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Strepsiptera

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Strepsiptera
Macho de um Strepsiptera; mostrando as estruturas (halteres) que são suas asas dianteiras, logo abaixo das pernas anteriores. As pernas medianas estão embaixo das asas posteriores, extremamente desenvolvidas, e não estão ilustradas.
Macho de um Strepsiptera; mostrando as estruturas (halteres) que são suas asas dianteiras, logo abaixo das pernas anteriores. As pernas medianas estão embaixo das asas posteriores, extremamente desenvolvidas, e não estão ilustradas.
A Fêmea de um Strepsiptera é, na maioria das vezes, um endoparasita neotênico (imagens acima) do abdome de insetos das ordens Homoptera e Hymenoptera (imagem abaixo, com a f̃êmea indicada pela letra "a", no final do abdome).
A Fêmea de um Strepsiptera é, na maioria das vezes, um endoparasita neotênico (imagens acima) do abdome de insetos das ordens Homoptera e Hymenoptera (imagem abaixo, com a f̃êmea indicada pela letra "a", no final do abdome).
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Subfilo: Hexapoda
Classe: Insecta
Subclasse: Pterygota
Infraclasse: Neoptera
Superordem: Neuropterida
Ordem: Strepsiptera
(Kirby, 1813)
Famílias
Bahiaxenidae
Mengenillidae
Corioxenidae
Halictophagidae
Elenchidae
Myrmecolacidae
Stylopidae
Bohartillidae
Callipharixenidae
(fonteː Tree of Life Web Project)
Nesta fotografia do macho de Strepsiptera, as asas dianteiras estão indicadas por setas vermelhas.

Strepsiptera (do gregoː streptos = "torcido"; pteron = "asas";nomeados, em inglêsː twisted-wing parasites ou twisted-winged parasites -pl.) é uma ordem de insetos diminutos, com distribuição cosmopolita, constituída por nove famílias extantes e cerca de 600 espécies descritas. Foram descobertos em 1793 (na descrição da espécie Xenos vesparum) e são definidos como "endoparasitas entomófagos", atacando espécies de insetos de 34 famílias distribuídas em sete ordens, sendo as ordens Hemiptera (subordem Homoptera) e Hymenoptera as mais procuradas; com uma família (Mengenillidae) atacando insetos Apterygota (Thysanura). Sua classificação como ordem se deu em 1813, por William Kirby. A característica marcante deste grupo de insetos é a presença de asas anteriores reduzidas a halteres, nos machos adultos, e a forma larviforme das fêmeas adultas (neotenia); demonstrando um acentuado dimorfismo sexual. Os Strepsiptera têm dois grandes grupos: os Stylopidia e os Mengenillidia. Os Mengenillidia incluem três famílias extintas (Cretostylopidae, Protoxenidae e Mengeidae) e mais duas famílias existentes (Bahiaxenidae e Mengenillidae; no entanto, esta última não é monofilética). São consideradas as mais primitivas, dentro da ordem, e as fêmeas (conhecidas apenas em Mengenillidae) são de vida livre (descobertas apenas em 1870 e classificadas na ordem apenas em 1919), com pernas e antenas rudimentares e com pupação fora de seus hospedeiros; sendo encontradas na região nordeste do Brasil (Bahiaxenidae),Península Ibérica, Baleares e Canárias (Mengenillidae). Na maioria os Strepsiptera são extremamente difíceis de localizar e muitas vezes é preciso encontrar o hospedeiro para encontrar a fêmea; mas os machos podem ser capturados próximos a focos de luz.

Etimologia e significado

O nome Strepsiptera é referente à peculiar forma das asas traseiras do macho, torcidas durante o seu voo ou de aparência retorcida quando insetos secos foram examinados.

Morfologia

Macho

O macho adulto apresenta vida livre e é alado, com olhos compostos e esféricos, apresentando um número menor de omatídeos relativamente grandes, muito incomuns entre os insetos vivos, o que lhes dá uma aparência de amora, nos quais cada lente forma uma imagem que posteriormente é combinada no cérebro. As peças bucais são degeneradas. As antenas são flabeladas, conspícuas, com longos processos em alguns segmentos. O protórax e o mesotórax são curtos, com o segundo apresentando o primeiro par de asas reduzido. O metatórax é, algumas vezes, dez vezes maior que o resto do tórax e possui um par de grandes asas posteriores com pouca venação. O trocânter é atrofiado ou ausente, raramente desenvolvido. O tarso possui de 2 a 5 artículos. Eles têm uma vida curta, de cinco a seis horas como adultos, e sua única missão, na emergência do hospedeiro, é encontrar e fecundar uma fêmea; localizada, por seu feromônio, geralmente em abelhas ou outros insetos (tamanho dos machosː 1 a 7 milímetros).

Fêmea

A fêmea nunca possui asas. Em espécies parasitas é desprovida de pernas, olhos ou antenas, com sua cabeça e tórax fundidos. Ela não deixa o seu hospedeiro, passando toda a vida em seu invólucro pupal. Toda a cavidade abdominal da fêmea adulta é preenchida com embriões em desenvolvimento. Em sua presença, a cor e a forma do abdome do hospedeiro podem ser alteradas e o hospedeiro geralmente se torna estéril. Em espécies da família Mengenillidae, elas deixam o hospedeiro no final do seu último ínstar larval para pupar externamente e, após a eclosão, são de vida livre e aparência vermiforme; com a presença de todas as outras características do adulto do sexo masculino, como olhos, peças bucais, antenas, pernas e uma abertura genital ventral (tamanho das f̃êmeas: 2 milímetros a 3 centímetros).

Larva

Em Strepsiptera o dimorfismo sexual não existe nos primeiros ínstares e as fêmeas são vivíparas, dando à luz larvas vivas (não ovos), o que é atípico para a maioria dos insetos. Estas larvas logo buscam ativamente um novo hospedeiro; são muito ativas, porque têm um tempo limitado para encontrar um hospedeiro antes de esgotar suas reservas alimentares. Quando estas larvas, chamadas planidia e similares às larvas triangulinas de besouros Meloidae, se prendem a um hospedeiro, elas entram secretando enzimas que amolecem a cutícula, geralmente na sua região abdominal; sendo relatado que algumas espécies entram nos ovos dos hospedeiros, antes de sua eclosão. Uma vez dentro do hospedeiro, elas sofrem hipermetamorfose e se tornam uma forma larval menos móvel e sem pernas, induzindo o hospedeiro a produzir uma estrutura em forma de saco, dentro da qual elas se alimentam e crescem. Em algumas espécies a larva possui cerdas abdominais longas, usadas para impulsioná-la em direção ao hospedeiro.

Classificação

Os Strepsiptera são considerados como uma ordem monofilética e compartilham tantas características com os besouros que alguns entomologistas os classificam como uma superfamília dos Coleoptera. De fato, Strepsiptera e alguns besouros parasitas (nas famílias Meloidae e Rhipiphoridae) estão entre os poucos insetos que sofrem hipermetamorfose, um tipo incomum de desenvolvimento holometabólico no qual as larvas mudam de forma corporal à medida que amadurecem.


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