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Demência vascular
Demência vascular | |
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Cérebro de vítima de demência vascular por leucoaraiose | |
Especialidade | psiquiatria, neurologia |
Frequência | 1.6% |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | F01 |
CID-9 | 290.4 |
DiseasesDB | 8393 |
MedlinePlus | 000746 |
eMedicine | 292105, 1135408 |
MeSH | D015140 |
Leia o aviso médico |
Demência vascular (DV) refere-se a qualquer demência na qual a principal causa foi uma doença vascular encefálica. No Brasil é o segundo tipo mais comum de demência, sendo a primeira por Alzheimer. Cerca de 30% dos idosos com mais de 85 anos, sendo mais comum em homens. Geralmente são resultado de grandes lesões causadas quando um coágulo bloqueia a passagem de sangue no cérebro (acidente vascular cerebral isquêmico). Caso esse coágulo tenha sido formado por arritmia cardíaca será classificada como demência por infartos múltiplos.
Prevalência
Em alguns países orientais é a primeira causa de demência. No Brasil é sub-diagnosticada quando comparada com outros países em desenvolvimento. Em países desenvolvidos com alta expectativa de vida, o risco de desenvolver demência de origem vascular (DVa) é de 29,8% em homens e 25,1% em mulheres. Como é provável que em 2025, o Brasil se torne o 6o país com mais idosos no mundo é importante começar o trabalho preventivo o mais cedo possível. O número de vítimas de demências aumenta exponencialmente com a idade afetando apenas 1,1% dos idosos entre 65 e 70 anos e mais de 65% depois dos 100 anos. A média brasileira em 1998 na população acima de 65 anos era de 7,1%.
Causas
Dentre as principais causas estão:
- Múltiplas lesões por embolia cerebral (AVC isquêmico)
- Única lesão em territórios estratégicos (como tálamo ou giro angular esquerdo)
- Síndrome lacunar
- Alterações crônicas da circulação cerebral
- Lesões extensas da substância branca (como por doença de Binswanger ou Leucoaraiose)
- Angiopatia amilóide cerebral (AAC)
- AVC hemorrágico
São considerados fatores de risco a hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM), tabagismo, alcoolismo, doença cardíaca, aterosclerose, dislipidemia e obesidade. A DV é mais comum no sexo masculino, de raça negra ou mulata e com baixa escolaridade.
Diagnóstico
O diagnóstico de DV é feito com base no quadro clínico e em exames complementares de neuroimagem, podendo ser auxiliado pelo emprego de escalas específicas (como a escala de Hachinski e a escala Rose por exemplo). Seus principais diagnósticos diferenciais são outras demências porém existem evidências que indicam a possibilidade dela ocorrer simultaneamente ao Alzheimer.
Para o diagnóstico DSM-IV os critérios são:
- Evidências de lesão cerebrovascular;
- Prejuízos sociais e ocupacionais significativos;
- Prejuízos na memória;
- Afasia (distúrbio de linguagem);
- Apraxia (dificuldade em executar tarefas);
- Agnosia (dificuldade em reconhecer objetos) e
- Dificuldade de planejamento, organização, sequênciamente e/ou abstração.
E esses sintomas não podem ocorrer exclusivamente durante delírios
Tratamento
O tratamento eficaz da DV deve incluir:
- Prevenção de novas lesões cerebrovasculares por exemplo usando anti-hipertensivos e antitrobóticos quando necessário;
- Intervenções farmacológicas para neuroproteção, ativação cerebral, tratar as manifestações psiquiátricas e retirar medicamentos que causem efeitos mais prejudiciais que benéficos. (especialmente os hipotensores e os que causem declínio cognitivo);
- Adequação do ambiente para as dificuldades do idoso e
- Mobilização da família e dos cuidadores.
Os tratamentos medicamentosos podem diminuir e estabilizar o processo de deterioração cognitiva dos pacientes com DV. Em um acompanhamento de 5 anos, 6% dos pacientes tiveram seus déficits cognitivos e alterações do humor revertidos e 40% se mantiveram independentes.
Como existe alta frequência de depressão, perturbações comportamentais e transtornos de ansiedade associados as demências o acompanhamento psicoterapêutico para pacientes e familiares pode ajudar muito a melhorar a qualidade de vida da família. Esse acompanhamento geralmente inclui exercícios cognitivos, grupos de apoio, instrução para as principais dificuldades e acompanhamento regular do comprometimento cognitivo através de testes psicológicos.