalidade antissocial do conceito de psicopatia. Muitos pesquisadores argumentam que a psicopatia é um distúrbio que se sobrepõe ao TPA, mas é distinto deste.
Na população em geral, as taxas dos transtornos de personalidade podem variar de 0,5% a 3%, subindo para 45-66% entre presidiários.
Características
O transtorno de personalidade antissocial é definido por um desrespeito generalizado e persistente pela moral, pelas normas sociais e pelos direitos e sentimentos dos outros. Embora os comportamentos variem em grau, os indivíduos com esse transtorno de personalidade normalmente têm escrúpulos limitados em explorar os outros de maneira prejudicial para seu próprio ganho ou prazer, e frequentemente manipulam e enganam outras pessoas. Enquanto alguns o fazem através de uma fachada de charme superficial, outros o fazem por meio de intimidação e violência. Eles podem exibir arrogância, pensar humilde e negativamente nos outros, e não ter remorso por suas ações prejudiciais e ter uma atitude insensível em relação àqueles que prejudicaram. A irresponsabilidade é uma característica central desse transtorno; a maioria tem dificuldades significativas em manter um emprego estável, bem como cumprir suas obrigações sociais e financeiras, e as pessoas com esse transtorno geralmente levam estilos de vida exploradores, ilegais ou parasitários.
Aqueles com transtorno de personalidade antissocial são muitas vezes impulsivos e imprudentes, deixando de considerar ou desconsiderando as consequências de suas ações. Eles podem repetidamente desconsiderar e colocar em risco sua própria segurança e a segurança de outras pessoas, o que pode colocar a si mesmos e outras pessoas em perigo. Eles são frequentemente agressivos e hostis, com temperamentos mal regulados, e podem atacar violentamente quando provocados ou frustrados. Os indivíduos são propensos a transtornos por uso de substâncias e dependência, sendo comum o uso não médico de várias substâncias psicoativas nessa população. Esses comportamentos podem, em alguns casos, levar esses indivíduos a conflitos frequentes com a lei, e muitas pessoas com TPA têm extensas históricoss de comportamento antissocial e infrações criminais que remontam à adolescência ou infância.
Transtorno de Conduta
Embora o transtorno de personalidade antissocial seja um transtorno mental diagnosticado na idade adulta, ele tem seu precedente na infância. Os critérios do DSM-5 para TPA exigem que o indivíduo tenha problemas de conduta evidentes aos 15 anos de idade. O comportamento antissocial persistente, bem como a falta de consideração pelos outros na infância e adolescência, é conhecido como transtorno de conduta e é o precursor do TPA. Cerca de 25 a 40% dos jovens com transtorno de conduta serão diagnosticados com TPA na idade adulta.
O transtorno de conduta é um transtorno diagnosticado na infância que se assemelha às características encontradas no TPAS e se caracteriza por um padrão de comportamento repetitivo e persistente em que são violados os direitos básicos dos outros ou as principais normas próprias da idade. As crianças com o transtorno geralmente exibem comportamento impulsivo e agressivo, podem ser insensíveis e enganosas e podem se envolver repetidamente em pequenos crimes, como roubo ou vandalismo, ou brigar com outras crianças e adultos.
Comorbidades
Portadores de transtornos de personalidade são mais susceptíveis a apresentarem outros transtornos psiquiátricos. Estima-se que 80% das pessoas com transtornos de personalidade sofram de outros problemas de saúde psicológica, como hiperatividade, síndrome do pânico, depressão maior, transtornos de ansiedade e abuso de drogas. TPA geralmente coexiste com as seguintes condições:
- Transtornos de ansiedade
- Transtorno depressivo
- Transtorno de somatização
- Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade
- Transtorno bipolar
- Transtorno de personalidade Borderline
- Transtorno de personalidade histriônica
- Transtorno de personalidade narcisista
Diagnóstico
De acordo com o DSM-V, para ser diagnosticado com TPA o indivíduo precisa atender os seguintes critérios:
Critério A
Apresentar pelo menos 3 dos seguintes itens, ocorrendo desde pelo menos os 15 anos de idade:
- repetidamente quebrar a lei/normas sociais
- repetidamente apresentar comportamento falso (exs: enganar os outros para benefício próprio, mentir compulsóriamente, etc..)
- ser impulsivo e/ou incapaz de traçar um planejamento realista para o longo prazo
- ser facilmente irritável ou apresentar agressividade.
- apresentar total indiferença para com sua segurança ou a de outrem. (ex: dirigir perigosamente a só ou com passageiros)
- ser consistentemente irresponsável
- falta de remorso severa
Esses sinais não devem fazer parte de um episódio esquizofrênico ou maníaco – eles devem fazer parte da personalidade cotidiana da pessoa.
Critério B
O indivíduo deve ter pelo menos 18 anos de idade.
Critério C
Deve haver evidência de Transtorno de Conduta antes dos 15 anos, desde a infância.
Teste de psicopatia de Hare (PCL-R)
Para diagnosticar uma pessoa com psicopatia, Robert Hare desenvolveu um famoso teste psicológico, válido somente quando aplicado por um psicólogo ou psiquiatra. Seus critérios diagnósticos abrangem os recursos afetivos, interpessoais e comportamentais. Cada item é avaliado em uma nota de zero (ausente ou leve), um (moderada) ou dois (grave). A soma total determina o grau de psicopatia de uma pessoa.
- Fator 1
- Antissocial agressivo
- Sedutora / Charme superficial
- Grandioso senso de auto-estima / egocêntrico
- Mentira patológica
- Esperteza / Manipulação
- Falta de remorso ou culpa
- Superficialidade emocional
- Insensibilidade / Falta de empatia
- Falha em aceitar a responsabilidade por ações próprias
- Agressão a animais
- Fator 2
- Estilo de vida socialmente desviantes
- Necessidade por estimulação / tendência ao tédio e depressão
- Estilo de vida parasitário tentando ser sustentado e mantido por seus manipulados.
- Falta de metas de longo prazo possíveis ou realistas (incapacidade de enxergar as consequências das ações no futuro)
- Impulsividade
- Irresponsabilidade e desonestidade frequente
- Fator 3
- Estilo de comportamentos irresponsáveis
- Controle comportamental pobre*
- Versatilidade criminal*
- Delinquência juvenil*
- Problemas comportamentais precoces*
- Revogação da liberdade condicional*
- Traços não correlacionadas com ambos fatores
- Várias relações conjugais de curta duração
- Promiscuidade
De uma pontuação máxima de 40, o ponto de corte para o rótulo de psicopatia é 30 nos Estados Unidos e 25 no Reino Unido. Uma pontuação de corte de 25 também é usada às vezes para fins de pesquisa.
Apontuação de psicopatia comum para pessoas não-transtornadas é de 5-20 (~20 apenas sendo altamente criminoso, 10 e abaixo sendo relativamente "normal"); 25-30 é onde a curva se inclina para mal-adaptativo, com 30+ sendo psicopata. A maioria dos indivíduos com TPA não são psicopatas e tendem a atingir esse ponto médio (~ 20-25).
Uma nota elevada no Fator 2 está associado com reação agressiva, ansiedade, elevado risco de suicídio, criminalidade e violência por impulsividade. Uma nota elevada no Fator 1 por outro lado indica uma melhor habilidade em conviver socialmente, baixa ansiedade, baixa empatia, baixa tolerância a frustrações e baixa ideação suicida, além de estar associado a sucesso e bem-estar.
Indivíduos com Fator 1 positivo já foi considerado como adaptativo em um ambiente altamente competitivo, por obter resultados tanto para o indivíduo quanto paras as corporações, porém muitas vezes eles causam dano a longo prazo, tanto para seus colegas de trabalho quanto para a organização como um todo, devido ao seu comportamento manipulativo, enganoso, abusivo e, muitas vezes fraudulento. Além disso, essas pessoas geralmente causam extremo sofrimento a seus parceiros amorosos, a seus filhos, familiares e animais domésticos.
Contando até 40 pontos (16+18+6). Se o indivíduo tiro o máximo no Fator 1, ele marcaria 16 pontos ; da mesma forma, para Fator 2, ele pontuaria 18. Deve haver uma compensação para qualquer fator para que a psicopatia seja identificada. Digamos que se tenha pontuação máxima para F1 e média para F2, que é 16 + 9 = 25, ainda não é um psicopata. Ou vice-versa, 18 + 8 = 26, não é um psicopata, mas severamente fora da norma e provavelmente criminoso. Isso significaria que, para qualificar um indivíduo (subclínica e forense) como psicopata, é preciso tirar notas altas em todos os fatores.
Psicopatia
A psicopatia é comumente definida como um transtorno de personalidade caracterizado em parte por comportamento antissocial, capacidade diminuída de empatia e remorso e controles comportamentais inadequados.. Pessoas com transtorno psicopático, durante o período da infância, podem ter sofrido com negligência e autoritarismo por parte de seus cuidadores, sentem-se profundamente isolados e tendem à introversão.. Traços psicopáticos são avaliados usando várias ferramentas de medição, incluindo a lista de verificação de psicopatia do pesquisador canadense Robert D. Hare, revisada (PCL-R). "Psicopatia" não é o título oficial de nenhum diagnóstico no DSM ou CID; nem é um título oficial usado por outras grandes organizações psiquiátricas. O DSM e a CID, no entanto, afirmam que seus diagnósticos antissociais às vezes são chamados (ou incluem o que é referido) como psicopatia ou sociopatia.
O trabalho do psiquiatra americano Hervey Cleckley sobre psicopatia formou a base dos critérios diagnósticos para TPA, e o DSM afirma que TPA é muitas vezes referido como psicopatia. No entanto, os críticos argumentam que TPA não é sinônimo de psicopatia, pois os critérios diagnósticos não são os mesmos, uma vez que os critérios relacionados aos traços de personalidade são enfatizados relativamente menos no primeiro.
No entanto, a psicopatia tem sido proposta como um especificador de um modelo alternativo para TPA. No DSM-5, em "Modelo Alternativo do DSM-5 para Transtornos de Personalidade", o TPA com características psicopáticas é descrito como caracterizado por "falta de ansiedade ou medo e por um estilo interpessoal ousado que pode mascarar comportamentos desadaptativos (por exemplo, fraude) ". Baixos níveis de abstinência e altos níveis de busca de atenção combinados com baixa ansiedade estão associados à "potência social" e "imunidade ao estresse" na psicopatia. Sob o especificador, as características afetivas e interpessoais são comparativamente enfatizadas em relação aos componentes comportamentais.
Apesar de cometerem mais crimes, serem mais violentos e terem maior índice de reincidência, psicopatas ainda recebem liberdade condicional com 2,5 mais frequência que outros presos.
Diferencial
De acordo com o DSM-5-TR, o TPA é frequentemente confundido com outros transtornos de personalidade do Grupo B, no entanto é possível diferencia-lo dos outros apartir das seguintes constatações:
Ao contrário de TPA, transtorno de personalidade narcisista não inclui características de impulsividade, agressão e engano. Além disso, indivíduos com TPA podem não ser tão carentes da admiração e inveja dos outros, e as pessoas com TP narcisista geralmente não têm o histórico de transtorno de conduta na infância ou comportamento criminoso na idade adulta.
Indivíduos com TPA e TP histriônica compartilham a tendência de serem impulsivos, superficiais, em busca de excitação, imprudentes, sedutores e manipuladores, mas pessoas com transtorno de personalidade histriônica tendem a ser mais exageradas em suas emoções e não caracteristicamente se envolvem em comportamentos anti-sociais.
Indivíduos histriônicos e borderline são manipuladores para obter afeto, enquanto antissociais são manipuladores para obter lucro, poder ou alguma outra gratificação material. Indivíduos com TPA tendem a ser menos emocionalmente instáveis e mais agressivos do que aqueles com transtorno de personalidade borderline.
Causas
Pessoas com TPA muitas vezes cresceram em famílias divididas em que o conflito parental é frequente e a paternidade é dura e inconsistente. Como resultado de inadequações dos pais e/ou comportamento difícil da criança, os cuidados da criança são frequentemente interrompidos e transferidos para entidades externas à família (escola, igreja, clubes). Isso, por sua vez, muitas vezes leva à evasão escolar, amizades igualmente delinquentes e uso indevido de substâncias.
Fatores ambientais e psicológicos como condições econômicas precárias, família desestruturada e histórico de violência podem superar fatores genéticos na formação da TPA. Existe grande número de Indivíduos com TPA e psicopatas entre as populações carcerárias. Estes indivíduos vivenciaram, geralmente, situações de desamparo, desprezo e desafeto por suas famílias. Vivências repletas de maus tratos, humilhações, abusos e mais uma série de fatores que, somados, podem levar o indivíduo a uma dessensibilização, emocionalmente superficial e a repetir a violência sofrida em suas relações sociais.
Vários estudos mostram a associação entre lesões pré-frontais e comportamentos impulsivos, agressividade e inadequação social. Um indivíduo saudável apresentando comportamentos dentro dos padrões normais após sofrer um acidente em que o córtex é atingido, pode passar a apresentar comportamentos antissociais, ou seja, uma sociopatia adquirida. Estes dados confirmam o fato de que possa existir um componente cerebral envolvido no comportamento antissocial.
A diminuição da massa cinzenta na área pré-frontal, analisada por neuroimagem, demonstra que uma diminuição do volume do hipocampo posterior e um aumento da matéria branca do corpo caloso contribuem para o aparecimento de comportamentos mais agressivos.
Tratamento
As formas mais comuns de medicamentos utilizados em pacientes de transtornos de personalidade são os neurolépticos, antidepressivos, lítio, benzodiazepínicos, anticonvulsivantes e psicoestimulantes. Porém tratamentos medicamentosos revelaram ser ineficazes no tratamento de psicopatia, apesar de poucos estudos terem sido realizados adequadamente. Mesmo com poucos testes, sais de lítio são usados frequentemente no tratamento de pacientes psicopatas, pois podem levar a uma redução nos comportamentos impulsivos, explosivos e na instabilidade emocional. Seus principais efeitos colaterais são sedação, tremores e problemas motores.
Há indicativos de que a terapia cognitivo-comportamental possa ser um método eficaz no tratamento de transtornos de personalidade antissocial. A American Psychiatric Association considera a terapia analítico-comportamental como o tratamento de regulacão afetiva mais eficaz e empiricamente suportado para transtornos de personalidade.
Psicoterapias com pacientes com personalidade violenta em liberdade condicional reduziram os índices de reincidência para 20 e 33% comparado com 40 a 52% dos grupos controles. Os autores concluem que a personalidade dos pacientes não mudou, porém eles aprenderam a controlar melhor seus impulsos e pensarem mais nas consequências de seus atos.