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Desnutrição

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Desnutrição
Laço laranja, laço solidário para a desnutrição.
Especialidade Medicina intensiva
Sintomas Problemas no desenvolvimento físico e mental, pouca energia, aumento de volume das pernas e abdómen
Causas Dieta com quantidade insuficiente ou excessiva de nutrientes, má-absorção intestinal
Fatores de risco Não amamentar, gastroenterite, pneumonia, malária, sarampo
Prevenção Melhoria das práticas agrícolas, diminuição da pobreza, melhora do saneamento, igualdade para as mulheres
Tratamento Melhoria da nutrição, suplementos alimentares, alimentos terapêuticos, tratamento da causa subjacente
Frequência 793 milhões subnutridos / 13% da população mundial (2015)
Mortes 406 000 por deficiências nutricionais (2015)
Classificação e recursos externos
CID-10 E40-E46
CID-9 263.9
MedlinePlus 000404
eMedicine ped/1360
MeSH D044342
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Desnutrição é uma condição em que ocorrem problemas de saúde como resultado de uma dieta com consumo insuficiente ou excessivo de nutrientes. A desnutrição pode ter origem em desiquilíbrios de calorias, proteínas, hidratos de carbono ou sais minerais. O consumo insuficiente de nutrientes denomina-se subnutrição e o consumo excessivo supernutrição. O termo desnutrição é muitas vezes usado como sinónimo de subnutrição para se referir especificamente aos casos em que a pessoa não consome calorias, proteínas ou micronutrientes em quantidade suficiente. A subnutrição durante a gravidez ou antes dos dois anos de idade pode causar problemas permanentes a nível do desenvolvimento físico e intelectual. A subnutrição extrema, denominada inanição, manifesta-se através de sintomas como baixa estatura, corpo muito magro, níveis de energia muito baixos e pernas e abdómen inchados. As pessoas subnutridas apresentam maior risco de contrair infeções e estão frequentemente frias. Os sintomas da deficiência de micronutrientes dependem do micronutriente em falta.

A causa mais comum de subnutrição é a indisponibilidade de alimentos de qualidade. Esta situação tem geralmente origem na pobreza ou no elevado custo económico dos alimentos. Podem também contribuir para esta condição a falta de amamentação e uma série de doenças infeciosas como a gastroenterite, pneumonia, malária e sarampo, as quais aumentam a necessidade de nutrientes. Existem dois tipos principais de subnutrição: desnutrição proteico-energética e desnutrição causada por deficiências dietéticas. A desnutrição proteico-energética tem duas formas graves: marasmo (falta de proteínas e calorias) e kwashiorkor (falta de proteínas). Entre as deficiências de micronutrientes mais comuns estão a deficiência de ferro, deficiência de iodo e deficiência de vitamina A. Estas deficiências são mais comuns durante a gravidez, dado que aumentam as necessidades do corpo. Em alguns países em vias de desenvolvimento começa-se a verificar sobrenutrição na forma de obesidade nas mesmas comunidades em que existe subnutrição. Entre outras causas de desnutrição estão a anorexia nervosa e cirurgia bariátrica.

A melhoria da nutrição é uma das formas mais eficazes de ajuda ao desenvolvimento. A amamentação permite diminuir a incidência de desnutrição e morte em crianças. Nas crianças mais novas, fornecer alimentos para além do leite materno entre os seis meses e dois anos de idade melhora o prognóstico. Há evidências sólidas que apoiam a eficácia de suplementação alimentar de vários micronutrientes em grávidas e crianças mais novas nos países em vias de desenvolvimento. Para garantir o acesso a alimentos, tanto a distribuição de comida como a distribuição de dinheiro para que as pessoas possam comprar alimentos nos mercados locais são medidas eficazes. Apenas alimentar as crianças nas escolas não é suficiente. Em muitos casos, é possível tratar a desnutrição na residência da pessoa com alimentos terapêuticos. O tratamento hospitalar está recomendado para casos de desnutrição grave com complicações de saúde. O tratamento geralmente consiste em tratar a hipoglicemia e hipotermia, revertendo a desidratação e alimentando gradualmente a pessoa. Os antibióticoss de rotina estão recomendados devido ao elevado risco de infeções. Entre as medidas a longo prazo estão a melhoria das práticas agrícolas, a diminuição da pobreza, o investimento em saneamento e a emancipação das mulheres.

A subnutrição é mais comum nos países em vias de desenvolvimento. Em 2015 existiam em todo o mundo 793 milhões de pessoas subnutridas, o que corresponde a 13% do total da população. A percentagem tem vindo a diminuir gradualmente desde 1990, ano em que 23% da população se encontrava subnutrida. Estima-se que em 2012 outros mil milhões de pessoas tivessem deficiências de vitaminas e sais minerais. Estima-se que em 2015 a desnutrição proteico-energética tenha causado a morte a 323 000 pessoas, uma diminuição em relação às 510 000 mortes em 1990. As outras deficiências dietéticas, como a deficiência de iodo ou de ferro, causaram a morte a outras 83 000 pessoas. Em 2010, a desnutrição foi a causa de 1,4% de todos os anos de vida corrigidos pela incapacidade. Acredita-se que cerca de um terço das mortes de crianças tenham origem em subnutrição, embora raramente seja esta a indicação da causa da morte. Estima-se que em 2010 a subnutrição tenha contribuído para a morte de 1,5 milhões de mortes entre mulheres e crianças, embora algumas estimativas apontem para valores superiores a 3 milhões. Estima-se que em 2013 cerca de 165 milhões de crianças tivessem atrasos no desenvolvimento devido a desnutrição. A subnutrição é mais comum entre alguns grupos populacionais, como crianças com menos de cinco anos, idosos e mulheres, em particular as grávidas ou que se encontram a amamentar. Em idosos, a subnutrição deve-se a fatores físicos, psicológicos e sociais.

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