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Síndrome da serotonina
Síndrome da serotonina | |
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Serotonina | |
Classificação e recursos externos | |
CID-9 | 333.99 |
CID-11 | 678764364 |
DiseasesDB | 30044 |
MedlinePlus | 007272 |
eMedicine | ped |
MeSH | C21.613.276.720 |
Leia o aviso médico |
Síndrome da serotonina é um conjunto de sintomas resultante da estimulação excessiva de receptores serotoninérgicos centrais e periféricos, caracterizada pela tríade de sintomas: alteração do estado mental, anormalidades neuromusculares e hiperatividade autonômica.
Causas
É causada pela administração de substâncias que estimulam a produção ou maior liberação de serotonina, sendo os casos mais graves resultantes da combinação de duas ou mais substâncias:
- Secundária ao aumento da produção de serotonina: Triptofano
- Secundária ao aumento da liberação da serotonina estocada: Anfetaminas (incluindo "Ecstasy"), Bromocriptina, Cocaína, L-Dopa.
- Secundária à diminuição de recaptura de serotonina pela terminação pré-sináptica:
- Dextrometorfano,
- Nefazodona,
- Petidina (Meperidina),
- ISRS (como Fluoxetina, Paroxetina, Sertralina, Citalopram, Fluvoxamina),
- ISRSN (como Duloxetina, Venlafaxina)
- Antidepressivos tricíclicos.(como Amitriptilina, Nortriptilina)
- Secundária à inibição do metabolismo da serotonina: Moclobemida, Tranilcipromina.
- Secundária à estimulação do receptor pós-sináptico da serotonina: Dietilamida do Ácido Lisérgico (LSD).
- Secundária ao aumento da resposta pós-sináptica à estimulação pela serotonina: Lítio
Fatores de risco
Pessoas mais predispostas são:
- Pessoas com idade avançada
- Usuários crônicos de ISRS
- Com doença hepática avançada
- Pessoas com doença endotelial (aterosclerose, hipertensão)
Manifestações Clínicas
Podem iniciar-se horas ou dias após a exposição aos agentes causadores. São:
Instabilidade autonômica | Alterações neurológicas | Alterações mentais |
---|---|---|
Diaforese | Tremores | Alteração da consciência |
Diarréia | Vertigem | Agitação |
Febre | Hiperreflexia | Hipomania |
Taquicardia sinusal | Mioclonia | Letargia |
Hipertensão/hipotensão | Convulsões | Insônia |
Taquipnéia | Rigidez muscular | Alucinações |
Dilatação das pupilas | Reflexo de Babinski | Hiperatividade |
Rubor | Opistótonos | Cãimbras abdominais |
Ataxia | Hipersalivação | Coma |
Complicações agudas incluem:
- Coma
- Convulsões
- Rabdomiólise
- Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD).
- Acidente Vascular Cerebral (AVC)
- Infarto Agudo do Miocárdio (Fulminante)
- Pneumotórax
- Insuficiência Hepática e renal
Diagnóstico Diferencial
A Síndrome Neuroléptica Malígna é o mais provável quando um neuroléptico foi iniciado, ou teve sua dose aumentada logo antes do aprecimento dos sinais e sintomas.
Outros diagnósticos possíveis são:
- Síndrome anticolinérgica
- Toxicidade à carbamazepina
- Infecções do Sistema Nervoso Central (SNC)
- Abstinência ao álcool
- Abstinência a hipnóticos/sedativos
- Abstinência a opióides
- Insolação
- Toxicidade do lítio
- Overdose de simpaticomiméticos
Tratamento
O tratamento é feito na UTI com:
- Descontinuação do(s) agente(s) serotoninérgico(s)
- Monitorização cardiocirculatória (arritmias, hipertensão/hipotensão) e respiratória.
- Caso PA elevada e paciente não asmático: propranolol 20mg de 8/8h é uma opção.
- Avaliar a necessidade de entubação
- Controle da temperatura corporal reduzindo a hipertermia, os tremores e a rabdomiólise:
- Uso de gelo para reduzir a hipertermia
- Infusão endovenosa de fluidos para hidratação
- Se convulsões: diazepam 5mg, EV lentamente.
- Se mioclonias clorpromazina 25mg IM ou EV, até máximo de 1mg/kg de peso.
- Se mioclonias há outra opção: difenidramina 50mg.
- Se convulsões + mioclonias: metisergida (2-6mg/24h).
Apenas em 40% das formas graves são admitidas em UTI e a mortalidade nestes casos é de 11%.