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Amlodipina

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Amlodipina
Alerta sobre risco à saúde
Amlodipine Structural Formulae.png
Amlodipine 3d structure.png
Nome IUPAC (RS)-3-ethyl 5-methyl 2-[(2-aminoethoxy)methyl]-4-(2-chlorophenyl)-6-methyl-1,4-dihydropyridine-3,5-dicarboxylate
Outros nomes anlodipino.
Identificadores
Número CAS 88150-42-9
PubChem 2162
DrugBank DB00381
ChemSpider 2077
ChEBI 2668
Código ATC C08CA01
SMILES
DCB n° 804
Primeiro nome comercial ou de referência Norvasc
Propriedades
Fórmula química C20H25ClN2O5
Massa molar 408.85 g mol-1
Aparência pó branco ou quase branco (besilato de anlodipino)
Solubilidade em água ligeiramente solúvel em água (besilato de anlodipino)
Farmacologia
Biodisponibilidade 64 a 90%
Via(s) de administração via oral; via intravenosa (uso hospitalar)
Metabolismo hepático 90%, via CYP3A4; metabólitos inativos; extenso metabolismo de primeira passagem
Meia-vida biológica 30 a 50 horas. Pode atingir até 58 horas em idosos e 56 horas na insuficiência hepática
Ligação plasmática 93%
Excreção renal (70%) e fecal (10%)
Riscos na gravidez
e lactação
C (EUA)
Riscos associados
LD50 besilato de anlodipino - 37 mg/kg em ratos, via oral;TDLo em humanos: 1.429 mg/kg
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

Amlodipina (DCPt ) ou anlodipino (DCB ), é uma molécula do grupo dos bloqueadores dos canais de cálcio (Ca2+), classe das dihidropiridinas. É usado em Medicina como vasodilatador coronário e hipotensor.

Mecanismo de ação

Como outros bloqueadores dos canais de cálcio, a Amlodipina atua bloqueando a entrada do Ca2+ através da membrana celular, tanto das células musculares cardíacas como das da parede vascular, porém com muito maior ação sobre o músculo liso vascular. Atuando sobre o músculo cardíaco este medicamento tem um efeito inotrópico negativo (diminuição da contratilidade cardíaca). Porém, esta diminuição do inotropismo é contrabalançada pela melhoria da irrigação do músculo cardíaco que por sua vez melhora a contractilidade. Por esta razão, o efeito inotrópico negativo observado in vitro não é detetado em doses terapêuticas, salvo em presença de patologia grave como é o caso da cardiomiopatia com dilatação e insuficiência, situação que constitui uma contra-indicação ao uso deste medicamento.

A sua ação sobre o músculo liso vascular provoca vasodilatação com diminuição das resistências periféricas o que diminui o trabalho cardíaco e secundariamente o consumo de oxigénio pelo miocárdio, com diminuição da angina estável e grande melhoria nos casos de angina de Prinzmetal

Porém a vasodilatação induzida pela amlodipina não é exclusivamente arterial, infelizmente, havendo um venodilatação concomitante responsável pelo edema tão frequente e pelo agravamento de uma pré-existente insuficiência venosa.

Os efeitos anti-hipertensores estão relacionados com o grau de hipertensão, havendo uma melhor resposta nas hipertensões moderadas (diastólica entre 105 e 114 mm Hg).

Ao contrário do Verapamilo, também bloqueador dos canais de cálcio da classe Fenilalquilaminas, a amlodipina não tem efeitos sobre o sistema de condução cardíaca.

Farmacocinética e metabolismo

A Amlodipina é bem absorvida por via oral, não influenciada pelos alimentos, com uma biodisponibilidade calculada entre 64 e 90% e o pico sanguíneo 6 a 12 horas depois. O nível de estabilidade plasmática é atingido 7 a 8 dias depois da dose inicial. Cerca de 93% circula ligada às proteínas plasmáticas. Após uma primeira passagem, 90% da amlodipina é metabolizada pelo fígado. A semi-vida é longa, cerca de 30 a 50 horas e a actividade plasmática diminui muito lentamente. 90% da dose absorvida é transformada em metabólitos inativos no fígado. A sua eliminação é sobretudo feita pelo rim, não sendo prejudicada pela presença de insuficiência renal. Porém a insuficiência hepática e a insuficiência cardíaca, devido à diminuição da clearance do medicamento, vão originar um aumento da sua biodisponibilidade plasmática com um aumento da AUC (area under curve a biodisponibilidade é medida pelo cálculo da área sob a curva de concentração/tempo da droga).

Efeitos secundários e advertências

  • A amlodipina pode ter um efeito paradoxal em casos de doença isquémica severa e desencadear um enfarte do miocárdio: ao dilatar o músculo liso das artérias coronárias, a resposta da rede arterial com ausência de lesões é rápida e dá-se o que em cardiologia se chama "roubo coronário" o fluxo sanguíneo dirige-se preferencialmente para as artérias que dilataram e a pressão de perfusão diminui substancialmente a nível dos vasos lesados.
  • A venodilatação pode ser muito importante, mesmo na ausência de insuficiência venosa, com edema, rubor e dor que pode confundir-se com uma situação de erisipela e em casos mais graves pode mesmo instalar-se uma situação de eritromelalgia.
  • A longo termo a Amlodipina deve ser evitada nos pacientes com insuficiência cardíaca pelo seu mecanismo de ação já referido.
  • Em geriatria o uso deve ser muito cauteloso não só pela diminuição da função hepática com a idade mas também pela venodilatação que vem agravar a estase venosa por diminuição da atividade física.
  • Não existem suficientes estudos que provem a ausência de teratogénese pelo que o medicamento não deve ser administrado durante a gravidez.
  • A sua indicação em cardiologia pediátrica é avaliada caso a caso pela equipa especialista.

Interações medicamentosas

Com exceção do sildenafil (Viagra®) cujas ações hipotensoras se adicionam, não são conhecidas interações medicamentosas nomeadamente com

Intoxicação por amlodipina

O anlodipino não é removido por diálise, constituindo um obstáculo ao tratamento rápido em caso de intoxicação acidental ou tentativa de suicídio por amlodipina. Além disso a longa semi-vida e o uso de formas de libertação prolongada, faz com que os efeitos permaneçam durante alguns dias. As manifestações poderão ir de simples hipotensão e bradicardia, por vezes taquicardia no início, a um estado de choque grave com confusão ou inconsciência, bradicardia, paragens sinusais e acidose lática. Se a história da ingestão é recente e o paciente não necessita de reanimação urgente, a lavagem gástrica é mandatória assim como o uso de sulfato de magnésio e carvão activado de modo a acelerar o trânsito intestinal. Porém estas medidas só terão lugar após a instituição das medidas gerais de reanimação, se tal fôr necessário, como o combate à acidose metabólica, comuns a todos os protocolos das Unidades de Cuidados Intensivos, a colocação em urgência (se o caso assim o exigir) de um pacemaker provisório, a infusão de aminas vasopressoras como a dopamina ou a dobutamina, para aumentar a pressão arterial e a infusão de glucagon e de gluconato de cálcio (segundo os respetivos protocolos habituais), de modo a aumentar o inotropismo cardíaco, a frequência sinusal e melhorar a condução auriculo-ventricular (em doses tóxicas a seletividade das dihidropiridinas perde-se). Uma das complicações que pode aparecer é o edema pulmonar agudo não cardiogénico que, segundo se pensa, deve-se à vasodilatação do leito capilar alveolar com transudação.


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